ADIANTE

28-11-2014
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Manuela Moura Guedes, ex-deputada à Assembleia da República em representação da direita e pseudo jornalista da TVI, deixou de ter as “costas quentes” desde que o marido, José Eduardo Moniz, deixou de ser o senhor feudal, todo poderoso, do “posso, quero e mando” da TVI.

E, como era previsível, desde que deixou de contar com a protecção do “todo poderoso” Eduardo Moniz, a pseudo jornalista Manuela Moura Guedes deixou de ter a confiança de quem passou a mandar na TVI.

Em matéria de comunicação social, José Eduardo Moniz e Manuela Moura Guedes constituem um casal perfeito no que toca a arrogância, despudor, manipulação e nepotismo.

Seria interessante que investigassem a sério como lhes foi possível concentrar tamanho poder, ao ponto de ousarem impor a agenda política do país à custa de eventos fabricados a partir de certos factos e de se atreverem, com isso, a procurar influenciar, ilegitimamente, as opções políticas dos portugueses, minando, inclusive e de forma ardilosa e condenável, a confiança destes em instituições.

Como jornalista, inclusive na RTP, José Eduardo Moniz foi um servidor zeloso dos interesses instalados da direita. Entre outras coisas, ainda não esqueci, por exemplo, a arrogância e a agressividade com que, despudoradamente, entrevistava o falecido Álvaro Cunhal, ex-líder do PCP, a contrastar com a simpatia com que acolhia entrevistados de direita!

Manuela Moura Guedes seguiu-lhe as pisadas e chegou mais longe na defesa do seu ideário de direita, chegando mesmo a reforçar as hostes da direita na Assembleia da República, para combater o PS e a esquerda, como fazia questão de apregoar. E refinou-se de tal modo em matéria de arrogância que até chegou a ultrapassar as fronteiras da boa educação, como se viu, por exemplo, com Marinho Pinto, Bastonário da Ordem dos Advogados.

Entretanto, fruto de diversas conivências, a par de naturais afectos, José Eduardo Moniz e Manuela Moura Guedes celebraram uma sociedade pela via do casamento que, como se vê, também passou a servir de pretexto para a constituição de um autêntico feudo no seio da comunicação social, bem visível no despudor manipulativo dos jornais de 6ª. feira, que oportunamente apelidei do ”Jornal da Miss Piggy à Portuguesa”.

A tal ponto que quando José Eduardo Moniz cessou funções na TVI não teve o mínimo de dignidade nem de ética profissionais para se coibir de continuar a proteger o “tacho” da mulher.

Note-se que emprego a palavra “tacho” por considerar óbvio que o lugar ocupado por Manuela Moura Guedes não resultou da sua competência mas apenas de mero compadrio, com a agravante de este provir do próprio marido.

A este propósito suponha-se que um Presidente de Câmara (de preferência de esquerda) arranjava, de forma análoga, um “tacho” para a mulher (detentora de habilitações formais para o efeito) e imagine-se como seria crucificado pelo programa da dupla Moniz – Manuela Moura Guedes, a par dos comentários e apartes patéticos e ofensivos em quantidade suficiente para encherem a boca da pseudo jornalista!

Ao sair da TVI, em vez de deixar à TVI o que era da TVI, José Eduardo Moniz fez questão de continuar a meter-se nos assuntos internos daquela estação. Mostrando que considera a dignidade e a ética profissionais como coisas vãs e fúteis, pôs-se em bicos de pés para se colocar acima do novo poder da TVI e afirmou que seria um escândalo se o programa da mulher deixasse de estar no activo!

Ou seja, enquanto mandou na TVI manteve o “tacho” da mulher a todo o custo e ao sair da TVI procurou impor ao novo poder da TVI o “tacho” da mulher, deixando bem claro que seria incompetência tirar o “tacho” à incompetente pseudo jornalista!

Bem vistas as coisas, é preciso ter desplante, ou “lata”, como se diz em gíria!

Mas José Eduardo Moniz provou que é homem para isso e para muito mais, ao demonstrar que considera a ética e a dignidade profissionais como coisas moldáveis à medida do “tacho” da mulher!

Seria importante que alguém idóneo investigasse o mal estar que, ao longo do tempo, este compadrio eventualmente terá provocado no seio de trabalhadores da TVI, sendo certo que numa situação destas a voz dos descontentes estaria asfixiada, impedindo-os de exprimir qualquer discordância ao todo poderoso casal Moniz!

Ainda bem que José Eduardo Moniz não concorreu à presidência do Benfica, pois este grandioso clube já tem problemas que cheguem para ainda ter que aguentar com a sua arrogância, despudor e visível falta de ética, a par (sabe-se lá?!) de ainda ter que arcar com as despesas decorrentes da criação de um eventual “tacho” para a mulher!

