Remodelação já! Tira-se o Gaspar e põe-se o...

09-10-2015
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Não sei quem se põe... A remodelação que vem aí a caminho vai manter Vítor Gaspar. Diria mesmo que é mais fácil remodelar Passos Coelho do que Vítor Gaspar. Por três ordens de motivos.

A primeira, é que Vítor Gaspar, bem ou mal, é um nome de confiança para a troika e para os nossos credores;

A segunda, é que ninguém quer ir para o lugar de Vítor Gaspar;

A terceira é que os nomes eventualmente consideráveis para o lugar de Gaspar reúnem tanta confiança no eleitorado como o próprio Gaspar. Falemos dos antecessores do atual ministro: Teixeira dos Santos; Bagão Félix; Manuela Ferreira Leite; Joaquim Pina Moura; Eduardo Catroga; Braga de Macedo; Miguel Beleza... Alguém confia que um deles seria uma solução significativamente melhor? Apesar de alguns deles serem dos mais ferozes críticos do Orçamento em debate? Claro que há outros nomes de economistas, também muito críticos: Louçã, João Galamba, Octávio Teixeira, José Reis... Mas estes militantes anti-troika, não deitariam ainda mais abaixo a economia?

Retirei propositadamente os nomes de seis ex-ministros das Finanças dos governos constitucionais: José Silva Lopes e Jacinto Nunes, que contam já com uma idade avançada (embora ambos, felizmente, muito lúcidos); Guilherme d'Oliveira Martins, que é presidente do Tribunal de Contas; Cavaco Silva, que é Presidente da República; Medina Carreira que incendiaria o país e... Luís Campos e Cunha que tem guardado um significativo silêncio, depois de ter saído do Governo Sócrates, logo no seu início, por se opor às grandes obras como o TGV e o novo aeroporto. Não contei, igualmente, os nomes de economistas como Vítor Bento que, no essencial, estão de acordo com Gaspar.

Como se vê, a escolha não é fácil. Simples é dizer que se tira o Gaspar. Mas é quase impossível arranjar alguém que tenha o capital de confiança necessário.

ATUALIZAÇÃO - alguns leitores, detetaram e bem, que me esqueci do nome de Miguel Cadilhe. É verdade, foi esquecimento. Mas Cadilhe tem defendido a renegociação, como muitos outros, o que não depende de quem é o ministro mas de quem é o credor. Além disso a pergunta é sobre a credibilidade. Também o nome de Paulo Macedo é muitas vezes referido. Não creio que Paulo Macedo (apesar de o ter na conta de muito competente) fizesse substancialmente diferente. E é claro, até pela sua carreira profissional, que não teria a mesma aceitação junto de entidades como o BCE e o FMI.

Twitter: @HenriquMonteiro https://twitter.com/HenriquMonteiro

Facebook: http://www.facebook.com/hmonteiro

Não sei quem se põe... A remodelação que vem aí a caminho vai manter Vítor Gaspar. Diria mesmo que é mais fácil remodelar Passos Coelho do que Vítor Gaspar. Por três ordens de motivos.

A primeira, é que Vítor Gaspar, bem ou mal, é um nome de confiança para a troika e para os nossos credores;

A segunda, é que ninguém quer ir para o lugar de Vítor Gaspar;

A terceira é que os nomes eventualmente consideráveis para o lugar de Gaspar reúnem tanta confiança no eleitorado como o próprio Gaspar. Falemos dos antecessores do atual ministro: Teixeira dos Santos; Bagão Félix; Manuela Ferreira Leite; Joaquim Pina Moura; Eduardo Catroga; Braga de Macedo; Miguel Beleza... Alguém confia que um deles seria uma solução significativamente melhor? Apesar de alguns deles serem dos mais ferozes críticos do Orçamento em debate? Claro que há outros nomes de economistas, também muito críticos: Louçã, João Galamba, Octávio Teixeira, José Reis... Mas estes militantes anti-troika, não deitariam ainda mais abaixo a economia?

Retirei propositadamente os nomes de seis ex-ministros das Finanças dos governos constitucionais: José Silva Lopes e Jacinto Nunes, que contam já com uma idade avançada (embora ambos, felizmente, muito lúcidos); Guilherme d'Oliveira Martins, que é presidente do Tribunal de Contas; Cavaco Silva, que é Presidente da República; Medina Carreira que incendiaria o país e... Luís Campos e Cunha que tem guardado um significativo silêncio, depois de ter saído do Governo Sócrates, logo no seu início, por se opor às grandes obras como o TGV e o novo aeroporto. Não contei, igualmente, os nomes de economistas como Vítor Bento que, no essencial, estão de acordo com Gaspar.

Como se vê, a escolha não é fácil. Simples é dizer que se tira o Gaspar. Mas é quase impossível arranjar alguém que tenha o capital de confiança necessário.

ATUALIZAÇÃO - alguns leitores, detetaram e bem, que me esqueci do nome de Miguel Cadilhe. É verdade, foi esquecimento. Mas Cadilhe tem defendido a renegociação, como muitos outros, o que não depende de quem é o ministro mas de quem é o credor. Além disso a pergunta é sobre a credibilidade. Também o nome de Paulo Macedo é muitas vezes referido. Não creio que Paulo Macedo (apesar de o ter na conta de muito competente) fizesse substancialmente diferente. E é claro, até pela sua carreira profissional, que não teria a mesma aceitação junto de entidades como o BCE e o FMI.

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