Rio sem margens: Recordar é não viver [290]

23-09-2020
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Em
tempos, sucumbiste à valsa firme do desejo,
até
aí amordaçado nos recantos
que
em ti se agigantavam,
e
trucidaste o vazio, vivo e mole da saudade,
com
o fado da ausência desgrenhada pela distância.
 
A
fonte do bálsamo dos bálsamos, respiração
do
teu corpo tão veemente quanto indomável,
floriu,
então, nas tuas mãos,
bailarinas
em ondas de prazer,
germinando
inadiável essa viagem libertária.
 
As
tuas costas, arqueadas, retesavam
todas
as cordas de uma harpa em melodia solitária,
onde
dedilhavas, febril, a dança do ventre inabitado
até
me achegares ao teu peito.
 
Recordar
é não viver,
é
uma traição à essência do presente.
O
que fomos, não existe.
Por
isso, peço nova luz no teu colo tão amado.


Em
tempos, sucumbiste à valsa firme do desejo,
até
aí amordaçado nos recantos
que
em ti se agigantavam,
e
trucidaste o vazio, vivo e mole da saudade,
com
o fado da ausência desgrenhada pela distância.
 
A
fonte do bálsamo dos bálsamos, respiração
do
teu corpo tão veemente quanto indomável,
floriu,
então, nas tuas mãos,
bailarinas
em ondas de prazer,
germinando
inadiável essa viagem libertária.
 
As
tuas costas, arqueadas, retesavam
todas
as cordas de uma harpa em melodia solitária,
onde
dedilhavas, febril, a dança do ventre inabitado
até
me achegares ao teu peito.
 
Recordar
é não viver,
é
uma traição à essência do presente.
O
que fomos, não existe.
Por
isso, peço nova luz no teu colo tão amado.

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