Mas voltemos ao que realmente interessa.

Ao sair da TVI, José Eduardo Moniz lançou o mote ao afirmar, de forma bem intencional, que seria um escândalo se a mulher fosse afastada do “tacho” que lhe tinha oferecido no seio da TVI!

E fez esse anúncio porque já sabia que o mais provável era isso vir a acontecer!

Se Manuela Moura Guedes fosse uma jornalista competente, que não carecesse da abusiva, ilegítima e prepotente protecção do marido para se manter no “tacho” que este lhe ofereceu, José Eduardo Moniz não teria tido necessidade de dizer o que, intencionalmente, disse, com o intuito claro de condicionar o novo poder da TVI, procurando sobrepor-lhe ilegitimamente o seu próprio poder, apesar de já nada o ligar à TVI!

Mesmo depois de ter saído, José Eduardo Moniz continuou a pretender revelar-se como o todo poderoso senhor feudal da TVI. E, pelo menos, conseguiu aquilo em que é um verdadeiro artista. Embora não tenha segurado o “tacho” da mulher, em compensação conseguiu criar novo facto político e marcar com ele a agenda política na proximidade de eleições, apontando mais uma seta envenenada ao coração do seu inimigo público número um: Sócrates – esse 1º Ministro, eleito pelo PS que tanto preocupa o casal Moniz.

E a estratégia resultou em pleno.

A mulher teve de largar o “tacho” mas, em contrapartida, isso serviu de pretexto para continuar a malhar no socialista Sócrates e no PS.

Como a mulher era figura não grata de Sócrates (além de muitos outros portugueses), a encenação da dupla Moniz teve o sucesso projectado e fez com que uma outra parte do país (em especial a direita e, estranhamente, até outros sectores) passasse a gritar: “aqui del rei, que o malandro do Sócrates é um perigoso criminoso antidemocrático que atentou contra a liberdade de expressão jornalística da indefesa Manuela Moura Guedes da TVI”!

E tudo isto com o maior despudor, inclusive com apelos a uma pseudo solidariedade (em nome de quê?!) e a protestos contra fantasmas da censura (confundindo esta com incompetência!), como se a pseudo jornalista Manuela Moura Guedes servisse a informação em vez de se servir dela para realizar os seus intentos pessoais e político-partidários, como sempre foi visível!

Bem vistas as coisas, em tudo isto há algo que não bate muito certo.

Os criminosos costumam tirar algum proveito dos crimes que praticam.

De resto, as entidades de investigação costumam recorrer a essa premissa para descobrirem os criminosos, averiguando para o efeito quem poderá beneficiar com dado crime.

Segundo esta perspectiva, nem o PS nem Sócrates lucraram com o afastamento da incompetente e pseudo jornalista Manuela Moura Guedes, tanto mais que, como se viu, a pseudo jornalista ficou sem o “tacho” mas a TVI continuou a noticiar livremente o que bem entende, inclusive sobre o incessantemente badalado caso Freeport, continuando, com isso, a afectar o PS.

É por demais visível que quem está a lucrar com a telenovela da Manuela Moura Gudes é a direita e, mais propriamente, Manuela Ferreira Leite (PSD), que, visivelmente, até rejuvenesceu.

E como a dupla José Eduardo Moniz – Manuela Moura Guedes, responsável pela encenação do facto político em análise, é politicamente uma dupla alinhada à direita, por um critério de investigação usual é de supor que os “criminosos” se situem na direita política e não no PS, pois é a direita que está a beneficiar da estratégia da dita dupla, ao passo que o PS e Sócrates estão a ser visivelmente os únicos prejudicados.

Pelos benefícios de propaganda que estão a colher, José Eduardo Moniz e Manuela Moura Guedes são naturalmente suspeitos, por mais que se armem em vítimas, como é usual suceder.

E o partido de Manuela Ferreira Leite (PSD) também não pode deixar de ser suspeito, dados os ganhos que está a obter com o caso e a exploração que está a fazer do mesmo, na mira de multiplicar esses ganhos e de ainda vir a obter juros dos mesmos.

Em termos de resultados práticos tudo indica que há um poderoso triunvirato de interesses e de beneficiados no caso de Manuela Moura Guedes, pois as mais valias beneficiam sobretudo Manuela Moura Guedes (a pseudo vítima e “tachista”), José Eduardo Moniz (o ex-chefe, protector e marido da pseudo vítima) e, como se vê, Manuela Ferreira Leite (a principal líder partidária da área política da pseudo vítima e do seu marido, entretanto armada em conselheira moralista do país sobre asfixia antidemocrática)!

E nada disto é para admirar pois Manuela Ferreira Leite tem um perfil político cinzento e sombrio que leva a perguntar se, mesmo por via da eventual cumplicidades de outrém, não terá tido influência em toda esta encenação?!

