Da Literatura: CITAÇÃO, 269

28-01-2012
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Miguel Abrantes, A santa aliança (PSD-BE) baqueou. Excertos, sublinhados meus:«Ontem era o dia mais esperado na Comissão Parlamentar de Inquérito. João Semedo convenceu-se [...] que tinha encontrado a peça final do puzzle que construíra nos seus apontamentos e na sua cabeça: ia ter oportunidade de interrogar o “ministro do governo anterior” que tudo indicava ter do negócio informação privilegiada à hora de almoço do dia 25 de Junho, quinta-feira, quando o executivo afirmava nada conhecer. [...] O take da Rádio Renascença que resumia uma peça radiofónica do início dessa tarde — que era um resumo, naturalmente, do briefing do Conselho de Ministros no qual Silva Pereira abordara a questão —, foi uma casca de banana (resta saber quem a pôs lá) em que Semedo escorregou espectacularmente. O que se viu foi, no mínimo, embaraçoso para um deputado que todos têm (tinham?) por ser um exemplo de capacidade de trabalho (mesmo que não de boa fé): sofrer uma humilhação em directo, com Silva Pereira a mostrar por que 1+1 são 2 e provando — atenção: não acusando, mas provando — que tudo o que fora dito nessa conferência era público e tinha fontes institucionais perfeitamente identificadas. Afinal de contas, tudo teria sido evitável se Semedo — ou alguém por ele — tivesse feito o trabalho de casa: as declarações de Silva Pereira, que seriam fáceis de confrontar com as fontes da informação pública por ele usadas, estavam on-line, no portal do Governo. Semedo foi traído por um misto de soberba, de confiança excessiva nos seus instintos (tantas vezes invocados) e da certeza de que os esquemas desenhados no seu caderno correspondem a um qualquer grande esquema maquinado por um governo para tomar conta de uma estação de televisão. Com um relator destes — ainda por cima com o orgulho ferido —, todos estamos a ver o relatório que vai sair desta Comissão Parlamentar de Inquérito. [...]»[Goya e o Santo Ofício parecem-me adequados à conjuntura.]Etiquetas: Citações

Miguel Abrantes, A santa aliança (PSD-BE) baqueou. Excertos, sublinhados meus:«Ontem era o dia mais esperado na Comissão Parlamentar de Inquérito. João Semedo convenceu-se [...] que tinha encontrado a peça final do puzzle que construíra nos seus apontamentos e na sua cabeça: ia ter oportunidade de interrogar o “ministro do governo anterior” que tudo indicava ter do negócio informação privilegiada à hora de almoço do dia 25 de Junho, quinta-feira, quando o executivo afirmava nada conhecer. [...] O take da Rádio Renascença que resumia uma peça radiofónica do início dessa tarde — que era um resumo, naturalmente, do briefing do Conselho de Ministros no qual Silva Pereira abordara a questão —, foi uma casca de banana (resta saber quem a pôs lá) em que Semedo escorregou espectacularmente. O que se viu foi, no mínimo, embaraçoso para um deputado que todos têm (tinham?) por ser um exemplo de capacidade de trabalho (mesmo que não de boa fé): sofrer uma humilhação em directo, com Silva Pereira a mostrar por que 1+1 são 2 e provando — atenção: não acusando, mas provando — que tudo o que fora dito nessa conferência era público e tinha fontes institucionais perfeitamente identificadas. Afinal de contas, tudo teria sido evitável se Semedo — ou alguém por ele — tivesse feito o trabalho de casa: as declarações de Silva Pereira, que seriam fáceis de confrontar com as fontes da informação pública por ele usadas, estavam on-line, no portal do Governo. Semedo foi traído por um misto de soberba, de confiança excessiva nos seus instintos (tantas vezes invocados) e da certeza de que os esquemas desenhados no seu caderno correspondem a um qualquer grande esquema maquinado por um governo para tomar conta de uma estação de televisão. Com um relator destes — ainda por cima com o orgulho ferido —, todos estamos a ver o relatório que vai sair desta Comissão Parlamentar de Inquérito. [...]»[Goya e o Santo Ofício parecem-me adequados à conjuntura.]Etiquetas: Citações

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