Gente do meu tempo (album de recordações): Professores e de alunos do Liceu de Moçâmedes nas escadarias do Tribunal e do Liceu

30-06-2011
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Fotos tiradas nas escadarias do Tribunal, onde se pode ver o conjunto de professores e de alunos que então leccionavam e frequentavam o "Liceu Almirante Américo Tomás" em Moçâmedes.

1ª foto: Dr Machado, Dra Luísa Araújo, Dra Cecília Santos Pereira, Mário Robalo, Anabela Moreira, Luís Filipe Menezes, Prof.ª Ana Mª Melo Júnior, Chiquinho, Heloísa Bento, Dra. Olga Reis, Marília Costa Santos, Mário Viegas, Beatriz, Álvaro Baptista, Dr Vasco Coutinho, Augusta, Teresa Araújo, Bidarra, Rosário de Fátima, Dr. António de Sousa - Reitor, Eduarda Brás, Helder Santos, Luís Lara, Freitas (Máquina), Graça Neves Graça, Dr Ezequiel Jorge, Sérgio Monteiro da Costa, Vila Real, Emilino Coimbra, Doroteia, Isabel Mestre, Dra Fernanda Coutinho, Manuel Quelhas, Isabel Jacinto, Egar Pacheco, Fernando Martins, Graça, Dra. Amélia Júlia Victória Pereira, Mouzinho II, Mª João Alves, Prof. Isabel Santos, Dra Olímpia Moreira, Pe Menezes...

2ª foto: Eduarda Jacinto, Isabel Carranca, Dra. Cecília Santos Pereira, Renata Grade, Ana Mª Galvão, Profª Ana Maria Melo Júnior, Filó Campos., Manuela Oliveira, Dr.Machado, Prof.ª Isabel Santos, Dr.Vasco Coutinho, Mª João Cunha, Dr.António de Sousa, Zé Carneiro ?, Dr. Ezequiel Jorge, Mª Luisa Nascimento (Licas), Helder Santos, Mª Paula Mendes, Mª Manuela Mendes, Jorge Pinheiro da Silva,filho do engº Alipio.Faleceu no ano seguinte, Flávia Margarida, Dra. Amélia Júlia Victória Pereira, Tita Vaz Pereira, Dra.Luísa Araújo, José Pedro Freire, Mario João Duarte, Escaroupa Lopes, Dra.Olímpia Moreira, Vidigal (?), Padre Menezes, Pio Riscardo...
                                                   

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3ª foto: Rosário Emitério, Elsa Gaspar, Ezequiel, Domy, Six Foot, Isabel Jacinto, Isabel Cavaco, Padre Namolo, Padre Menezes,Tita Vaz Pereira, João Mingas, Júlia Pitrez, Guida Andrade, Tereza, Governador Sousa Machado e mulher, Manuel Armando Zarcos Palma, Variz, Joana Andrade, Dr Ezequiel,  Picola, Beatriz, Reitor António Sousa, Mitó,  Glória Inácio, Dr Coutinho (bintóito), Dr Ribeiro de Carvalho,  Taborda, Mamedes, Beto Pisoeiro, Antonieta Delgado, Américo Pisoeiro, Antonieta, Paula Pita, Carlos Jorge, Lena Ramos ...
O  Liceu Almirante Américo Tomás abriu as suas portas pela 1ª vez em 21 de Outubro de 1961. Ainda tenho presente o dia em que o Professor Adriano Moreira se deslocou a Moçâmedes, no decurso da sua visita a Angola, nesse trágico ano de 1961 (*), e foi feita uma manifestação nocturna junto ao Palácio do Governador com gritos de ordem: queremos um Liceu!...queremos um Liceu!... Foi então que o Ministro, surgindo à varanda do Palácio, disse simplesmente para a multidão: «o Liceu de Moçâmedes chama-se «Liceu Almirante Américo Thomás». A manifestação fora algo encomendado, uma vez que a decisão já estava tomada, mas o importante é que finalmente tínhamos alcançado o direito ao nosso Liceu, ainda que numa 1ª fase apenas ao nível dos estudos gerais liceais (5º ano).