Com o maior desplante Manuela Ferreira Leite enche a boca com a palavra “VERDADE”, mesmo quando visivelmente a está a violar. Como, por exemplo, sobre o TGV, que quando esteve no governo defendeu convictamente e que agora, na oposição, renega com a mesma veemência e desfaçatez com que Judas renegou Cristo.

Manuela Ferreira Leite fala hipocritamente dos tradicionais valores e problemas da família (como “candidamente” faziam nos anos 60 - 70), como se o tempo tivesse parado e o conceito de família tivesse estagnado! E no meio de tanta “candura” está-se nas “tintas” para novos problemas que afectam as famílias portuguesas, quer as de modelo tradicional, quer as de novos modelos..

Manuela Ferreira Leite manifestou-se contra o último e justo aumento do salário mínimo para 500 euros, por certo por também entender (como entendiam nos anos 60 - 70) que os trabalhadores são pobres mas, pelo menos, serão felizes por não terem tantas coisas em que pensar como os ricos. Mas, entretanto, apregoa aos eleitores que defende os que precisam!

Lembrando os anos 60 - 70, Manuela Ferreira Leite invocou recentemente que seria vantajosa a suspensão da democracia (embora – valha-nos essa – apenas por 6 meses!) para se puderem realizar certas reformas sem contestação das partes envolvidas e afectadas! E ao mesmo tempo anuncia aos eleitores que a reforma do ensino só se pode fazer abrindo as portas de par em par às exigências dos professores.

De forma integralmente coincidente com o ideário dominante nos anos 60 - 70, Manuela Ferreira Leite também entende que quem não está com as suas ideias está contra ela e contra o PSD e, por isso, saneou das listas de candidatos a deputados todos os que dela discordaram no seio do partido (Pedro Passos Coelho e Manuel Relvas, entre tantos outros!).

E, a par disso, tem a desfaçatez de se armar numa espécie de D. Quixote de La Mancha para combater os fantasmas da asfixia democrática que, na sua visão delirante, andarão a infestar perigosamente o país, sobrepondo-se à própria gripe A.

Será isto um indicio de esquizofrenia política?! Quem vê fantasmas asfixiantes por todo o lado e não consegue ver a asfixia democrática que semeia no seio do PSD para segregar e marginalizar companheiros discordantes, padece de quê no plano político?

Se Manuela Ferreira Leite fosse um dia 1ª Ministra (diabo seja surdo!) quem estivesse contra as suas ideias estaria, seguramente, contra ela e contra o país e, por certo, seria saneado de certos lugares públicos ou impedido de a eles aceder!

De facto, quem exibe tamanha prepotência, arrogância e ausência de valores democráticos no seio do próprio partido, o que não faria se (diabo seja surdo!) viesse a estar à frente dos destinos do país?!

Com estes exemplos, Manuela Ferreira Leite demonstrou-nos na prática como se asfixiam as liberdades políticas e se instala a coacção no seio de eventuais opositores ou discordantes – para que eles não tenham quaisquer veleidades, aprendam a lição e entrem nos carris (“na ordem”, como diziam os senhores dominantes dos anos 60 - 70)!

Manuela Ferreira Leite revela-se como uma espécie de “bruxa mᔠda democracia portuguesa, pois tem um discurso (e uma prática) que vagueiam ao sabor das suas conveniências e que, lastimavelmente, apresenta demasiadas parecenças com o legado dos saudosistas dos anos 60-70, o que desvirtua o PSD, enquanto partido democrático de centro-direita essencial ao país.

E à boa maneira dos aos 60-70, a propósito do caso TVI Manuela Ferreira Leite vem agora apontar o dedo incriminatório ao PS num tema que a beneficia notoriamente e que, visivelmente, só prejudica o PS e Sócrates!

A técnica é conhecida, pois os poderosos dos anos 60-70 eram mestres em utilizá-la: imitando Maquiavel, produziam factos e ocorrências que os beneficiavam, pois com o dedo em riste incriminavam os opositores e tiravam daí os necessários proveitos!

Sejamos objectivos e pragmáticos.

O caso da ex-deputada da direita Manuela Moura Guedes tem todos os contornos de constituir uma criação da direita para servir os interesses dessa mesma direita, beneficiando sobretudo a sua principal líder: Manuela Ferreira Leite.

Importava que houvesse uma investigação a sério para se apurar se assim é de facto e o que é que o PSD (e, porque não, Manuela Ferreira Leite?) terão a ver com esta novela do casal Moniz.

Legalmente a administração da TVI não pode acabar com um programa noticioso.

Mas como o programa continuou a ir para o ar, poder-se-á concluir que o programa acabou só porque se tirou o “tacho” à mulher do ex-todo poderoso senhor feudal da TVI, apesar de no lugar dela terem colocado uma profissional da informação?!

