BE: Nomeações para CGD, AdP e EDP minam confiança dos portugueses

24-01-2012
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12.JAN.2012 17:43

BE: Nomeações para CGD, AdP e EDP minam confiança dos portugueses

Para o bloco as nomeações conhecidas para as empresas públicas enfraquecem a Democracia

O BE considerou hoje que as nomeações conhecidas ao longo dos últimos tempos para empresas públicas e para a EDP, recentemente privatizada, "colocam em causa a confiança dos cidadãos na política" e "enfraquecem a democracia".

"O que é que têm em comum a Caixa Geral de Depósitos (CGD), EDP, Hospitais do SNS, os Centros Regionais da Segurança Social ou as Águas de Portugal? São empresas ou organismos públicos que descobriram a nova lei da economia nacional: Todos os administradores e economistas competentes no país, aparentemente, têm o cartão de militante do PSD ou CDS", ironizou o deputado bloquista João Semedo.

Numa declaração política no Parlamento, Semedo citou as nomeações para a CGD de Nogueira Leite e de Rui Machete, apontando como "caso mais emblemático o da EDP", com as nomeações de Eduardo Catroga, Celeste Cardona, Teixeira Pinto, Rocha Vieira e Braga de Macedo.

"Isto não é a EDP, é a comissão de honra das campanhas do PSD e CDS", acrescentou, citando em seguida um deputado do CDS-PP.

"'É o patrocínio do amiguismo da pior espécie', para usar as palavras do deputado do CDS Hélder Amaral a propósito das escolhas do Governo PSD/CDS para o Hospital de Viseu", referiu, citando declarações do democrata-cristão à TSF.

Numa intervenção onde criticou "o silêncio" dos centristas sobre este assunto, João Semedo afirmou que existe "um desvio colossal" entre "as promessas de Passos Coelho, que garantia não estar preparado para dar lugar a amigos, nem para transformar um Governo seu numa agência de emprego para os amigos, e a sua prática".

O deputado do BE considerou ainda que este "desvio colossal" coloca em causa "a confiança dos cidadãos na política e enfraquece a democracia".

"Onde, na campanha e no programa de Governo, se falava em 'despartidarizar o aparelho de Estado', acabamos agora na mais completa confusão entre Estado e partido e na já habitual promiscuidade entre interesse público e negócios privados. É uma coincidência, todos sabemos, mas uma coincidência que, pela prática política que revela, merece debate público", defendeu.

Na resposta a estas críticas, o deputado do PSD Carlos Abreu Amorim acusou João Semedo de tecer "um conjunto de generalizações e distorções" e de "confundir" empresas públicas com privadas, onde "as escolhas são feitas pelos acionistas e onde o Governo não tem qualquer intervenção".

No mesmo tom, Amorim acusou o BE de "fazer constantes juízos morais sobre tudo o que se passa na política portuguesa", assinalando que os bloquistas fazem "parte deste regime e integram a lógica da democracia".

Por seu lado, João Semedo rejeitou ter feito qualquer "insinuação": "Não foram todos nomeados? Já é tempo de o senhor deputado se acalmar e dar mais atenção à vida política do país".

"O senhor deputado não deve ter estado na campanha eleitoral do PSD", atirou.

Já o deputado do PCP João Oliveira, numa crítica em que foi secundado pelo deputado José Luís Ferreira, do PEV, afirmou ironicamente que Abreu Amorim "como comentador político era bem mais arrojado do que é como deputado", notando que "há uns meses" teria criticado o PS por uma situação semelhante.

"A isso chama-se hipocrisia", declarou.

Dinheiro Vivo | Lusa

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12.JAN.2012 17:43

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Para o bloco as nomeações conhecidas para as empresas públicas enfraquecem a Democracia

O BE considerou hoje que as nomeações conhecidas ao longo dos últimos tempos para empresas públicas e para a EDP, recentemente privatizada, "colocam em causa a confiança dos cidadãos na política" e "enfraquecem a democracia".

"O que é que têm em comum a Caixa Geral de Depósitos (CGD), EDP, Hospitais do SNS, os Centros Regionais da Segurança Social ou as Águas de Portugal? São empresas ou organismos públicos que descobriram a nova lei da economia nacional: Todos os administradores e economistas competentes no país, aparentemente, têm o cartão de militante do PSD ou CDS", ironizou o deputado bloquista João Semedo.

Numa declaração política no Parlamento, Semedo citou as nomeações para a CGD de Nogueira Leite e de Rui Machete, apontando como "caso mais emblemático o da EDP", com as nomeações de Eduardo Catroga, Celeste Cardona, Teixeira Pinto, Rocha Vieira e Braga de Macedo.

"Isto não é a EDP, é a comissão de honra das campanhas do PSD e CDS", acrescentou, citando em seguida um deputado do CDS-PP.

"'É o patrocínio do amiguismo da pior espécie', para usar as palavras do deputado do CDS Hélder Amaral a propósito das escolhas do Governo PSD/CDS para o Hospital de Viseu", referiu, citando declarações do democrata-cristão à TSF.

Numa intervenção onde criticou "o silêncio" dos centristas sobre este assunto, João Semedo afirmou que existe "um desvio colossal" entre "as promessas de Passos Coelho, que garantia não estar preparado para dar lugar a amigos, nem para transformar um Governo seu numa agência de emprego para os amigos, e a sua prática".

O deputado do BE considerou ainda que este "desvio colossal" coloca em causa "a confiança dos cidadãos na política e enfraquece a democracia".

"Onde, na campanha e no programa de Governo, se falava em 'despartidarizar o aparelho de Estado', acabamos agora na mais completa confusão entre Estado e partido e na já habitual promiscuidade entre interesse público e negócios privados. É uma coincidência, todos sabemos, mas uma coincidência que, pela prática política que revela, merece debate público", defendeu.

Na resposta a estas críticas, o deputado do PSD Carlos Abreu Amorim acusou João Semedo de tecer "um conjunto de generalizações e distorções" e de "confundir" empresas públicas com privadas, onde "as escolhas são feitas pelos acionistas e onde o Governo não tem qualquer intervenção".

No mesmo tom, Amorim acusou o BE de "fazer constantes juízos morais sobre tudo o que se passa na política portuguesa", assinalando que os bloquistas fazem "parte deste regime e integram a lógica da democracia".

Por seu lado, João Semedo rejeitou ter feito qualquer "insinuação": "Não foram todos nomeados? Já é tempo de o senhor deputado se acalmar e dar mais atenção à vida política do país".

"O senhor deputado não deve ter estado na campanha eleitoral do PSD", atirou.

Já o deputado do PCP João Oliveira, numa crítica em que foi secundado pelo deputado José Luís Ferreira, do PEV, afirmou ironicamente que Abreu Amorim "como comentador político era bem mais arrojado do que é como deputado", notando que "há uns meses" teria criticado o PS por uma situação semelhante.

"A isso chama-se hipocrisia", declarou.

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