O Cachimbo de Magritte: Há setenta anos III

06-07-2011
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Recupero o que há pouco mais de dois anos escrevi sobre um aspecto deste ano fatídico de 1939."Their Vilest Hour": Há 68 anos era assinado o infame pacto Molotov-Ribbentrop. Estaline mostrava ao mundo inteiro que não era muito diferente de Hitler e que o regime soviético tinha ambições imperiais semelhantes às do regime nazi. Foi num dia 23 de Agosto.Foi a tradução diplomática da tese posterior que defendeu que ambos os regimes eram essencialmente idênticos, baptizando-os com uma palavra nova: "totalitarismo".Foi o momento mais alto do mundo das trevas, dividido entre o nacional-socialismo e o bolchevismo.Foi o momento mais baixo da civilização europeia.Quando vemos quem eram os signatários do pacto, e o que representavam, e quando recordamos tudo o que daí resultou, sentimos aquele impulso estéril de dizer que o 23 de Agosto seria o candidato perfeito para um dia de luto europeu.O que valeria a pena acrescentar é que esta guerra que acabou por extinguir o nazismo foi providencial para a sobrevivência do comunismo e sua subsequente expansão pelo mundo fora, não só na Europa Central e Oriental, mas também na China, América Latina, etc. O comunismo soviético estalinista, a única versão aceite e "real" do socialismo de então, estava nas vésperas da guerra em estado comatoso. Foi o prestígio conferido pelo sofrimento imensurável que a guerra trouxe às terras da revolução vermelha, bem como a tibieza das outras fontes de oposição ao fascismo na Europa, que salvaram o comunismo, ou pelo menos lhe deram mais 40 anos de vida. Isto Estaline e os seus discípulos deveram a Hitler. Hitler, que desprezava o comunismo, foi o grande obreiro do império mundial que Moscovo edificou. Império de territórios e de consciências. Foi uma tragédia que se acrescentou à tragédia.


Recupero o que há pouco mais de dois anos escrevi sobre um aspecto deste ano fatídico de 1939."Their Vilest Hour": Há 68 anos era assinado o infame pacto Molotov-Ribbentrop. Estaline mostrava ao mundo inteiro que não era muito diferente de Hitler e que o regime soviético tinha ambições imperiais semelhantes às do regime nazi. Foi num dia 23 de Agosto.Foi a tradução diplomática da tese posterior que defendeu que ambos os regimes eram essencialmente idênticos, baptizando-os com uma palavra nova: "totalitarismo".Foi o momento mais alto do mundo das trevas, dividido entre o nacional-socialismo e o bolchevismo.Foi o momento mais baixo da civilização europeia.Quando vemos quem eram os signatários do pacto, e o que representavam, e quando recordamos tudo o que daí resultou, sentimos aquele impulso estéril de dizer que o 23 de Agosto seria o candidato perfeito para um dia de luto europeu.O que valeria a pena acrescentar é que esta guerra que acabou por extinguir o nazismo foi providencial para a sobrevivência do comunismo e sua subsequente expansão pelo mundo fora, não só na Europa Central e Oriental, mas também na China, América Latina, etc. O comunismo soviético estalinista, a única versão aceite e "real" do socialismo de então, estava nas vésperas da guerra em estado comatoso. Foi o prestígio conferido pelo sofrimento imensurável que a guerra trouxe às terras da revolução vermelha, bem como a tibieza das outras fontes de oposição ao fascismo na Europa, que salvaram o comunismo, ou pelo menos lhe deram mais 40 anos de vida. Isto Estaline e os seus discípulos deveram a Hitler. Hitler, que desprezava o comunismo, foi o grande obreiro do império mundial que Moscovo edificou. Império de territórios e de consciências. Foi uma tragédia que se acrescentou à tragédia.

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