Portugal e outras touradas: Da satisfação e do orgulho

03-07-2011
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Passou, há pouco, no telejornal da SIC, uma notícia que, enquanto português, me encheu de satisfação e de orgulho. Tal como pudemos ouver na peça jornalística, no Parque Biológico de Gaia, uma lontra bébé vive, desde o seu nascimento, há seis meses, dentro da casa de banho destinada a quem tem deficiências físicas, por inexistência de estruturas que a acomodem. Enorme exemplo de grandeza de alma, este!A solução poderá passar por enviá-la para Espanha, logo que atinja a maioridade, quer dizer, logo que saiba caçar e prover autonomamente à sua existência, disse-se ainda. Pelo que agradeço desde já, em nome de toda a nação, aos nossos irmãos do outro lado da fronteira a hospitalidade demonstrada. E prometo, se tal estiver ao meu alcance, pagar-lhes com uma barrigada de riso, pedindo ao primeiro-ministro que faça aquele seu número apalhaçado do discurso para espanhóis, durante a passagem de tutoria do animal - ele é lá capaz de desperdiçar uma ocasião dessas, só para relembrar a importância do TGV...!Suponho, além disso, que as autoridades nacionais estarão, como sempre, alerta e vigilantes, não permitindo o incentivo ou o desenvolvimento de perversas e antinaturais tendências pedófilas e zoófilas entre a sã população lusa, logo interditando a utilização das referidas instalações a quem visite o Parque. E que, assim, dando, desta maneira, um sinal da inexistência de indícios de perigo de extinção real dos deficientes portugueses, os devolvam à natureza no que há de mais simples, que é a satisfação de se aliviarem, ecologicamente, em pleno Parque, atrás das árvores, dos arbustos, ou até mesmo, como acontece, frequente e nem sempre discretamente, na selva urbana, dos bancos de jardim ou numa qualquer esquina ou recanto escondido.Os cidadãos nacionais portadores de (os que carregam a) deficência, que fiquem, além e apesar disso, satisfeitos pela generosidade que demonstraram, albergando maternalmente a lontra, que ganhem ânimo ao saberem que todos temos os olhos postos neles, que são cidadãos úteis, para o país e para o planeta. Assim, quando virmos um nosso compatriota mijando envergonhadamente num canto qualquer, portugueses!, tragamo-lo para a luz e façamo-lo mijar orgulhosamente, com um repuxo maior do que o do menino de Bruxelas, do tamanho da homenagem que se pode fazer ao dever cumprido!E ao enorme orgulho de se ser português no ano da Graça de 2010!


Passou, há pouco, no telejornal da SIC, uma notícia que, enquanto português, me encheu de satisfação e de orgulho. Tal como pudemos ouver na peça jornalística, no Parque Biológico de Gaia, uma lontra bébé vive, desde o seu nascimento, há seis meses, dentro da casa de banho destinada a quem tem deficiências físicas, por inexistência de estruturas que a acomodem. Enorme exemplo de grandeza de alma, este!A solução poderá passar por enviá-la para Espanha, logo que atinja a maioridade, quer dizer, logo que saiba caçar e prover autonomamente à sua existência, disse-se ainda. Pelo que agradeço desde já, em nome de toda a nação, aos nossos irmãos do outro lado da fronteira a hospitalidade demonstrada. E prometo, se tal estiver ao meu alcance, pagar-lhes com uma barrigada de riso, pedindo ao primeiro-ministro que faça aquele seu número apalhaçado do discurso para espanhóis, durante a passagem de tutoria do animal - ele é lá capaz de desperdiçar uma ocasião dessas, só para relembrar a importância do TGV...!Suponho, além disso, que as autoridades nacionais estarão, como sempre, alerta e vigilantes, não permitindo o incentivo ou o desenvolvimento de perversas e antinaturais tendências pedófilas e zoófilas entre a sã população lusa, logo interditando a utilização das referidas instalações a quem visite o Parque. E que, assim, dando, desta maneira, um sinal da inexistência de indícios de perigo de extinção real dos deficientes portugueses, os devolvam à natureza no que há de mais simples, que é a satisfação de se aliviarem, ecologicamente, em pleno Parque, atrás das árvores, dos arbustos, ou até mesmo, como acontece, frequente e nem sempre discretamente, na selva urbana, dos bancos de jardim ou numa qualquer esquina ou recanto escondido.Os cidadãos nacionais portadores de (os que carregam a) deficência, que fiquem, além e apesar disso, satisfeitos pela generosidade que demonstraram, albergando maternalmente a lontra, que ganhem ânimo ao saberem que todos temos os olhos postos neles, que são cidadãos úteis, para o país e para o planeta. Assim, quando virmos um nosso compatriota mijando envergonhadamente num canto qualquer, portugueses!, tragamo-lo para a luz e façamo-lo mijar orgulhosamente, com um repuxo maior do que o do menino de Bruxelas, do tamanho da homenagem que se pode fazer ao dever cumprido!E ao enorme orgulho de se ser português no ano da Graça de 2010!

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