Comentários em: O véu e a esquerda

09-07-2011
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Mudar de pertença para dependencia não muda nada de essencial (pertencer a ou depender de, neste contexto, tem significados mt proximos) O que tu rejeitas é a ideia de otherness como algo que não pode ser incorporado num esquema ulterior ou precedente ou…O Foucault (da Butler não falo pq conheço mt pouco do seu trabalho) , coitado, não elaborou mt este conceito do contingente (no sentido do imprevisto, de ruptura ontológica) Mesmo na Arqueologia do Saber, a ideia de discontinuidade está pre determinada por processos (nunca satisfatoriamente explicados) invisiveis. O que tu rejeitas é a ideia da diferença singular, isolada, desconexada de um qq. Rejeitas o singular abstracto, destituido de conteudo social. Mas penso que por vezes exageras e confundes: 1) esta necessidade de situar o eu no social (algo fácil de argumentar e justificar) com 2) um ideal concentrico de “ser.” É evidente que não há nada que surga de um ex nihilo. Pessoalmente eu acredito na ideia de absolute otherness, desde que seja devidamente elaborada (ou seja, a otherness situa-se onde, tem a ver com o quê)

Talvez fosse interessante concretizar mais a conversa. Por exemplo, explica-me como é que a revolução Francesa dependeu do regime monárquico que a antecedeu??? (uma manobra heuristica apenas) OU seja, qual é o significado real de “dependencia”? O que é que entendes por dependencia, neste contexto? Fico com a impressão que vais cair em “condições de” ou ” causas” ou ” condições-como-causas” ou em “contextos”(a noção de contexto é mt indeterminada pq permite estabelecer uma relação sem explicitar a natureza da relação, que é o que me interessa) Falar em termos gerais, vagos, é fácil mesmo que os termos precisos sejam sempre semanticamente precários. Continuas a lutar para manter intacta a ligação ao social, à comunidade. Kool! Se sentes dores de cabeça toma uma aspirina &relax. Isto não é para ser resolvido hoje ou amanhã.

Eu não estava a falar de espontaneidades puras. É uma questão interessante. Nem mesmo Nietzsche defendia tal tipo de espontaneidade. Às tantas estás a esticar um pouco a corda. A contingência (condicional, contextual, mas não menos contingente por causa disso-porque se apresenta, hermeneuticamente, como sentido a ser interpretado, como ruptura vivencial) sempre foi a grande arma da revolução: 1) por razoes simplesmente estratégicas, 2) porque subverte as totalidades instituidas, anuncia a possibilidade de mudança etc etc É emancipador porque pode corroer as “verdades instituidas.” (nada como uma boa contingencia para falsificar uma grande teoria: este é uma acto eminentemente político) Bem, isto dava pano para mangas…

João, não estamos a falar de “Saltos ABSOLUTOs…espontaneidades PURAS…enfim. Se pensares assim, é evidente que noções como espontaneidade ou salto ou mudança só podem ser articulados através do vocabulário da continuidade, da pertença…um inevitável retorno à comunidade sacrosanta! Eu também posso fracturar o conceito de pertença: não existem pertenças puras e absolutas ou incondicionais mesmo que a pertença comunitária seja inquestionável. (a nuance aqui é crucial)

Cumps a todos, ezequiel

Mudar de pertença para dependencia não muda nada de essencial (pertencer a ou depender de, neste contexto, tem significados mt proximos) O que tu rejeitas é a ideia de otherness como algo que não pode ser incorporado num esquema ulterior ou precedente ou…O Foucault (da Butler não falo pq conheço mt pouco do seu trabalho) , coitado, não elaborou mt este conceito do contingente (no sentido do imprevisto, de ruptura ontológica) Mesmo na Arqueologia do Saber, a ideia de discontinuidade está pre determinada por processos (nunca satisfatoriamente explicados) invisiveis. O que tu rejeitas é a ideia da diferença singular, isolada, desconexada de um qq. Rejeitas o singular abstracto, destituido de conteudo social. Mas penso que por vezes exageras e confundes: 1) esta necessidade de situar o eu no social (algo fácil de argumentar e justificar) com 2) um ideal concentrico de “ser.” É evidente que não há nada que surga de um ex nihilo. Pessoalmente eu acredito na ideia de absolute otherness, desde que seja devidamente elaborada (ou seja, a otherness situa-se onde, tem a ver com o quê)

Talvez fosse interessante concretizar mais a conversa. Por exemplo, explica-me como é que a revolução Francesa dependeu do regime monárquico que a antecedeu??? (uma manobra heuristica apenas) OU seja, qual é o significado real de “dependencia”? O que é que entendes por dependencia, neste contexto? Fico com a impressão que vais cair em “condições de” ou ” causas” ou ” condições-como-causas” ou em “contextos”(a noção de contexto é mt indeterminada pq permite estabelecer uma relação sem explicitar a natureza da relação, que é o que me interessa) Falar em termos gerais, vagos, é fácil mesmo que os termos precisos sejam sempre semanticamente precários. Continuas a lutar para manter intacta a ligação ao social, à comunidade. Kool! Se sentes dores de cabeça toma uma aspirina &relax. Isto não é para ser resolvido hoje ou amanhã.

Eu não estava a falar de espontaneidades puras. É uma questão interessante. Nem mesmo Nietzsche defendia tal tipo de espontaneidade. Às tantas estás a esticar um pouco a corda. A contingência (condicional, contextual, mas não menos contingente por causa disso-porque se apresenta, hermeneuticamente, como sentido a ser interpretado, como ruptura vivencial) sempre foi a grande arma da revolução: 1) por razoes simplesmente estratégicas, 2) porque subverte as totalidades instituidas, anuncia a possibilidade de mudança etc etc É emancipador porque pode corroer as “verdades instituidas.” (nada como uma boa contingencia para falsificar uma grande teoria: este é uma acto eminentemente político) Bem, isto dava pano para mangas…

João, não estamos a falar de “Saltos ABSOLUTOs…espontaneidades PURAS…enfim. Se pensares assim, é evidente que noções como espontaneidade ou salto ou mudança só podem ser articulados através do vocabulário da continuidade, da pertença…um inevitável retorno à comunidade sacrosanta! Eu também posso fracturar o conceito de pertença: não existem pertenças puras e absolutas ou incondicionais mesmo que a pertença comunitária seja inquestionável. (a nuance aqui é crucial)

Cumps a todos, ezequiel

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