Por
vezes, notamos que o canto, dantes alegre,
deixa
cair uma lágrima sentida,
esquecendo
que o sonho preserva a queda
na
triste elipse que nos confina
à
letargia do não existir fetal.
Também
sentimos que há momentos, sem magia,
em
que não deixamos correr a meninice,
esquecendo
que o tempo não refreia a nascente
da
qual provém o enorme rio da vida.
Vemos,
até, que a voz, habitualmente vibrante,
às
vezes fica mortiça, declinada,
deixando
de abrir prisões que acorrentamos ao colo,
esquecendo
a fuga essencial
aos
medos que conservamos em naftalina
nas
gavetas das nossas fragilidades.
Nessas
alturas, esquecemos que o sonho
antecipa
o prazer das alvoradas
que
hão de chegar como o vento,
que
de tão prometedoras são o ar do nosso fôlego.
Mas
nada de mal sucede quando a vida,
sem
espartilhos, regressa célere à ribalta do sentir,
para
que resista na voz de um canto menino
que
pegue nos sonhos de novo
e os
chame à realidade.
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Por
vezes, notamos que o canto, dantes alegre,
deixa
cair uma lágrima sentida,
esquecendo
que o sonho preserva a queda
na
triste elipse que nos confina
à
letargia do não existir fetal.
Também
sentimos que há momentos, sem magia,
em
que não deixamos correr a meninice,
esquecendo
que o tempo não refreia a nascente
da
qual provém o enorme rio da vida.
Vemos,
até, que a voz, habitualmente vibrante,
às
vezes fica mortiça, declinada,
deixando
de abrir prisões que acorrentamos ao colo,
esquecendo
a fuga essencial
aos
medos que conservamos em naftalina
nas
gavetas das nossas fragilidades.
Nessas
alturas, esquecemos que o sonho
antecipa
o prazer das alvoradas
que
hão de chegar como o vento,
que
de tão prometedoras são o ar do nosso fôlego.
Mas
nada de mal sucede quando a vida,
sem
espartilhos, regressa célere à ribalta do sentir,
para
que resista na voz de um canto menino
que
pegue nos sonhos de novo
e os
chame à realidade.