Médicos do Curry Cabral recusam-se a fazer urgência psiquiátrica no Santa Maria

02-10-2011
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Num documento, aprovado na segunda-feira, os médicos do CHPL afirmam que “se recusam a fazer urgência no Hospital de Santa Maria até estarem reunidas as condições mínimas de atendimento dos doentes psiquiátricos nessa urgência”. Argumentam também que “não é aceitável que uma urgência psiquiátrica que passa a atender cerca de 2,5 milhões de habitantes funcione sem serviço de Observação Psiquiátrico, sem equipa de enfermagem adequada, sem auxiliar de acção médica, sem ligação directa à urgência geral ou mesmo sem condições sanitárias”.

Do ponto de vista daqueles profissionais, esta situação “levará a um retrocesso nas condições gerais de atendimento aos doentes, a má prática médica e ausência de condições de segurança para todos, não aceitável por parte dos clínicos”.

Contactado pelo PÚBLICO, o presidente do Conselho de Administração (CA) do Santa Maria, Correia da Cunha, remeteu para a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) todos os esclarecimentos sobre este caso, afirmando que não lhe compete comentar uma decisão tomada pelo Ministério da Saúde/ARS. “Quem se deve pronunciar é a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo que é a entidade que está a coordenar o processo, que envolve várias instituições”, declarou Correia da Cunha, enfatizando que as decisões não foram tomadas pela administração do seu hospital.

O ex-presidente do CA do Hospital Santa Maria, Adalberto Campos Fernandes, afirma que todo “este ruído” à volta desta questão tem um único responsável: a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, a quem acusa de revelar “um grande amadorismo”. “A responsabilidade está no organismo que coordena o processo e não no governo. Quanto a mim, a ARS de Lisboa e Vale do Tejo não fez o trabalho de casa, não preparou as coisas no sentido de habilitar a tutela política a decidir em boas condições”, disse Adalberto Campos Fernandes, adiantando que o governo devia acabar com organismos que são incompetentes. “Desta forma pouparia muitos milhões de euros”, declarou ao PÚBLICO.

Quanto à reacção manifestada pelos médicos do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, o ex-administrador refere que não se trata de “nenhum capricho”, mas de uma “decisão compreensível”. “Os médicos tomaram aquela decisão porque estão preocupados. A urgência de psiquiatria não é uma urgência normal, exige toda uma adaptação que não foi feita pela ARS, apesar do Hospital Santa Maria ter condições do ponto de vista das infra-estruturas”, disse.

Na semana passada, o deputado do BE, João Semedo, entregou no Parlamento uma pergunta ao Ministério da Saúde precisamente sobre o encerramento da psiquiatria do Hospital Curry Cabral e na qual denuncia que aquilo que se propõe para a urgência psiquiátrica única no Santa Maria “é o funcionamento em contentores, não existindo sala de observações”. “Não estão garantidas as condições adequadas, nem físicas, nem humanas para a que a urgência psiquiátrica do Santa Maria passe a atender de um momento para o outro, um número muitíssimo superior de utentes, ao mesmo tempo que se acaba com a urgência do Curry Cabral que tinha essas condições”.

O PÚBLICO contactou durante a tarde, o Ministério da Saúde e também a ARS de Lisboa e Vale do Tejo sobre esta polémica, mas sem sucesso.

Num documento, aprovado na segunda-feira, os médicos do CHPL afirmam que “se recusam a fazer urgência no Hospital de Santa Maria até estarem reunidas as condições mínimas de atendimento dos doentes psiquiátricos nessa urgência”. Argumentam também que “não é aceitável que uma urgência psiquiátrica que passa a atender cerca de 2,5 milhões de habitantes funcione sem serviço de Observação Psiquiátrico, sem equipa de enfermagem adequada, sem auxiliar de acção médica, sem ligação directa à urgência geral ou mesmo sem condições sanitárias”.

Do ponto de vista daqueles profissionais, esta situação “levará a um retrocesso nas condições gerais de atendimento aos doentes, a má prática médica e ausência de condições de segurança para todos, não aceitável por parte dos clínicos”.

Contactado pelo PÚBLICO, o presidente do Conselho de Administração (CA) do Santa Maria, Correia da Cunha, remeteu para a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) todos os esclarecimentos sobre este caso, afirmando que não lhe compete comentar uma decisão tomada pelo Ministério da Saúde/ARS. “Quem se deve pronunciar é a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo que é a entidade que está a coordenar o processo, que envolve várias instituições”, declarou Correia da Cunha, enfatizando que as decisões não foram tomadas pela administração do seu hospital.

O ex-presidente do CA do Hospital Santa Maria, Adalberto Campos Fernandes, afirma que todo “este ruído” à volta desta questão tem um único responsável: a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, a quem acusa de revelar “um grande amadorismo”. “A responsabilidade está no organismo que coordena o processo e não no governo. Quanto a mim, a ARS de Lisboa e Vale do Tejo não fez o trabalho de casa, não preparou as coisas no sentido de habilitar a tutela política a decidir em boas condições”, disse Adalberto Campos Fernandes, adiantando que o governo devia acabar com organismos que são incompetentes. “Desta forma pouparia muitos milhões de euros”, declarou ao PÚBLICO.

Quanto à reacção manifestada pelos médicos do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, o ex-administrador refere que não se trata de “nenhum capricho”, mas de uma “decisão compreensível”. “Os médicos tomaram aquela decisão porque estão preocupados. A urgência de psiquiatria não é uma urgência normal, exige toda uma adaptação que não foi feita pela ARS, apesar do Hospital Santa Maria ter condições do ponto de vista das infra-estruturas”, disse.

Na semana passada, o deputado do BE, João Semedo, entregou no Parlamento uma pergunta ao Ministério da Saúde precisamente sobre o encerramento da psiquiatria do Hospital Curry Cabral e na qual denuncia que aquilo que se propõe para a urgência psiquiátrica única no Santa Maria “é o funcionamento em contentores, não existindo sala de observações”. “Não estão garantidas as condições adequadas, nem físicas, nem humanas para a que a urgência psiquiátrica do Santa Maria passe a atender de um momento para o outro, um número muitíssimo superior de utentes, ao mesmo tempo que se acaba com a urgência do Curry Cabral que tinha essas condições”.

O PÚBLICO contactou durante a tarde, o Ministério da Saúde e também a ARS de Lisboa e Vale do Tejo sobre esta polémica, mas sem sucesso.

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