Um cartoon ameaçador no rescaldo do 25 de Novembro

24-12-2014
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Dezembro 11, 2014

Há 39 anos, os dias seguintes ao 25 de Novembro expuseram as divisões criadas na sociedade portuguesa. Como sucedera em Abril de 1974, e também na RTP, o controlo da Emissora Nacional, onde eu trabalhava, havia sido um dos objectivos dos revoltosos. Mas enquanto no Lumiar, um futuro assessor de comunicação do primeiro-ministro (!) – em Portugal o crime compensa – ocupava os estúdios com o apoio de militares de esquerda, na Emissora, o major João Figueiredo, presidente do conselho de administração, montara, com a ajuda de um grupo de civis em que me integrei, um plano que fez passar a emissão para o Porto.

Dei voz de seguida ao comunicado que revelava a operação e pedia aos trabalhadores que se encontravam perdidos nas instalações do Quelhas – alguns afastados de funções pelos golpistas – para irem para casa. Mais tarde, com a reposição da legalidade no País, houve suspensões na Emissora e, como publiquei no Jornal Novo uma descrição pormenorizada – e mal escrita... – do contra-golpe, tornei-me num alvo para os que perderam, com direito até a um cartoon ameaçador. Quase quatro décadas volvidas, não me arrependo do lado que escolhi, nem me gabo do protagonismo. Os arrivistas nunca têm grandeza.

Artigo publicado na edição nº 553, de 27 de Novembro de 2014.

Dezembro 11, 2014

Há 39 anos, os dias seguintes ao 25 de Novembro expuseram as divisões criadas na sociedade portuguesa. Como sucedera em Abril de 1974, e também na RTP, o controlo da Emissora Nacional, onde eu trabalhava, havia sido um dos objectivos dos revoltosos. Mas enquanto no Lumiar, um futuro assessor de comunicação do primeiro-ministro (!) – em Portugal o crime compensa – ocupava os estúdios com o apoio de militares de esquerda, na Emissora, o major João Figueiredo, presidente do conselho de administração, montara, com a ajuda de um grupo de civis em que me integrei, um plano que fez passar a emissão para o Porto.

Dei voz de seguida ao comunicado que revelava a operação e pedia aos trabalhadores que se encontravam perdidos nas instalações do Quelhas – alguns afastados de funções pelos golpistas – para irem para casa. Mais tarde, com a reposição da legalidade no País, houve suspensões na Emissora e, como publiquei no Jornal Novo uma descrição pormenorizada – e mal escrita... – do contra-golpe, tornei-me num alvo para os que perderam, com direito até a um cartoon ameaçador. Quase quatro décadas volvidas, não me arrependo do lado que escolhi, nem me gabo do protagonismo. Os arrivistas nunca têm grandeza.

Artigo publicado na edição nº 553, de 27 de Novembro de 2014.

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