A Qualidade do Silêncio

19-06-2020
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Pois. O grande professor, o grande crítico, o grande polemista, o escritor também. Eu, que apenas fui almoçar com ele uma vez, a um restaurante ali perto do Largo da Luz, lembro apenas, para além das crónicas que todos íamos lendo, e dos seus livros que tenho em casa, a sua amabilidade e vontade para ajudar. Ajudar? Eu conto, ou recordo. Tinha a «Magazine Artes» apenas duas, três edições, e logo, para grande surpresa geral, minha em particular, uma coluna de opinião no «Público» - cheia de apreciações positivas -, a levantar a moral das hostes de quem tinha levantado (levantava, levanta ainda) do quase nada uma revista de artes e cultura mensal. Do nada, leia-se, sem quaisquer apoios , sem ter sequer por trás um qualquer grupo editorial cujos diversos títulos e negócios paralelos vão amortecendo os maus desempenhos mensais da publicidade. Ao almoço, bem conversado, EPC quis saber tudo sobre quem estava por trás do projecto, adivinhando que era gente nova, pouca, mas cheia de vontade, adivinhando as dificuldades com que deparávamos (e por isso mesmo sentiu que nos devia ajudar), e o mais que disse não ficará bem a mim relembrá-lo, apenas reiterando o que tinha escrito. E que voltaria a escrever meses mais tarde, voltando a dar confiança ao projecto. Lembro-me dele a ir visitar-nos à Estrada da Luz, no pequeno e mal amanhado apartamento onde iniciámos a «Magazine», a entrar sorridente e afável, a querer «apadrinhar» o projecto com a sua visita. Lembro-me dele ainda na última Feira do Livro, respondendo com um sorriso velado a uma qualquer chamada de atenção crítico-discordante de Isabel Pires de Lima. E lembro-me de o cumprimentar e de lhe dizer até à próxima.


Pois. O grande professor, o grande crítico, o grande polemista, o escritor também. Eu, que apenas fui almoçar com ele uma vez, a um restaurante ali perto do Largo da Luz, lembro apenas, para além das crónicas que todos íamos lendo, e dos seus livros que tenho em casa, a sua amabilidade e vontade para ajudar. Ajudar? Eu conto, ou recordo. Tinha a «Magazine Artes» apenas duas, três edições, e logo, para grande surpresa geral, minha em particular, uma coluna de opinião no «Público» - cheia de apreciações positivas -, a levantar a moral das hostes de quem tinha levantado (levantava, levanta ainda) do quase nada uma revista de artes e cultura mensal. Do nada, leia-se, sem quaisquer apoios , sem ter sequer por trás um qualquer grupo editorial cujos diversos títulos e negócios paralelos vão amortecendo os maus desempenhos mensais da publicidade. Ao almoço, bem conversado, EPC quis saber tudo sobre quem estava por trás do projecto, adivinhando que era gente nova, pouca, mas cheia de vontade, adivinhando as dificuldades com que deparávamos (e por isso mesmo sentiu que nos devia ajudar), e o mais que disse não ficará bem a mim relembrá-lo, apenas reiterando o que tinha escrito. E que voltaria a escrever meses mais tarde, voltando a dar confiança ao projecto. Lembro-me dele a ir visitar-nos à Estrada da Luz, no pequeno e mal amanhado apartamento onde iniciámos a «Magazine», a entrar sorridente e afável, a querer «apadrinhar» o projecto com a sua visita. Lembro-me dele ainda na última Feira do Livro, respondendo com um sorriso velado a uma qualquer chamada de atenção crítico-discordante de Isabel Pires de Lima. E lembro-me de o cumprimentar e de lhe dizer até à próxima.

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