O Cachimbo de Magritte: Libertários 2

03-07-2011
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O André não podia estar mais certo. Só a palavra "fusão" é que pode induzir em erro, já que também pode traduzir um processo através do qual se gera uma coisa diferente dos dois elementos (Estado, mercado) fundidos. Na realidade, como já aqui se disse, no pensamento libertário trata-se de se subsumir o Estado no mercado. O exemplo mais nítido ocorre quando se procede à justificação libertária do Estado, a chamada tese do Estado mínimo. A justificação da existência do Estado cinge-se à lógica estrita do mercado, na medida em que o Estado aparece como um prestador de serviços - segurança interna e externa -, com clientes e livro de reclamações, e cujo funcionamento tem como regra única a análise de custos-benefícios. Isto pode ser muita coisa; mas "separação" não é. Para falar de "separação" temos de recorrer a um horizonte político em que se pretende proteger o Estado da penetração do domínio económico, ou como diriam alguns, em que se torna necessário proteger o "político"; e encontramo-la também nas perspectivas que colocam o Estado numa instância superior de forma a operar a conciliação da fragmentação produzida pelo "sistema de necessidades". Horizontes esses que não se confundem com o horizonte libertário.


O André não podia estar mais certo. Só a palavra "fusão" é que pode induzir em erro, já que também pode traduzir um processo através do qual se gera uma coisa diferente dos dois elementos (Estado, mercado) fundidos. Na realidade, como já aqui se disse, no pensamento libertário trata-se de se subsumir o Estado no mercado. O exemplo mais nítido ocorre quando se procede à justificação libertária do Estado, a chamada tese do Estado mínimo. A justificação da existência do Estado cinge-se à lógica estrita do mercado, na medida em que o Estado aparece como um prestador de serviços - segurança interna e externa -, com clientes e livro de reclamações, e cujo funcionamento tem como regra única a análise de custos-benefícios. Isto pode ser muita coisa; mas "separação" não é. Para falar de "separação" temos de recorrer a um horizonte político em que se pretende proteger o Estado da penetração do domínio económico, ou como diriam alguns, em que se torna necessário proteger o "político"; e encontramo-la também nas perspectivas que colocam o Estado numa instância superior de forma a operar a conciliação da fragmentação produzida pelo "sistema de necessidades". Horizontes esses que não se confundem com o horizonte libertário.

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