Costa sai de Lisboa e dá tiro de partida para a pré-campanha

02-04-2015
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Costa sai de Lisboa e dá tiro de partida para a pré-campanha

Ana Petronilho

ana.petronilho@economico.pt

Ontem 00:05

A seis meses das eleições Costa sai da câmara de Lisboa e "aquecem os motores" da campanha.

Quatro meses depois de ter sido eleito secretário-geral do PS e de se assumir como candidato a primeiro-ministro, António Costa deixa a Câmara de Lisboa.

A renúncia ao cargo como presidente da autarquia acontece hoje, durante a reunião de câmara, e marca o arranque da pré-campanha, dizem os politólogos ouvidos pelo Económico. "Faltam cinco a seis meses das legislativas e entramos na última etapa. Estão a arrancar os motores da pré-campanha", diz o professor de Ciência Política da Universidade de Aveiro, Carlos Jalali.

A renúncia acontece também numa altura em que o PS já prepara o programa de governo "e isso exige uma dedicação a 100%", acrescenta o professor da Universidade de Lisboa, António Costa Pinto.

Além disso, se Costa ficasse mais tempo nos comandos da câmara poderia "ser problemático". Isto porque, defende Costa Pinto, "algumas medidas que poderia tomar enquanto autarca podiam-se virar contra ele" e arriscava a ser acusado, acrescenta Jalali, "de não dar suficiente tempo à câmara e perderia tempo na campanha".

Apesar das notícias que vieram a público a dar conta de pressões internas para que dedicasse mais tempo ao partido, os dois politólogos não acreditam que a decisão de António Costa seja resultado dessas pressões. "Acredito que tenha sido o ‘timing' que ele tinha definido", sublinha Carlos Jalali, ao que Costa Pinto acrescenta que o processo de transição para Fernando Medina "foi controlado e calmo".

Com a saída da câmara, António Costa perde a única fonte de rendimento. Questionado pelo Económico sobre a possibilidade de o partido vir a atribuir alguma compensação ao secretário-geral, o PS não respondeu. O anúncio da saída da câmara foi feito ontem na Assembleia Municipal e já provocou reacções do PSD e do CDS.

O vereador do CDS na autarquia, João Gonçalves Pereira, salienta que "nos últimos meses tem-se notado a ausência" de Costa na câmara e que "há mais vida além de Costa e Lisboa viverá bem" depois da sua saída. O PSD, pela voz do líder parlamentar Luís Montenegro, aproveitou para lembrar que a decisão de António Costa permite constatar que "uma vez mais" não leva os seus mandatos até ao fim.

Costa sai de Lisboa e dá tiro de partida para a pré-campanha

Ana Petronilho

ana.petronilho@economico.pt

Ontem 00:05

A seis meses das eleições Costa sai da câmara de Lisboa e "aquecem os motores" da campanha.

Quatro meses depois de ter sido eleito secretário-geral do PS e de se assumir como candidato a primeiro-ministro, António Costa deixa a Câmara de Lisboa.

A renúncia ao cargo como presidente da autarquia acontece hoje, durante a reunião de câmara, e marca o arranque da pré-campanha, dizem os politólogos ouvidos pelo Económico. "Faltam cinco a seis meses das legislativas e entramos na última etapa. Estão a arrancar os motores da pré-campanha", diz o professor de Ciência Política da Universidade de Aveiro, Carlos Jalali.

A renúncia acontece também numa altura em que o PS já prepara o programa de governo "e isso exige uma dedicação a 100%", acrescenta o professor da Universidade de Lisboa, António Costa Pinto.

Além disso, se Costa ficasse mais tempo nos comandos da câmara poderia "ser problemático". Isto porque, defende Costa Pinto, "algumas medidas que poderia tomar enquanto autarca podiam-se virar contra ele" e arriscava a ser acusado, acrescenta Jalali, "de não dar suficiente tempo à câmara e perderia tempo na campanha".

Apesar das notícias que vieram a público a dar conta de pressões internas para que dedicasse mais tempo ao partido, os dois politólogos não acreditam que a decisão de António Costa seja resultado dessas pressões. "Acredito que tenha sido o ‘timing' que ele tinha definido", sublinha Carlos Jalali, ao que Costa Pinto acrescenta que o processo de transição para Fernando Medina "foi controlado e calmo".

Com a saída da câmara, António Costa perde a única fonte de rendimento. Questionado pelo Económico sobre a possibilidade de o partido vir a atribuir alguma compensação ao secretário-geral, o PS não respondeu. O anúncio da saída da câmara foi feito ontem na Assembleia Municipal e já provocou reacções do PSD e do CDS.

O vereador do CDS na autarquia, João Gonçalves Pereira, salienta que "nos últimos meses tem-se notado a ausência" de Costa na câmara e que "há mais vida além de Costa e Lisboa viverá bem" depois da sua saída. O PSD, pela voz do líder parlamentar Luís Montenegro, aproveitou para lembrar que a decisão de António Costa permite constatar que "uma vez mais" não leva os seus mandatos até ao fim.

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