Cravo de Abril: ESTÁ-LHES NO SANGUE...

23-01-2012
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Pena foi que aqueles manifestantes que apuparam Vital Moreira tivessem caído na ratoeira que lhes foi armada.Porque foi disso que se tratou: Vital Moreira foi ao 1º de Maio da CGTP à espera que acontecesse o que aconteceu - ou mais ainda, se possível...E quando saiu do Martim Moniz e se dirigiu para as comemorações da UGT, ia certamente satisfeito e com o sentimento de tarefa cumprida.Imagino os jornais de amanhã...Como é sabido, não é esta a primeira vez que o PS recorre a este tipo de provocações: idêntica armadilha foi montada por Mário Soares, então candidato à presidência da república, na Marinha Grande.E também nessa altura houve quem caísse na ratoeira, o que muito agradou ao provocador e grandes benefícios lhe trouxe.Entretanto, recordamos hoje, aqui, uma outra provocação montada pelo PS há 34 anos, precisamente no 1º de Maio de 1975, dia escolhido por Mário Soares para - como sublinhou Álvaro Cunhal - «iniciar as provocações de grande espectáculo, que culminariam na ruptura e saída do Governo» («A verdade e a mentira na Revolução de Abril . a contra-revolução confessa-se»)Soares - que rejeitara participar na manifestação e recusara aceitar que o primeiro-ministro Vasco Gonçalves interviesse no comício - organizou uma operação provocatória que tinha como objectivo provocar confrontos no Estádio 1º de Maio e ir à tribuna «exigir a demissão de Vasco Gonçalves e a saída dos comunistas do Governo».Não o conseguiu, obviamente - mas imagine-se o que teria acontecido se lograsse concretizar os seus intentos...Em todo o caso, conseguiu que a imprensa nacional e internacional o apresentasse como «insultado», «agredido» e, naturalmente, «vítima dos comunistas», «os verdadeiros culpados de tudo o que aconteceu» - e ele próprio produziu relatos lancinantes das maldades antidemocráticas que os comunistas lhe fizeram...Provavelmente, jornais de amanhã dirão o mesmo a propósito deste 1º de Maio, e a «vítima» Vital repetirá o paleio da «vítima» Soares.Voltando à provocação do 1º de Maio de 1975, vale a pena lembrar as confissões feitas por Mário Soares a Maria João Avilez, em 1995 - portanto vinte anos depois da ocorrência e quando a contra-revolução vitoriosa já lhe permitia falar à vontade e com a arrogância de vencedor.Confessou ele, impante:«Estragámos a festa. Entrámos (no Estádio 1º de Maio) de roldão, em puro confronto físico, (...) abrindo caminho ao empurrão, ao soco e aos encontrões.(...) Quando lá chegámos (à tribuna) fomos impedidos de entrar pelos elementos da Intersindical (...) Impossibilitados de entrar e de usar da palavra».Palavras bem reveladoras de uma incontestável vocação provocatória - tão forte e tantas vezes utilizada por esta gente do PS que dela se pode dizer que está-lhes no sangue.


Pena foi que aqueles manifestantes que apuparam Vital Moreira tivessem caído na ratoeira que lhes foi armada.Porque foi disso que se tratou: Vital Moreira foi ao 1º de Maio da CGTP à espera que acontecesse o que aconteceu - ou mais ainda, se possível...E quando saiu do Martim Moniz e se dirigiu para as comemorações da UGT, ia certamente satisfeito e com o sentimento de tarefa cumprida.Imagino os jornais de amanhã...Como é sabido, não é esta a primeira vez que o PS recorre a este tipo de provocações: idêntica armadilha foi montada por Mário Soares, então candidato à presidência da república, na Marinha Grande.E também nessa altura houve quem caísse na ratoeira, o que muito agradou ao provocador e grandes benefícios lhe trouxe.Entretanto, recordamos hoje, aqui, uma outra provocação montada pelo PS há 34 anos, precisamente no 1º de Maio de 1975, dia escolhido por Mário Soares para - como sublinhou Álvaro Cunhal - «iniciar as provocações de grande espectáculo, que culminariam na ruptura e saída do Governo» («A verdade e a mentira na Revolução de Abril . a contra-revolução confessa-se»)Soares - que rejeitara participar na manifestação e recusara aceitar que o primeiro-ministro Vasco Gonçalves interviesse no comício - organizou uma operação provocatória que tinha como objectivo provocar confrontos no Estádio 1º de Maio e ir à tribuna «exigir a demissão de Vasco Gonçalves e a saída dos comunistas do Governo».Não o conseguiu, obviamente - mas imagine-se o que teria acontecido se lograsse concretizar os seus intentos...Em todo o caso, conseguiu que a imprensa nacional e internacional o apresentasse como «insultado», «agredido» e, naturalmente, «vítima dos comunistas», «os verdadeiros culpados de tudo o que aconteceu» - e ele próprio produziu relatos lancinantes das maldades antidemocráticas que os comunistas lhe fizeram...Provavelmente, jornais de amanhã dirão o mesmo a propósito deste 1º de Maio, e a «vítima» Vital repetirá o paleio da «vítima» Soares.Voltando à provocação do 1º de Maio de 1975, vale a pena lembrar as confissões feitas por Mário Soares a Maria João Avilez, em 1995 - portanto vinte anos depois da ocorrência e quando a contra-revolução vitoriosa já lhe permitia falar à vontade e com a arrogância de vencedor.Confessou ele, impante:«Estragámos a festa. Entrámos (no Estádio 1º de Maio) de roldão, em puro confronto físico, (...) abrindo caminho ao empurrão, ao soco e aos encontrões.(...) Quando lá chegámos (à tribuna) fomos impedidos de entrar pelos elementos da Intersindical (...) Impossibilitados de entrar e de usar da palavra».Palavras bem reveladoras de uma incontestável vocação provocatória - tão forte e tantas vezes utilizada por esta gente do PS que dela se pode dizer que está-lhes no sangue.

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