Edward Steichen, Across the salt marshes, Huntington, 1905Sonhei ou estou acordado? Vejo o tempo em quepasseávamos por aquele jardim. Só nosso. A floresta deencantamentos. Movíamo-nos e a floresta avançavaconnosco. Era pelo entardecer. A lua uma pluma no teucolo. Um dia morreste para eu poder tocar-te o rosto.Depois trocámos gasosas embrulhadas em papel dejornal. Bebedeiras na macieza da relva. Sanguederramado em afagos, mil braços abandonados. Mantrasem que nossos olhos se penetraram até não sabermosonde. Luzeiros em que nos amamentámos. Idadesesquecidas. E sobreveio a noite. Cerrada. Estonteada.A verdade é que as parras caíram. E com a libido àscostas, foi uma escalada purpurina. Até desaparecermosesgotados no laborioso poço do sono. Texto de C.S.A.* Chet Baker (10:08) in 'Chet Baker in Tokyo'
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Edward Steichen, Across the salt marshes, Huntington, 1905Sonhei ou estou acordado? Vejo o tempo em quepasseávamos por aquele jardim. Só nosso. A floresta deencantamentos. Movíamo-nos e a floresta avançavaconnosco. Era pelo entardecer. A lua uma pluma no teucolo. Um dia morreste para eu poder tocar-te o rosto.Depois trocámos gasosas embrulhadas em papel dejornal. Bebedeiras na macieza da relva. Sanguederramado em afagos, mil braços abandonados. Mantrasem que nossos olhos se penetraram até não sabermosonde. Luzeiros em que nos amamentámos. Idadesesquecidas. E sobreveio a noite. Cerrada. Estonteada.A verdade é que as parras caíram. E com a libido àscostas, foi uma escalada purpurina. Até desaparecermosesgotados no laborioso poço do sono. Texto de C.S.A.* Chet Baker (10:08) in 'Chet Baker in Tokyo'