Afinal, que confusão é esta? Então a mulher do ex-senhor feudal da TVI além de mulher também era o programa?!

Ou será que já não se pode substituir uma jornalista incompetente e parcial (que se servia de factos para veicular o seu ideário e os seus interesses) por outra jornalista que se julgue mais competente e isenta (que se baseie nos factos para servir desinteressadamente a informação e o esclarecimento do público)?!

A decisão da Administração da TVI não é condenável por isso.

É condenável porque: 1º) em plena campanha eleitoral, deu trunfos à direita e a Manuela Ferreira Leite; 2º) beneficiar quem quer que seja constitui uma intromissão indevida e ilegítima na vida democrática.

A Administração da TVI tinha a obrigação de usar de bom senso e de saber esperar pelas eleições para no dia seguinte colocar Manuela Moura Guedes na prateleira das inutilidades, de forma que os jornalistas em formação pudessem olhar para ela e compreender melhor o que não devem fazer para se realizarem como profissionais competentes ao serviço da informação e do esclarecimento do público!

Importava que houvesse uma investigação a sério para se apurar a responsabilidade da dupla José Eduardo Moniz – Manuela Moura Guedes num caso que indicia atentar contra direitos fundamentais dos portugueses, designadamente no que respeita ao direito à informação (leia-se informação e não deturpação ou manipulação!) e, até, à livre escolha dos responsáveis políticos do país.

Entretanto, retomando-se o triunvirato de interesses e benefícios que foram indiciados, pode-se extrair, desde já, uma conclusão: Manuela Ferreira Leite não se revela fiável!

Além do que já se viu, num dado momento Manuela Ferreira Leite autoproclama-se como intransigente defensora da ética e do decoro políticos e, quando lhe dá jeito, manda a ética e o decoro às urtigas, avança incongruentemente com Santana Lopes para a Câmara de Lisboa, inclui o contestado e indesejado António Preto na lista de deputados, e, de forma prepotente e arrogante, está-se nas “tintas” para decisões das bases do seu partido e saneia os seus opositores internos das listas de candidatos à Assembleia da República!

Além de provadamente prepotente e arrogante, Manuela Ferreira Leite será também um caso de esquizofrenia política?! Ou será uma tenaz seguidora de Maquiavel, defensora de que para chegar (finalmente e a qualquer preço!) ao poder todos os meios se justificam?!

É que se perder as próximas eleições, Manuela Ferreira Leite arrisca-se a ser pura e simplesmente trucidada no seio do seu partido, inclusive pelos companheiros que agora antidemocraticamente saneou, e, se assim for, esfuma-se a única oportunidade que teve na vida de (diabo seja surdo!) poder vir a ser 1ª. Ministra!

Por mim espero sinceramente que Manuela Ferreira Leite siga os passos de Manuela Moura Guedes e que passe à reforma (“retrete”, como pronunciam os meus estimados familiares emigrados em França) para que o PSD possa eleger alguém com ideias mais frescas e consentâneas com os tempos modernos.

Relembrando o jornalista Batista Bastos: onde estava Manuela Ferreira Leite quando se deu o 25 de Abril de 1974?

Seria interessante saber-se, bem como por onde andou antes desse evento crucial para a democracia portuguesa... Só por curiosidade – claro. Apenas para se poder perceber melhor o seu perfil político sombrio e incongruente, bem como as verdadeiras origens do seu estilo arrogante, prepotente e antidemocrático, inclusive contra companheiros de partido...

Razão tem Moita Flores, Presidente da Câmara de Santarém eleito pelo PSD, para ter vindo a público afirmar que não vai votar nas listas de deputados do PSD para a Assembleia da República.

Pelos vistos, Moita Flores nem com os “olhos vendados” consegue avalizar com o seu voto a arrogância, a prepotência e o espírito antidemocrático de Manuela Ferreira Leite, pois sabe que, tal como faziam nos anos 60-70, ela enche a boca com a palavra “VERDADE” (a sua!) mas não tem espírito democrático para ouvir a verdade dos que dela discordem, inclusive no interior do próprio PSD.

Apesar disto – inclusive porque sou católico - desejo muita saúde e longos e bons anos de vida a Manuela Ferreira Leite, para poder desfrutar de uma tranquila “retrete” (como pronunciam os meus estimados familiares emigrados em França, quando se referem a reforma), junto dos seus netinhos, demais família e amigos e com tempo suficiente para vestir a pele de D. Quixote de La Mancha e, finalmente, poder partir à caça dos fantasmas da asfixia democrática que, fora do PSD, terão invadido o país e que a sua visão delirante consegue enxergar nitidamente à vista desarmada.

Boa sorte nessa nova missão, Manuela Ferreira Leite.

