Da Literatura: O REFERENDO CACETEIRO

02-07-2011
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Encontro a caixa de correio atulhada de mensagens sobre o Prós & Contras do referendo ao casamento de homossexuais. Seja. Aí vai, em modo telegráfico.Se os promotores do referendo não arranjam melhor equipa, bem podem arrumar as botas. Pedro Pestana Bastos e Pedro Picoito tentaram dar um módico de urbanidade ao debate, mas foi em vão. O senhor da coxia (Pinheiro Torres?) não deixou. Manuel João Ramos não quer casamentos de homossexuais porque sim. Ponto. E duas senhoras sentadas na primeira fila, uma antiga deputada e uma representante das famílias numerosas, têm uma concepção do mundo que já era antiga há 50 anos. No palco, Ribeiro e Castro exibiu uma truculência que fez lembrar o PREC. Disse mesmo que «o casamento não tem nada a ver com afectos». Está gravado, é só ouvir. Talvez quisesse dizer, como depois corrigiu, «o direito do casamento...», mas a frase foi realmente formulada daquele modo. Ele lá sabe porquê. Quanto a Bacelar Gouveia, portou-se, infelizmente, como um grunho de claque de futebol. Isabel Moreira chamou-lhe graçolas. Sim, a Isabel é uma pessoa educada. Como argumento decisivo, Bacelar Gouveia invocou o referendo pelo direito à autodeterminação do povo de Timor Leste. Se lhe dessem corda invocaria os pactos de sangue dos liurais.Do outro lado, Jorge Lacão foi de meridiana clareza. Gabriela Moita falou pouquíssimo, e foi pena. Heloísa Apolónia, Isabel Moreira, Miguel Vale de Almeida e Paulo Côrte-Real puseram os pontos nos ii, sobretudo a Isabel e o Miguel. Num improviso brilhante, Pedro Delgado Alves recentrou o debate. Antónia Pedroso de Lima pouco acrescentou.Tudo visto, uma certeza: a direita quer obrigar os casais homossexuais a adoptarem crianças. Não percebo porquê, mas também não é para perceber.Etiquetas: Casamento gay, Media, Política nacional

Encontro a caixa de correio atulhada de mensagens sobre o Prós & Contras do referendo ao casamento de homossexuais. Seja. Aí vai, em modo telegráfico.Se os promotores do referendo não arranjam melhor equipa, bem podem arrumar as botas. Pedro Pestana Bastos e Pedro Picoito tentaram dar um módico de urbanidade ao debate, mas foi em vão. O senhor da coxia (Pinheiro Torres?) não deixou. Manuel João Ramos não quer casamentos de homossexuais porque sim. Ponto. E duas senhoras sentadas na primeira fila, uma antiga deputada e uma representante das famílias numerosas, têm uma concepção do mundo que já era antiga há 50 anos. No palco, Ribeiro e Castro exibiu uma truculência que fez lembrar o PREC. Disse mesmo que «o casamento não tem nada a ver com afectos». Está gravado, é só ouvir. Talvez quisesse dizer, como depois corrigiu, «o direito do casamento...», mas a frase foi realmente formulada daquele modo. Ele lá sabe porquê. Quanto a Bacelar Gouveia, portou-se, infelizmente, como um grunho de claque de futebol. Isabel Moreira chamou-lhe graçolas. Sim, a Isabel é uma pessoa educada. Como argumento decisivo, Bacelar Gouveia invocou o referendo pelo direito à autodeterminação do povo de Timor Leste. Se lhe dessem corda invocaria os pactos de sangue dos liurais.Do outro lado, Jorge Lacão foi de meridiana clareza. Gabriela Moita falou pouquíssimo, e foi pena. Heloísa Apolónia, Isabel Moreira, Miguel Vale de Almeida e Paulo Côrte-Real puseram os pontos nos ii, sobretudo a Isabel e o Miguel. Num improviso brilhante, Pedro Delgado Alves recentrou o debate. Antónia Pedroso de Lima pouco acrescentou.Tudo visto, uma certeza: a direita quer obrigar os casais homossexuais a adoptarem crianças. Não percebo porquê, mas também não é para perceber.Etiquetas: Casamento gay, Media, Política nacional

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