Rehn ignora pergunta e deixa deputado irritado

15-03-2012
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Um deputado socialista insurgiu-se esta quinta-feira pelo facto de o comissário europeu para os Assuntos Económicos não lhe ter respondido a uma pergunta durante uma reunião conjunta de quatro comissões parlamentares na Assembleia da República.

João Galamba questionou Olli Rehn sobre os motivos pelos quais a Comissão Europeia determinou que deve haver correções nas políticas de países com défices comerciais superiores a 4% do PIB ou excedentes superiores a 6% - um «tratamento assimétrico» que «beneficia a Alemanha, que tem um excedente superior a 5,9%».

Rehn não respondeu diretamente à pergunta de Galamba, tal como às de vários outros deputados na mesma audiência. No final da sessão, o deputado socialista eleito por Santarém fez uma «interpelação à mesa»: «Fiz uma pergunta muito importante ao senhor comissário, que não foi respondida».

O presidente da comissão parlamentar dos Assuntos Europeus, Paulo Mota Pinto, rejeitou a interpelação, considerando que «a pergunta já foi respondida».

«O sr. comissário tem obrigações para com o parlamento português», insistiu Galamba. «Fiz uma pergunta, gostaria de ter uma resposta, porquê tratar de uma forma assimétrica défices e excedentes?».

«Estamos limitados no tempo, a resposta a essa pergunta foi dada» durante a intervenção de Rehn, respondeu Mota Pinto, que tinha advertido que o eurocrata finlandês teria de encurtar a intervenção para apanhar o avião de regresso a Bruxelas.

«Parece-me legítimo que um deputado de um país que é prejudicado neste tipo de análise, por ser um país com défice, pergunte qual a razão que a Comissão encontrou para beneficiar países com excedentes», disse Galamba à Lusa. «Era uma pergunta a que este comissário tinha o dever de responder, infelizmente não o fez, e o presidente da comissão [dos Assuntos Europeus] não permitiu que ele respondesse. Acho isto lamentável».

Rehn também deixou sem resposta uma pergunta sobre o uso a dar aos fundos concedidos à banca no âmbito do programa de assistência financeira a Portugal.

Dos 78 mil milhões de euros emprestados pela troika, 12 mil milhões destinam-se a um fundo de recapitalização da banca portuguesa. Até agora, os bancos portugueses avaliaram as suas necessidades em cerca de 4.500 milhões de euros.

Os deputados Honório Novo (PCP) e Pedro Filipe Soares (Bloco de Esquerda) perguntaram a Olli Rehn se «o resto do fundo não pode servir para apoiar o crédito à economia portuguesa».

Rehn não respondeu a esta questão. O eurocrata finlandês respondeu, contudo, a uma pergunta de Pedro Filipe Soares sobre a necessidade de pedir ao sistema financeiro, cuja «gula e usura» contribuíram para a crise, para «assumir as suas responsabilidades».

O comissário europeu respondeu estar de acordo quanto à «necessidade de extrair lições da crise». «Devemos reforçar a regulação e a supervisão dos mercados financeiros. Este trabalho deverá continuar na Europa de forma a criar um sistema com regras que garantam mercados mais sustentáveis e menos endividados».

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Um deputado socialista insurgiu-se esta quinta-feira pelo facto de o comissário europeu para os Assuntos Económicos não lhe ter respondido a uma pergunta durante uma reunião conjunta de quatro comissões parlamentares na Assembleia da República.

João Galamba questionou Olli Rehn sobre os motivos pelos quais a Comissão Europeia determinou que deve haver correções nas políticas de países com défices comerciais superiores a 4% do PIB ou excedentes superiores a 6% - um «tratamento assimétrico» que «beneficia a Alemanha, que tem um excedente superior a 5,9%».

Rehn não respondeu diretamente à pergunta de Galamba, tal como às de vários outros deputados na mesma audiência. No final da sessão, o deputado socialista eleito por Santarém fez uma «interpelação à mesa»: «Fiz uma pergunta muito importante ao senhor comissário, que não foi respondida».

O presidente da comissão parlamentar dos Assuntos Europeus, Paulo Mota Pinto, rejeitou a interpelação, considerando que «a pergunta já foi respondida».

«O sr. comissário tem obrigações para com o parlamento português», insistiu Galamba. «Fiz uma pergunta, gostaria de ter uma resposta, porquê tratar de uma forma assimétrica défices e excedentes?».

«Estamos limitados no tempo, a resposta a essa pergunta foi dada» durante a intervenção de Rehn, respondeu Mota Pinto, que tinha advertido que o eurocrata finlandês teria de encurtar a intervenção para apanhar o avião de regresso a Bruxelas.

«Parece-me legítimo que um deputado de um país que é prejudicado neste tipo de análise, por ser um país com défice, pergunte qual a razão que a Comissão encontrou para beneficiar países com excedentes», disse Galamba à Lusa. «Era uma pergunta a que este comissário tinha o dever de responder, infelizmente não o fez, e o presidente da comissão [dos Assuntos Europeus] não permitiu que ele respondesse. Acho isto lamentável».

Rehn também deixou sem resposta uma pergunta sobre o uso a dar aos fundos concedidos à banca no âmbito do programa de assistência financeira a Portugal.

Dos 78 mil milhões de euros emprestados pela troika, 12 mil milhões destinam-se a um fundo de recapitalização da banca portuguesa. Até agora, os bancos portugueses avaliaram as suas necessidades em cerca de 4.500 milhões de euros.

Os deputados Honório Novo (PCP) e Pedro Filipe Soares (Bloco de Esquerda) perguntaram a Olli Rehn se «o resto do fundo não pode servir para apoiar o crédito à economia portuguesa».

Rehn não respondeu a esta questão. O eurocrata finlandês respondeu, contudo, a uma pergunta de Pedro Filipe Soares sobre a necessidade de pedir ao sistema financeiro, cuja «gula e usura» contribuíram para a crise, para «assumir as suas responsabilidades».

O comissário europeu respondeu estar de acordo quanto à «necessidade de extrair lições da crise». «Devemos reforçar a regulação e a supervisão dos mercados financeiros. Este trabalho deverá continuar na Europa de forma a criar um sistema com regras que garantam mercados mais sustentáveis e menos endividados».

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