Manuela Moura Guedes, ex-deputada à Assembleia da República em representação da direita e pseudo jornalista da TVI, deixou de ter as “costas quentes” desde que o marido, José Eduardo Moniz, deixou de ser o senhor feudal, todo poderoso, do “posso, quero e mando” da TVI.

E, como era previsível, desde que deixou de contar com a protecção do “todo poderoso” Eduardo Moniz, a pseudo jornalista Manuela Moura Guedes deixou de ter a confiança de quem passou a mandar na TVI.

Em matéria de comunicação social, José Eduardo Moniz e Manuela Moura Guedes constituem um casal perfeito no que toca a arrogância, despudor, manipulação e nepotismo.

Seria interessante que investigassem a sério como lhes foi possível concentrar tamanho poder, ao ponto de ousarem impor a agenda política do país à custa de eventos fabricados a partir de certos factos e de se atreverem, com isso, a procurar influenciar, ilegitimamente, as opções políticas dos portugueses, minando, inclusive e de forma ardilosa e condenável, a confiança destes em instituições.

Como jornalista, inclusive na RTP, José Eduardo Moniz foi um servidor zeloso dos interesses instalados da direita. Entre outras coisas, ainda não esqueci, por exemplo, a arrogância e a agressividade com que, despudoradamente, entrevistava o falecido Álvaro Cunhal, ex-líder do PCP, a contrastar com a simpatia com que acolhia entrevistados de direita!

Manuela Moura Guedes seguiu-lhe as pisadas e chegou mais longe na defesa do seu ideário de direita, chegando mesmo a reforçar as hostes da direita na Assembleia da República, para combater o PS e a esquerda, como fazia questão de apregoar. E refinou-se de tal modo em matéria de arrogância que até chegou a ultrapassar as fronteiras da boa educação, como se viu, por exemplo, com Marinho Pinto, Bastonário da Ordem dos Advogados.

Entretanto, fruto de diversas conivências, a par de naturais afectos, José Eduardo Moniz e Manuela Moura Guedes celebraram uma sociedade pela via do casamento que, como se vê, também passou a servir de pretexto para a constituição de um autêntico feudo no seio da comunicação social, bem visível no despudor manipulativo dos jornais de 6ª. feira, que oportunamente apelidei do ”Jornal da Miss Piggy à Portuguesa”.

A tal ponto que quando José Eduardo Moniz cessou funções na TVI não teve o mínimo de dignidade nem de ética profissionais para se coibir de continuar a proteger o “tacho” da mulher.

Note-se que emprego a palavra “tacho” por considerar óbvio que o lugar ocupado por Manuela Moura Guedes não resultou da sua competência mas apenas de mero compadrio, com a agravante de este provir do próprio marido.

A este propósito suponha-se que um Presidente de Câmara (de preferência de esquerda) arranjava, de forma análoga, um “tacho” para a mulher (detentora de habilitações formais para o efeito) e imagine-se como seria crucificado pelo programa da dupla Moniz – Manuela Moura Guedes, a par dos comentários e apartes patéticos e ofensivos em quantidade suficiente para encherem a boca da pseudo jornalista!

Ao sair da TVI, em vez de deixar à TVI o que era da TVI, José Eduardo Moniz fez questão de continuar a meter-se nos assuntos internos daquela estação. Mostrando que considera a dignidade e a ética profissionais como coisas vãs e fúteis, pôs-se em bicos de pés para se colocar acima do novo poder da TVI e afirmou que seria um escândalo se o programa da mulher deixasse de estar no activo!

Ou seja, enquanto mandou na TVI manteve o “tacho” da mulher a todo o custo e ao sair da TVI procurou impor ao novo poder da TVI o “tacho” da mulher, deixando bem claro que seria incompetência tirar o “tacho” à incompetente pseudo jornalista!

Bem vistas as coisas, é preciso ter desplante, ou “lata”, como se diz em gíria!

Mas José Eduardo Moniz provou que é homem para isso e para muito mais, ao demonstrar que considera a ética e a dignidade profissionais como coisas moldáveis à medida do “tacho” da mulher!

Seria importante que alguém idóneo investigasse o mal estar que, ao longo do tempo, este compadrio eventualmente terá provocado no seio de trabalhadores da TVI, sendo certo que numa situação destas a voz dos descontentes estaria asfixiada, impedindo-os de exprimir qualquer discordância ao todo poderoso casal Moniz!

Ainda bem que José Eduardo Moniz não concorreu à presidência do Benfica, pois este grandioso clube já tem problemas que cheguem para ainda ter que aguentar com a sua arrogância, despudor e visível falta de ética, a par (sabe-se lá?!) de ainda ter que arcar com as despesas decorrentes da criação de um eventual “tacho” para a mulher!

