portugal dos pequeninos: A SEDUTORA SITA

27-01-2012
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O livro da foto, da autoria de Leonor Figueiredo, foi lançado no dia em que Sita Valles faria 59 anos. Só hoje estará à venda nas livrarias. Sita foi militante e dirigente do PCP e da UEC, antes e depois do 25 de Abril, ao lado de gente como Zita Seabra, José Magalhães ou a "Geninha" Varela Gomes. Em 1972, Sita, com apenas 2o anos - quem é que hoje, aos 20 anos, podia ser assim ou assado a não ser genericamente idiota? - reactiva, sob a orientação de Zita Seabra, a célula da UEC na faculdade de medicina de Lisboa. Foram, além de camaradas, amigas. Teria um lado aventureiro que a ortodoxia de Zita não acompanhava. Era, nas suas palavras, uma sedutora. No 25 de Abril estava em Moscovo, no congresso do Komsomol, em representação da UEC de que viria a ser destacada dirigente até trocar a revolução doméstica - que Sita achava estar feita, aqui, pelo PC - pela angolana. Considerava-se angolana e queria partir para fazer a mítica revolução. Partiu, contra a opinião de Zita e, provavelmente, de Carlos Brito e de Cunhal com quem se reuniram para a tentar demover. E Sita foi em Julho de 1975, em pleno Prec caseiro, para não mais voltar. O resto da história, até ao seu impiedoso fuzilamento a mando do "humanista" Agostinho Neto, vem, tanto quanto foi possível recolhê-la, no livro de Leonor Figueiredo. Muita gente recusou-se a colaborar com a autora e, no PC, o assunto é, como outros, aparentemente tabu. Sita Valles, como sugeriu Zita Seabra, podia hoje estar a exercer medicina cá ou em Angola ou, mesmo, ter passado por um governo qualquer do PS ou do PSD. Não está. Jamais se saberá que história teria para contar.Adenda: No lançamento apresentou-se-me uma "admiradora" insuspeita, a Lourdes Féria. Só lhe posso agradecer a gentileza nestes tempos sombrios em que tanta gente deixou de me "conhecer".


O livro da foto, da autoria de Leonor Figueiredo, foi lançado no dia em que Sita Valles faria 59 anos. Só hoje estará à venda nas livrarias. Sita foi militante e dirigente do PCP e da UEC, antes e depois do 25 de Abril, ao lado de gente como Zita Seabra, José Magalhães ou a "Geninha" Varela Gomes. Em 1972, Sita, com apenas 2o anos - quem é que hoje, aos 20 anos, podia ser assim ou assado a não ser genericamente idiota? - reactiva, sob a orientação de Zita Seabra, a célula da UEC na faculdade de medicina de Lisboa. Foram, além de camaradas, amigas. Teria um lado aventureiro que a ortodoxia de Zita não acompanhava. Era, nas suas palavras, uma sedutora. No 25 de Abril estava em Moscovo, no congresso do Komsomol, em representação da UEC de que viria a ser destacada dirigente até trocar a revolução doméstica - que Sita achava estar feita, aqui, pelo PC - pela angolana. Considerava-se angolana e queria partir para fazer a mítica revolução. Partiu, contra a opinião de Zita e, provavelmente, de Carlos Brito e de Cunhal com quem se reuniram para a tentar demover. E Sita foi em Julho de 1975, em pleno Prec caseiro, para não mais voltar. O resto da história, até ao seu impiedoso fuzilamento a mando do "humanista" Agostinho Neto, vem, tanto quanto foi possível recolhê-la, no livro de Leonor Figueiredo. Muita gente recusou-se a colaborar com a autora e, no PC, o assunto é, como outros, aparentemente tabu. Sita Valles, como sugeriu Zita Seabra, podia hoje estar a exercer medicina cá ou em Angola ou, mesmo, ter passado por um governo qualquer do PS ou do PSD. Não está. Jamais se saberá que história teria para contar.Adenda: No lançamento apresentou-se-me uma "admiradora" insuspeita, a Lourdes Féria. Só lhe posso agradecer a gentileza nestes tempos sombrios em que tanta gente deixou de me "conhecer".

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