Está o lascivo e doce passarinho
com o biquinho as penas ordenando;
o verso, sem medida, alegre e brando,
espedindo no rústico raminho;
o cruel caçador (que do caminho
se vem calado e manso desviando)
na pronta vista a seta endireitando,
lhe dá no Estígio lago eterno ninho.
Destarte o coração, que livre andava,
(posto que já de longe destinado)
onde menos temia, foi ferido.
Porque o Freicheiro cego me esperava,
para que me tomasse descuidado,
em vossos claros olhos escondido.
*diz-se que terá fenecido triste, pobre, e angustiado, no dia 10 de Junho de 1580, em Lisboa, aquele que foi o maior Poeta Português que alguma vez vivera, até ao dia 13 de Junho de 1888! Onde quer que estejas, Luiz, o País continua o mesmo, tu Grande, ele Pequeno. Tu vives nos versos que nos deixaste; ele morre no verso da Glória que um dia cantaste.
Quadro de João Ramos, que pode ser encontrado aqui.
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Está o lascivo e doce passarinho
com o biquinho as penas ordenando;
o verso, sem medida, alegre e brando,
espedindo no rústico raminho;
o cruel caçador (que do caminho
se vem calado e manso desviando)
na pronta vista a seta endireitando,
lhe dá no Estígio lago eterno ninho.
Destarte o coração, que livre andava,
(posto que já de longe destinado)
onde menos temia, foi ferido.
Porque o Freicheiro cego me esperava,
para que me tomasse descuidado,
em vossos claros olhos escondido.
*diz-se que terá fenecido triste, pobre, e angustiado, no dia 10 de Junho de 1580, em Lisboa, aquele que foi o maior Poeta Português que alguma vez vivera, até ao dia 13 de Junho de 1888! Onde quer que estejas, Luiz, o País continua o mesmo, tu Grande, ele Pequeno. Tu vives nos versos que nos deixaste; ele morre no verso da Glória que um dia cantaste.
Quadro de João Ramos, que pode ser encontrado aqui.