Mas voltemos ao que realmente interessa.

Ao sair da TVI, José Eduardo Moniz lançou o mote ao afirmar, de forma bem intencional, que seria um escândalo se a mulher fosse afastada do “tacho” que lhe tinha oferecido no seio da TVI!

E fez esse anúncio porque já sabia que o mais provável era isso vir a acontecer!

Se Manuela Moura Guedes fosse uma jornalista competente, que não carecesse da abusiva, ilegítima e prepotente protecção do marido para se manter no “tacho” que este lhe ofereceu, José Eduardo Moniz não teria tido necessidade de dizer o que, intencionalmente, disse, com o intuito claro de condicionar o novo poder da TVI, procurando sobrepor-lhe ilegitimamente o seu próprio poder, apesar de já nada o ligar à TVI!

Mesmo depois de ter saído, José Eduardo Moniz continuou a pretender revelar-se como o todo poderoso senhor feudal da TVI. E, pelo menos, conseguiu aquilo em que é um verdadeiro artista. Embora não tenha segurado o “tacho” da mulher, em compensação conseguiu criar novo facto político e marcar com ele a agenda política na proximidade de eleições, apontando mais uma seta envenenada ao coração do seu inimigo público número um: Sócrates – esse 1º Ministro, eleito pelo PS que tanto preocupa o casal Moniz.

E a estratégia resultou em pleno.

A mulher teve de largar o “tacho” mas, em contrapartida, isso serviu de pretexto para continuar a malhar no socialista Sócrates e no PS.

Como a mulher era figura não grata de Sócrates (além de muitos outros portugueses), a encenação da dupla Moniz teve o sucesso projectado e fez com que uma outra parte do país (em especial a direita e, estranhamente, até outros sectores) passasse a gritar: “aqui del rei, que o malandro do Sócrates é um perigoso criminoso antidemocrático que atentou contra a liberdade de expressão jornalística da indefesa Manuela Moura Guedes da TVI”!

E tudo isto com o maior despudor, inclusive com apelos a uma pseudo solidariedade (em nome de quê?!) e a protestos contra fantasmas da censura (confundindo esta com incompetência!), como se a pseudo jornalista Manuela Moura Guedes servisse a informação em vez de se servir dela para realizar os seus intentos pessoais e político-partidários, como sempre foi visível!

Bem vistas as coisas, em tudo isto há algo que não bate muito certo.

Os criminosos costumam tirar algum proveito dos crimes que praticam.

De resto, as entidades de investigação costumam recorrer a essa premissa para descobrirem os criminosos, averiguando para o efeito quem poderá beneficiar com dado crime.

Segundo esta perspectiva, nem o PS nem Sócrates lucraram com o afastamento da incompetente e pseudo jornalista Manuela Moura Guedes, tanto mais que, como se viu, a pseudo jornalista ficou sem o “tacho” mas a TVI continuou a noticiar livremente o que bem entende, inclusive sobre o incessantemente badalado caso Freeport, continuando, com isso, a afectar o PS.

É por demais visível que quem está a lucrar com a telenovela da Manuela Moura Gudes é a direita e, mais propriamente, Manuela Ferreira Leite (PSD), que, visivelmente, até rejuvenesceu.

E como a dupla José Eduardo Moniz – Manuela Moura Guedes, responsável pela encenação do facto político em análise, é politicamente uma dupla alinhada à direita, por um critério de investigação usual é de supor que os “criminosos” se situem na direita política e não no PS, pois é a direita que está a beneficiar da estratégia da dita dupla, ao passo que o PS e Sócrates estão a ser visivelmente os únicos prejudicados.

Pelos benefícios de propaganda que estão a colher, José Eduardo Moniz e Manuela Moura Guedes são naturalmente suspeitos, por mais que se armem em vítimas, como é usual suceder.

E o partido de Manuela Ferreira Leite (PSD) também não pode deixar de ser suspeito, dados os ganhos que está a obter com o caso e a exploração que está a fazer do mesmo, na mira de multiplicar esses ganhos e de ainda vir a obter juros dos mesmos.

Em termos de resultados práticos tudo indica que há um poderoso triunvirato de interesses e de beneficiados no caso de Manuela Moura Guedes, pois as mais valias beneficiam sobretudo Manuela Moura Guedes (a pseudo vítima e “tachista”), José Eduardo Moniz (o ex-chefe, protector e marido da pseudo vítima) e, como se vê, Manuela Ferreira Leite (a principal líder partidária da área política da pseudo vítima e do seu marido, entretanto armada em conselheira moralista do país sobre asfixia antidemocrática)!

E nada disto é para admirar pois Manuela Ferreira Leite tem um perfil político cinzento e sombrio que leva a perguntar se, mesmo por via da eventual cumplicidades de outrém, não terá tido influência em toda esta encenação?!

