Aviscosidades com Foral: Diamantino Sabina

27-01-2012
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De freguesia em freguesia, calcorreando montes e vales, atravessando rios e açudes, correndo perigos múltiplos em orgasmos de paladar e degustação. Eles são os provadores oficiais do município ao serviço do Rei de Matos, eles são os PROVADORES DA TÁVOLA REDONDA.

A história de cada um conta-se em poucas linhas: o provador Diamantino Sabina desde tenra idade começou a revelar esta propensão para provar comida antes dos outros, no caso a comida lá de casa. Sempre que um produto superava a data de validade, esse produto era dado a provar ao pequeno Tino. Se a criança bolsasse de satisfação, era sinal que o produto ainda podia ser cozinhado e consumido para dar a servir ao palácio. Pelo contrário, se a criança fizesse cara feia e preferisse chuchar no dedo, então o melhor que havia a fazer era lançar a comida aos cães vadios que se amontoavam nas traseiras das ameias.

Já o provador Abílio é um provador mais virado para a doçaria e quejandos. Digamos que, enquanto o Tino se ocupa do prato principal, o provador Abílio prova a sobremesa. Este talento foi descoberto praticamente por acaso. Sempre que o adolescente Abílio espirrava, era usual que quem estivesse por perto dissesse, de forma educada e cortês, "doce!", ao que Abílio Silveira respondia sempre com um enigmático, "onde?". Tantas foram as respostas similares que os seus progenitores decidiram que o petiz 'gourmet' tinha que seguir carreira obrigatória no âmbito da provação de doçaria. 

Anos mais tarde, juntaram-se-lhes o canelense Pinto - este, contudo, seguindo um trajecto distinto pois era oriundo da plebe e estava habituado a provar tudo o que lhe metessem na mesa, sem regra, noção de exigência ou requisitos de higiene - o pasteleiro Abel, um extraordinário reformista das doçarias que com a dose certa de grão-de-bico, feijão, milho e amêndoa consegue manufacturar algo "aveludado de fino e doce paladar" e um novo membro da irmandade da provação, o aveirense Bruno, concorrente do Peso Pesado, 33 anos, operador de call center, cujo doce favorito é o pudim de côco feito pela mãe e que se sente "frustrado" consigo e com a "vida" pois "cansa-se com muita facilidade". É pois o colectivo ideal de provadores municipais.


De freguesia em freguesia, calcorreando montes e vales, atravessando rios e açudes, correndo perigos múltiplos em orgasmos de paladar e degustação. Eles são os provadores oficiais do município ao serviço do Rei de Matos, eles são os PROVADORES DA TÁVOLA REDONDA.

A história de cada um conta-se em poucas linhas: o provador Diamantino Sabina desde tenra idade começou a revelar esta propensão para provar comida antes dos outros, no caso a comida lá de casa. Sempre que um produto superava a data de validade, esse produto era dado a provar ao pequeno Tino. Se a criança bolsasse de satisfação, era sinal que o produto ainda podia ser cozinhado e consumido para dar a servir ao palácio. Pelo contrário, se a criança fizesse cara feia e preferisse chuchar no dedo, então o melhor que havia a fazer era lançar a comida aos cães vadios que se amontoavam nas traseiras das ameias.

Já o provador Abílio é um provador mais virado para a doçaria e quejandos. Digamos que, enquanto o Tino se ocupa do prato principal, o provador Abílio prova a sobremesa. Este talento foi descoberto praticamente por acaso. Sempre que o adolescente Abílio espirrava, era usual que quem estivesse por perto dissesse, de forma educada e cortês, "doce!", ao que Abílio Silveira respondia sempre com um enigmático, "onde?". Tantas foram as respostas similares que os seus progenitores decidiram que o petiz 'gourmet' tinha que seguir carreira obrigatória no âmbito da provação de doçaria. 

Anos mais tarde, juntaram-se-lhes o canelense Pinto - este, contudo, seguindo um trajecto distinto pois era oriundo da plebe e estava habituado a provar tudo o que lhe metessem na mesa, sem regra, noção de exigência ou requisitos de higiene - o pasteleiro Abel, um extraordinário reformista das doçarias que com a dose certa de grão-de-bico, feijão, milho e amêndoa consegue manufacturar algo "aveludado de fino e doce paladar" e um novo membro da irmandade da provação, o aveirense Bruno, concorrente do Peso Pesado, 33 anos, operador de call center, cujo doce favorito é o pudim de côco feito pela mãe e que se sente "frustrado" consigo e com a "vida" pois "cansa-se com muita facilidade". É pois o colectivo ideal de provadores municipais.

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