O Cachimbo de Magritte: Liberdades

24-01-2012
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O deputado holandês de extrema-direita Geert Wilders vai ser julgado "por incitar ao ódio e à discriminação, com base em comentários seus feitos em vários media acerca dos muçulmanos e das suas convicções” e por “insultar os crentes muçulmanos ao comparar o Islão e o Nazismo”. Recentemente, Wilders afirmou que os ataques terroristas em Mumbai são a prova de que não existe um Islão moderado. Defende que o Corão seja proibido, comparando-o a Mein Kampf. Acredito que estas ideias ofendam os muçulmanos e que a grande maioria se sinta injustiçada com as absurdas simplificações em que assentam. Eu próprio, que não sou muçulmano, cheguei à conclusão que Wilders é um idiota montado no cavalo do “politicamente incorrecto”. É isto suficiente para levá-lo a julgamento? Não deveria ser. A decisão de o levar a julgamento é mais um sintoma da auto-censura que o Ocidente se tem imposto sempre que fala sobre o Islão. Uma auto-censura que não nasce de uma preocupação genuína com a sensibilidade muçulmana mas do medo da reacção dos extremistas islâmicos. A liberdade de expressão dá assim lugar à liberdade de não “incendiar” os ânimos muçulmanos.Este artigo do Guardian sobre o caso Rushdie explica como tudo mudou nos últimos 20 anos:“Who would dare to write a book like The Satanic Verses nowadays? And if some brave or reckless author did dare, who would publish it? The signs in both cases are that no such writer or publisher is likely to appear, and for two reasons. The first and most obvious is fear.”


O deputado holandês de extrema-direita Geert Wilders vai ser julgado "por incitar ao ódio e à discriminação, com base em comentários seus feitos em vários media acerca dos muçulmanos e das suas convicções” e por “insultar os crentes muçulmanos ao comparar o Islão e o Nazismo”. Recentemente, Wilders afirmou que os ataques terroristas em Mumbai são a prova de que não existe um Islão moderado. Defende que o Corão seja proibido, comparando-o a Mein Kampf. Acredito que estas ideias ofendam os muçulmanos e que a grande maioria se sinta injustiçada com as absurdas simplificações em que assentam. Eu próprio, que não sou muçulmano, cheguei à conclusão que Wilders é um idiota montado no cavalo do “politicamente incorrecto”. É isto suficiente para levá-lo a julgamento? Não deveria ser. A decisão de o levar a julgamento é mais um sintoma da auto-censura que o Ocidente se tem imposto sempre que fala sobre o Islão. Uma auto-censura que não nasce de uma preocupação genuína com a sensibilidade muçulmana mas do medo da reacção dos extremistas islâmicos. A liberdade de expressão dá assim lugar à liberdade de não “incendiar” os ânimos muçulmanos.Este artigo do Guardian sobre o caso Rushdie explica como tudo mudou nos últimos 20 anos:“Who would dare to write a book like The Satanic Verses nowadays? And if some brave or reckless author did dare, who would publish it? The signs in both cases are that no such writer or publisher is likely to appear, and for two reasons. The first and most obvious is fear.”

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