VIBORAS: Mulher no trânsito (não) é um perigo constante?

12-07-2011
marcar artigo

Mulher no trânsito (não) é um perigo constante?

As mulheres têm menos acidentes de viação, em termos estatísticos, apesar de também terem uma menor exposição ao risco do que os homens. É com base neste princípio que as seguradoras oferecem prémios neste ramo a preços mais baixos às condutoras. Apesar de já haver alguns alertas sobre a inversão deste cenário, a Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados acredita que o contributo das mulheres para a segurança rodoviária é o de "acalmia do trânsito". Todas nós sabemos isso.

Jorge Santos, psicólogo e docente na Universidade do Minho sublinha, contudo, “há algumas nuances que devem ser consideradas, nomeadamente a quilometragem percorrida e a exposição de risco, ambos mais elevados para os homens. As mulheres têm menos quilómetros percorridos e tendem a conduzir em percursos do tipo casa-emprego ou casa-escola" (sim porque as crianças não podem ir sozinhas e os homens estão ocupadíssimos a fazer sabe-se lá o quê), e refere ainda que "há profissões tipicamente masculinas, como os camionistas ou os taxistas". Porém para Jorge Santos, estes factores "não apagam o efeito positivo da segurança rodoviária das mulheres”.

Este investigador defende que "as mulheres, em termos de competência de condução, têm um perfil diferenciado" dos homens”. A conclusão ficou demonstrada num estudo efectuado, no âmbito de um acordo da Universidade do Minho com a Direcção-Geral de Viação (DGV). A investigação pretendia avaliar os reflexos e tempos e reacção dos condutores perante o movimento de veículos projectado num simulador

O estudo concluiu que as mulheres davam menos erros, mas, com o aumento da idade, levavam mais tempo a responder. Os homens precisavam de menos tempo para dar uma resposta, mas erravam mais, sobretudo quando eram mais velhos (isto é obvio, uma vez que nem se dão ao trabalho de pensar erram). Parece consensual que as mulheres "são mais cuidadosas na coordenação motora, o que tem a ver com questões culturais".

Mas minhas amigas esta discriminação positiva pode ter os dias contados. A Comissão Europeia propôs recentemente uma directiva que proíbe a diferenciação de tarifas de seguro em função do sexo. Mania das igualdades ih ih ih! Mas nós vingamo-nos!

A imagem de que as mulheres conduzem mais devagar ou de que cumprem mais as regras de trânsito pode estar a sofrer uma evolução. "As mulheres eram mais calmas a conduzir, mas, hoje em dia, são muito mais agressivas, sobretudo nos meios urbanos", adverte a adjunta de comandante da divisão da PSP de Loures. Esta comissária lembra que, "há dez anos atrás, era impensável encontrar uma mulher ao volante de madrugada com álcool no sangue". Hoje, em operações "stop", é frequente mandar parar condutoras "às quatro e cinco da manhã, infelizmente muitas delas com álcool e em excesso de velocidade". Oh meninas sejam mais discretas, assim mais cedo ou mais tarde estamos iguais a eles. Que horror!

Para Florbela Carrilho, há uma distinção clara entre meio urbano e meio rural, mas, nas cidades, "as mulheres não param nas passadeiras e, nos cruzamentos, há muitos conflitos de prioridade de passagem". Apesar de reconhecer que a condução trouxe muitas vantagens para a autonomia das mulheres, Florbela Carrilho considera que elas "copiaram alguns comportamentos negativos dos homens". Lá está não copiem o mal eles erram tanto!

Já agora: mulheres condutoras do meu país existe algum motivo secreto para não agradecerem sempre que um cavalheiro vos cede a passagem? Não é necessária uma carta de agradecimento, mas um gesto... um simples gesto. Até nem é pedir muito pois não? Sejam mais generosas.

O presidente da ACAM, Manuel João Ramos, ainda acredita que "está mais ou menos comprovado que há menos mulheres sujeitas a infracções de velocidade e isso pode induzir a uma certa acalmia de trânsito". Apesar de, habitualmente, as condutoras terem menos familiaridade mecânica com o carro, Manuel João Ramos desejava que a condução pudesse tornar-se mais feminina, sobretudo em certas circunstâncias. E lança um conselho aos homens: "Nas viagens de longo curso, dêem o volante à mulher". Isto dito por um homem parece ouro sobre azul, mais palavras para quê?

