Pouco tempo depois da queda do Muro de Berlim, um conselheiro até aí desconhecido da Casa de Branca, de seu nome Francis Fukuyama, escreveu um livro que o tornou célebre: O Fim da História e o Último Homem. Como se lembrarão, Fukuyama afirmava que o fracasso do comunismo na Europa de Leste teria por inevitável consequência a universalização da democracia e do mercado e, assim, uma era kantiana de paz entre as nações. À qual chamou "o fim da História". Como também se lembrarão, a profecia falhou. A Rússia e a China, dois supostos derrotados da guerra ideológica, mostraram nos últimos anos que é possível ter um capitalismo galopante e um débil regime democrático. Mais: a Rússia e a China, depois de ter passado em menos de um século do feudalismo ao socialismo e do socialismo ao capitalismo (contrariando Marx, além de Fukuyama), mostraram que, por baixo dos terramotos da política, as placas tectónicas das nações assentam na geografia. Foi o que vimos por estes dias no Cáucaso e em Pequim. A Rússia dos milionários pós-modernos que compram clubes ingleses é ainda o império dos czares, brancos ou vermelhos, que enfrentou as potências ocidentais na Crimeia, na Checoslováquia e no Afeganistão. A China dos Jogos Olímpicos e da "abertura" é ainda o maior e mais antigo despotismo do mundo, com extensões nunca esquecidas em Taywan e no Tibete.A História está de volta, diz Robert Kagan. E vem a cavalo nos nacionalismos do costume.
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Pouco tempo depois da queda do Muro de Berlim, um conselheiro até aí desconhecido da Casa de Branca, de seu nome Francis Fukuyama, escreveu um livro que o tornou célebre: O Fim da História e o Último Homem. Como se lembrarão, Fukuyama afirmava que o fracasso do comunismo na Europa de Leste teria por inevitável consequência a universalização da democracia e do mercado e, assim, uma era kantiana de paz entre as nações. À qual chamou "o fim da História". Como também se lembrarão, a profecia falhou. A Rússia e a China, dois supostos derrotados da guerra ideológica, mostraram nos últimos anos que é possível ter um capitalismo galopante e um débil regime democrático. Mais: a Rússia e a China, depois de ter passado em menos de um século do feudalismo ao socialismo e do socialismo ao capitalismo (contrariando Marx, além de Fukuyama), mostraram que, por baixo dos terramotos da política, as placas tectónicas das nações assentam na geografia. Foi o que vimos por estes dias no Cáucaso e em Pequim. A Rússia dos milionários pós-modernos que compram clubes ingleses é ainda o império dos czares, brancos ou vermelhos, que enfrentou as potências ocidentais na Crimeia, na Checoslováquia e no Afeganistão. A China dos Jogos Olímpicos e da "abertura" é ainda o maior e mais antigo despotismo do mundo, com extensões nunca esquecidas em Taywan e no Tibete.A História está de volta, diz Robert Kagan. E vem a cavalo nos nacionalismos do costume.