Em Moçâmedes até essa data, ao nível estatal do ensino secundário, existia apenas a Escola Comercial de Moçâmedes  que havia sido convertida a partir da antiga Escola Prática de Pesca e Comércio de Moçâmedes, a 17 de Março de 1952, escola de cariz tecnico-profissional, que não dava a equivalência ao curso geral dos liceus. Isto acontecia devido à ideia retrógada que vigorava na época, de que a escola pública deveria realizar uma reprodução social e cultural, ideia que levou as autoridades portuguesas a entenderem que Moçâmedes, considerada que fora sempre como uma cidade essencialmente voltada para as coisas do mar, não deveria possuir uma instituição liceal e que bastaria proporcionar à sua juventude estudos práticos, considerados mais adequados ao meio, numa escola secundária e apenas ao nível do curso geral (5º ano). Os estudos liceais eram considerados propedêuticos ao ensino superior, e destinar-se-iam aos futuros candidatos a uma Universidade na Metrópole, uma vez que a Universidade de Luanda só veio a ser criada já em 1969 . Esta  situação não apenas prejudicou os filhos de Moçâmedes e Porto Alexandre, como obrigou aqueles que pretendiam prosseguir os estudos para níveis superiores, a muito cedo terem que deixar as suas casas e as suas famílias, para ingressarem no Liceu Diogo Cão em Sá da Bandeira, a cidade mais próxima, a expensas de suas familias, e quantas vezes com os maiores sacrifícios. Ou então, por razões de preferência, ou por motivos económicos, a ingressarem na Escola de Regerentes Agrícolas do Tchivinguiro, na província da Huila, onde ficavam alojados em regime de internato e  a frequência era gratuita. Para ali entravam após o 2º ano, e dali saiam ao fim de uns anos aptos a investir os seus conhecimentos em prol do desenvolvimento agrícola e pecuário de Angola. A partir de 1961, progressivamente, foram caindo, uma a  uma,  as barreiras que, em matéria de habilitações literárias, impediam os jovens de Moçâmedes e de Angola de ir mais além.

Em 1969 foi criada a  Universidade de Luanda, com Licenciaturas em Ciências, Engenharia, Medicina e História, sendo notória a falta em Angola de uma Faculdade de Direito e outra de Economia. Os alunos que quisessem prosseguir estudos nesses campos tinham de fazer um exame de aptidão à universidade e depois seguir para a Metrópole (Portugal - Lisboa, Coimbra ou Porto). O governo português era naturalmente adverso a esses desejos e assim resistiu durante anos em autorizar que esses cursos fossem leccionados nas colónias. Foi graças a um pedido de um grupo de alunos finalistas do Liceu Salvador Correia de Luanda, no ano de 1969, dirigido ao Governador Geral Coronel Rebocho Vaz e ao Reitor da Universidade de Luanda, Professor Ivo Soares que em Agosto de 1970, o Curso Superior de Economia foi estabelecido em Luanda e em Lourenço Marques (Moçambique), e moldado segundo o modelo do Curso Superior de Economia da Universidade do Porto. A partir da década de 70, o Curso de Regentes Agrícolas passa a denominar-se Curso de Engenheiros-Técnicos Agrários.
Para culminar, em 05.07.1975, já em vésperas da independência de Angola, foi resolvido à pressa, desdobrar a Universidade de Luanda em três: Universidade de Luanda, Universidade do Huambo e Universidade do Lubango. A resistência à Faculdade de Direito manteve-se até ao fim.

A 11 de Novembro de 1975, Angola proclamou a sua independência.

MariaNJardim(*)1961 foi o ano do início da luta armada em Angola, desencadeada após os massacres perpretados pela UPA contra as populações indefesas do norte do território.

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Fotos tiradas nas escadarias do Tribunal, onde se pode ver o conjunto de professores e de alunos que então leccionavam e frequentavam o "Liceu Almirante Américo Tomás" em Moçâmedes.

1ª foto: Dr Machado, Dra Luísa Araújo, Dra Cecília Santos Pereira, Mário Robalo, Anabela Moreira, Luís Filipe Menezes, Prof.ª Ana Mª Melo Júnior, Chiquinho, Heloísa Bento, Dra. Olga Reis, Marília Costa Santos, Mário Viegas, Beatriz, Álvaro Baptista, Dr Vasco Coutinho, Augusta, Teresa Araújo, Bidarra, Rosário de Fátima, Dr. António de Sousa - Reitor, Eduarda Brás, Helder Santos, Luís Lara, Freitas (Máquina), Graça Neves Graça, Dr Ezequiel Jorge, Sérgio Monteiro da Costa, Vila Real, Emilino Coimbra, Doroteia, Isabel Mestre, Dra Fernanda Coutinho, Manuel Quelhas, Isabel Jacinto, Egar Pacheco, Fernando Martins, Graça, Dra. Amélia Júlia Victória Pereira, Mouzinho II, Mª João Alves, Prof. Isabel Santos, Dra Olímpia Moreira, Pe Menezes...