Posted by VIBORAS at junho 8, 2004 03:53 PM

Mulher no trânsito (não) é um perigo constante?

As mulheres têm menos acidentes de viação, em termos estatísticos, apesar de também terem uma menor exposição ao risco do que os homens. É com base neste princípio que as seguradoras oferecem prémios neste ramo a preços mais baixos às condutoras. Apesar de já haver alguns alertas sobre a inversão deste cenário, a Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados acredita que o contributo das mulheres para a segurança rodoviária é o de "acalmia do trânsito". Todas nós sabemos isso.

Jorge Santos, psicólogo e docente na Universidade do Minho sublinha, contudo, “há algumas nuances que devem ser consideradas, nomeadamente a quilometragem percorrida e a exposição de risco, ambos mais elevados para os homens. As mulheres têm menos quilómetros percorridos e tendem a conduzir em percursos do tipo casa-emprego ou casa-escola" (sim porque as crianças não podem ir sozinhas e os homens estão ocupadíssimos a fazer sabe-se lá o quê), e refere ainda que "há profissões tipicamente masculinas, como os camionistas ou os taxistas". Porém para Jorge Santos, estes factores "não apagam o efeito positivo da segurança rodoviária das mulheres”.

Este investigador defende que "as mulheres, em termos de competência de condução, têm um perfil diferenciado" dos homens”. A conclusão ficou demonstrada num estudo efectuado, no âmbito de um acordo da Universidade do Minho com a Direcção-Geral de Viação (DGV). A investigação pretendia avaliar os reflexos e tempos e reacção dos condutores perante o movimento de veículos projectado num simulador

O estudo concluiu que as mulheres davam menos erros, mas, com o aumento da idade, levavam mais tempo a responder. Os homens precisavam de menos tempo para dar uma resposta, mas erravam mais, sobretudo quando eram mais velhos (isto é obvio, uma vez que nem se dão ao trabalho de pensar erram). Parece consensual que as mulheres "são mais cuidadosas na coordenação motora, o que tem a ver com questões culturais".

Mas minhas amigas esta discriminação positiva pode ter os dias contados. A Comissão Europeia propôs recentemente uma directiva que proíbe a diferenciação de tarifas de seguro em função do sexo. Mania das igualdades ih ih ih! Mas nós vingamo-nos!

A imagem de que as mulheres conduzem mais devagar ou de que cumprem mais as regras de trânsito pode estar a sofrer uma evolução. "As mulheres eram mais calmas a conduzir, mas, hoje em dia, são muito mais agressivas, sobretudo nos meios urbanos", adverte a adjunta de comandante da divisão da PSP de Loures. Esta comissária lembra que, "há dez anos atrás, era impensável encontrar uma mulher ao volante de madrugada com álcool no sangue". Hoje, em operações "stop", é frequente mandar parar condutoras "às quatro e cinco da manhã, infelizmente muitas delas com álcool e em excesso de velocidade". Oh meninas sejam mais discretas, assim mais cedo ou mais tarde estamos iguais a eles. Que horror!

Para Florbela Carrilho, há uma distinção clara entre meio urbano e meio rural, mas, nas cidades, "as mulheres não param nas passadeiras e, nos cruzamentos, há muitos conflitos de prioridade de passagem". Apesar de reconhecer que a condução trouxe muitas vantagens para a autonomia das mulheres, Florbela Carrilho considera que elas "copiaram alguns comportamentos negativos dos homens". Lá está não copiem o mal eles erram tanto!

Já agora: mulheres condutoras do meu país existe algum motivo secreto para não agradecerem sempre que um cavalheiro vos cede a passagem? Não é necessária uma carta de agradecimento, mas um gesto... um simples gesto. Até nem é pedir muito pois não? Sejam mais generosas.

O presidente da ACAM, Manuel João Ramos, ainda acredita que "está mais ou menos comprovado que há menos mulheres sujeitas a infracções de velocidade e isso pode induzir a uma certa acalmia de trânsito". Apesar de, habitualmente, as condutoras terem menos familiaridade mecânica com o carro, Manuel João Ramos desejava que a condução pudesse tornar-se mais feminina, sobretudo em certas circunstâncias. E lança um conselho aos homens: "Nas viagens de longo curso, dêem o volante à mulher". Isto dito por um homem parece ouro sobre azul, mais palavras para quê?

Posted by VIBORAS at junho 8, 2004 03:53 PM

marcar artigo