Com o maior desplante Manuela Ferreira Leite enche a boca com a palavra “VERDADE”, mesmo quando visivelmente a está a violar. Como, por exemplo, sobre o TGV, que quando esteve no governo defendeu convictamente e que agora, na oposição, renega com a mesma veemência e desfaçatez com que Judas renegou Cristo.

Manuela Ferreira Leite fala hipocritamente dos tradicionais valores e problemas da família (como “candidamente” faziam nos anos 60 - 70), como se o tempo tivesse parado e o conceito de família tivesse estagnado! E no meio de tanta “candura” está-se nas “tintas” para novos problemas que afectam as famílias portuguesas, quer as de modelo tradicional, quer as de novos modelos..

Manuela Ferreira Leite manifestou-se contra o último e justo aumento do salário mínimo para 500 euros, por certo por também entender (como entendiam nos anos 60 - 70) que os trabalhadores são pobres mas, pelo menos, serão felizes por não terem tantas coisas em que pensar como os ricos. Mas, entretanto, apregoa aos eleitores que defende os que precisam!

Lembrando os anos 60 - 70, Manuela Ferreira Leite invocou recentemente que seria vantajosa a suspensão da democracia (embora – valha-nos essa – apenas por 6 meses!) para se puderem realizar certas reformas sem contestação das partes envolvidas e afectadas! E ao mesmo tempo anuncia aos eleitores que a reforma do ensino só se pode fazer abrindo as portas de par em par às exigências dos professores.

De forma integralmente coincidente com o ideário dominante nos anos 60 - 70, Manuela Ferreira Leite também entende que quem não está com as suas ideias está contra ela e contra o PSD e, por isso, saneou das listas de candidatos a deputados todos os que dela discordaram no seio do partido (Pedro Passos Coelho e Manuel Relvas, entre tantos outros!).

E, a par disso, tem a desfaçatez de se armar numa espécie de D. Quixote de La Mancha para combater os fantasmas da asfixia democrática que, na sua visão delirante, andarão a infestar perigosamente o país, sobrepondo-se à própria gripe A.

Será isto um indicio de esquizofrenia política?! Quem vê fantasmas asfixiantes por todo o lado e não consegue ver a asfixia democrática que semeia no seio do PSD para segregar e marginalizar companheiros discordantes, padece de quê no plano político?

Se Manuela Ferreira Leite fosse um dia 1ª Ministra (diabo seja surdo!) quem estivesse contra as suas ideias estaria, seguramente, contra ela e contra o país e, por certo, seria saneado de certos lugares públicos ou impedido de a eles aceder!

De facto, quem exibe tamanha prepotência, arrogância e ausência de valores democráticos no seio do próprio partido, o que não faria se (diabo seja surdo!) viesse a estar à frente dos destinos do país?!

Com estes exemplos, Manuela Ferreira Leite demonstrou-nos na prática como se asfixiam as liberdades políticas e se instala a coacção no seio de eventuais opositores ou discordantes – para que eles não tenham quaisquer veleidades, aprendam a lição e entrem nos carris (“na ordem”, como diziam os senhores dominantes dos anos 60 - 70)!

Manuela Ferreira Leite revela-se como uma espécie de “bruxa mᔠda democracia portuguesa, pois tem um discurso (e uma prática) que vagueiam ao sabor das suas conveniências e que, lastimavelmente, apresenta demasiadas parecenças com o legado dos saudosistas dos anos 60-70, o que desvirtua o PSD, enquanto partido democrático de centro-direita essencial ao país.

E à boa maneira dos aos 60-70, a propósito do caso TVI Manuela Ferreira Leite vem agora apontar o dedo incriminatório ao PS num tema que a beneficia notoriamente e que, visivelmente, só prejudica o PS e Sócrates!

A técnica é conhecida, pois os poderosos dos anos 60-70 eram mestres em utilizá-la: imitando Maquiavel, produziam factos e ocorrências que os beneficiavam, pois com o dedo em riste incriminavam os opositores e tiravam daí os necessários proveitos!

Sejamos objectivos e pragmáticos.

O caso da ex-deputada da direita Manuela Moura Guedes tem todos os contornos de constituir uma criação da direita para servir os interesses dessa mesma direita, beneficiando sobretudo a sua principal líder: Manuela Ferreira Leite.

Importava que houvesse uma investigação a sério para se apurar se assim é de facto e o que é que o PSD (e, porque não, Manuela Ferreira Leite?) terão a ver com esta novela do casal Moniz.

Legalmente a administração da TVI não pode acabar com um programa noticioso.

Mas como o programa continuou a ir para o ar, poder-se-á concluir que o programa acabou só porque se tirou o “tacho” à mulher do ex-todo poderoso senhor feudal da TVI, apesar de no lugar dela terem colocado uma profissional da informação?!

