FERROADAS: JOSÉ DIAS COELHO, 1923

20-01-2012
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A morte saiu à rua num dia assimNaquele lugar sem nome pra qualquer fimUma gota rubra sobre a calçada caiE um rio de sangue dum peito aberto sai
O vento que dá nas canas do canavialE a foice duma ceifeira de PortugalE o som da bigorna como um clarim do céuVão dizendo em toda a parte o pintor morreu
Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igualSó olho por olho e dente por dente valeÀ lei assassina, à morte que te matouTeu corpo pertence à terra que te abraçou
Aqui te afirmamos dente por dente assimQue um dia rirá melhor quem rirá por fimNa curva da estrada, há covas feitas no chãoE em todas florirão rosas duma nação
Foi em 19 de Dezembro de 1961, faz hoje 50 anos, a PIDE assassinava José Dias Coelho, lutador anti-fascista, militante comunista, professor e artista plástico.  A repressão fascista estava então no seu auge, com o começo da luta de libertação em Angola (Fevereiro de 1961), Salazar e seu regime estavam a agonizar, o mundo estava a mudar, a oposição clandestina estava mais activa que nunca.  Aqui fica a minha singela homenagem a este grande português.    

A morte saiu à rua num dia assimNaquele lugar sem nome pra qualquer fimUma gota rubra sobre a calçada caiE um rio de sangue dum peito aberto sai
O vento que dá nas canas do canavialE a foice duma ceifeira de PortugalE o som da bigorna como um clarim do céuVão dizendo em toda a parte o pintor morreu
Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igualSó olho por olho e dente por dente valeÀ lei assassina, à morte que te matouTeu corpo pertence à terra que te abraçou
Aqui te afirmamos dente por dente assimQue um dia rirá melhor quem rirá por fimNa curva da estrada, há covas feitas no chãoE em todas florirão rosas duma nação
Foi em 19 de Dezembro de 1961, faz hoje 50 anos, a PIDE assassinava José Dias Coelho, lutador anti-fascista, militante comunista, professor e artista plástico.  A repressão fascista estava então no seu auge, com o começo da luta de libertação em Angola (Fevereiro de 1961), Salazar e seu regime estavam a agonizar, o mundo estava a mudar, a oposição clandestina estava mais activa que nunca.  Aqui fica a minha singela homenagem a este grande português.    

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