Afinal, que confusão é esta? Então a mulher do ex-senhor feudal da TVI além de mulher também era o programa?!

Ou será que já não se pode substituir uma jornalista incompetente e parcial (que se servia de factos para veicular o seu ideário e os seus interesses) por outra jornalista que se julgue mais competente e isenta (que se baseie nos factos para servir desinteressadamente a informação e o esclarecimento do público)?!

A decisão da Administração da TVI não é condenável por isso.

É condenável porque: 1º) em plena campanha eleitoral, deu trunfos à direita e a Manuela Ferreira Leite; 2º) beneficiar quem quer que seja constitui uma intromissão indevida e ilegítima na vida democrática.

A Administração da TVI tinha a obrigação de usar de bom senso e de saber esperar pelas eleições para no dia seguinte colocar Manuela Moura Guedes na prateleira das inutilidades, de forma que os jornalistas em formação pudessem olhar para ela e compreender melhor o que não devem fazer para se realizarem como profissionais competentes ao serviço da informação e do esclarecimento do público!

Importava que houvesse uma investigação a sério para se apurar a responsabilidade da dupla José Eduardo Moniz – Manuela Moura Guedes num caso que indicia atentar contra direitos fundamentais dos portugueses, designadamente no que respeita ao direito à informação (leia-se informação e não deturpação ou manipulação!) e, até, à livre escolha dos responsáveis políticos do país.

Entretanto, retomando-se o triunvirato de interesses e benefícios que foram indiciados, pode-se extrair, desde já, uma conclusão: Manuela Ferreira Leite não se revela fiável!

Além do que já se viu, num dado momento Manuela Ferreira Leite autoproclama-se como intransigente defensora da ética e do decoro políticos e, quando lhe dá jeito, manda a ética e o decoro às urtigas, avança incongruentemente com Santana Lopes para a Câmara de Lisboa, inclui o contestado e indesejado António Preto na lista de deputados, e, de forma prepotente e arrogante, está-se nas “tintas” para decisões das bases do seu partido e saneia os seus opositores internos das listas de candidatos à Assembleia da República!

Além de provadamente prepotente e arrogante, Manuela Ferreira Leite será também um caso de esquizofrenia política?! Ou será uma tenaz seguidora de Maquiavel, defensora de que para chegar (finalmente e a qualquer preço!) ao poder todos os meios se justificam?!

É que se perder as próximas eleições, Manuela Ferreira Leite arrisca-se a ser pura e simplesmente trucidada no seio do seu partido, inclusive pelos companheiros que agora antidemocraticamente saneou, e, se assim for, esfuma-se a única oportunidade que teve na vida de (diabo seja surdo!) poder vir a ser 1ª. Ministra!

Por mim espero sinceramente que Manuela Ferreira Leite siga os passos de Manuela Moura Guedes e que passe à reforma (“retrete”, como pronunciam os meus estimados familiares emigrados em França) para que o PSD possa eleger alguém com ideias mais frescas e consentâneas com os tempos modernos.

Relembrando o jornalista Batista Bastos: onde estava Manuela Ferreira Leite quando se deu o 25 de Abril de 1974?

Seria interessante saber-se, bem como por onde andou antes desse evento crucial para a democracia portuguesa... Só por curiosidade – claro. Apenas para se poder perceber melhor o seu perfil político sombrio e incongruente, bem como as verdadeiras origens do seu estilo arrogante, prepotente e antidemocrático, inclusive contra companheiros de partido...

Razão tem Moita Flores, Presidente da Câmara de Santarém eleito pelo PSD, para ter vindo a público afirmar que não vai votar nas listas de deputados do PSD para a Assembleia da República.

Pelos vistos, Moita Flores nem com os “olhos vendados” consegue avalizar com o seu voto a arrogância, a prepotência e o espírito antidemocrático de Manuela Ferreira Leite, pois sabe que, tal como faziam nos anos 60-70, ela enche a boca com a palavra “VERDADE” (a sua!) mas não tem espírito democrático para ouvir a verdade dos que dela discordem, inclusive no interior do próprio PSD.

Apesar disto – inclusive porque sou católico - desejo muita saúde e longos e bons anos de vida a Manuela Ferreira Leite, para poder desfrutar de uma tranquila “retrete” (como pronunciam os meus estimados familiares emigrados em França, quando se referem a reforma), junto dos seus netinhos, demais família e amigos e com tempo suficiente para vestir a pele de D. Quixote de La Mancha e, finalmente, poder partir à caça dos fantasmas da asfixia democrática que, fora do PSD, terão invadido o país e que a sua visão delirante consegue enxergar nitidamente à vista desarmada.

Boa sorte nessa nova missão, Manuela Ferreira Leite.

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