2ª foto: Eduarda Jacinto, Isabel Carranca, Dra. Cecília Santos Pereira, Renata Grade, Ana Mª Galvão, Profª Ana Maria Melo Júnior, Filó Campos., Manuela Oliveira, Dr.Machado, Prof.ª Isabel Santos, Dr.Vasco Coutinho, Mª João Cunha, Dr.António de Sousa, Zé Carneiro ?, Dr. Ezequiel Jorge, Mª Luisa Nascimento (Licas), Helder Santos, Mª Paula Mendes, Mª Manuela Mendes, Jorge Pinheiro da Silva,filho do engº Alipio.Faleceu no ano seguinte, Flávia Margarida, Dra. Amélia Júlia Victória Pereira, Tita Vaz Pereira, Dra.Luísa Araújo, José Pedro Freire, Mario João Duarte, Escaroupa Lopes, Dra.Olímpia Moreira, Vidigal (?), Padre Menezes, Pio Riscardo...
                                                   

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3ª foto: Rosário Emitério, Elsa Gaspar, Ezequiel, Domy, Six Foot, Isabel Jacinto, Isabel Cavaco, Padre Namolo, Padre Menezes,Tita Vaz Pereira, João Mingas, Júlia Pitrez, Guida Andrade, Tereza, Governador Sousa Machado e mulher, Manuel Armando Zarcos Palma, Variz, Joana Andrade, Dr Ezequiel,  Picola, Beatriz, Reitor António Sousa, Mitó,  Glória Inácio, Dr Coutinho (bintóito), Dr Ribeiro de Carvalho,  Taborda, Mamedes, Beto Pisoeiro, Antonieta Delgado, Américo Pisoeiro, Antonieta, Paula Pita, Carlos Jorge, Lena Ramos ...
O  Liceu Almirante Américo Tomás abriu as suas portas pela 1ª vez em 21 de Outubro de 1961. Ainda tenho presente o dia em que o Professor Adriano Moreira se deslocou a Moçâmedes, no decurso da sua visita a Angola, nesse trágico ano de 1961 (*), e foi feita uma manifestação nocturna junto ao Palácio do Governador com gritos de ordem: queremos um Liceu!...queremos um Liceu!... Foi então que o Ministro, surgindo à varanda do Palácio, disse simplesmente para a multidão: «o Liceu de Moçâmedes chama-se «Liceu Almirante Américo Thomás». A manifestação fora algo encomendado, uma vez que a decisão já estava tomada, mas o importante é que finalmente tínhamos alcançado o direito ao nosso Liceu, ainda que numa 1ª fase apenas ao nível dos estudos gerais liceais (5º ano).

Em Moçâmedes até essa data, ao nível estatal do ensino secundário, existia apenas a Escola Comercial de Moçâmedes  que havia sido convertida a partir da antiga Escola Prática de Pesca e Comércio de Moçâmedes, a 17 de Março de 1952, escola de cariz tecnico-profissional, que não dava a equivalência ao curso geral dos liceus. Isto acontecia devido à ideia retrógada que vigorava na época, de que a escola pública deveria realizar uma reprodução social e cultural, ideia que levou as autoridades portuguesas a entenderem que Moçâmedes, considerada que fora sempre como uma cidade essencialmente voltada para as coisas do mar, não deveria possuir uma instituição liceal e que bastaria proporcionar à sua juventude estudos práticos, considerados mais adequados ao meio, numa escola secundária e apenas ao nível do curso geral (5º ano). Os estudos liceais eram considerados propedêuticos ao ensino superior, e destinar-se-iam aos futuros candidatos a uma Universidade na Metrópole, uma vez que a Universidade de Luanda só veio a ser criada já em 1969 . Esta  situação não apenas prejudicou os filhos de Moçâmedes e Porto Alexandre, como obrigou aqueles que pretendiam prosseguir os estudos para níveis superiores, a muito cedo terem que deixar as suas casas e as suas famílias, para ingressarem no Liceu Diogo Cão em Sá da Bandeira, a cidade mais próxima, a expensas de suas familias, e quantas vezes com os maiores sacrifícios. Ou então, por razões de preferência, ou por motivos económicos, a ingressarem na Escola de Regerentes Agrícolas do Tchivinguiro, na província da Huila, onde ficavam alojados em regime de internato e  a frequência era gratuita. Para ali entravam após o 2º ano, e dali saiam ao fim de uns anos aptos a investir os seus conhecimentos em prol do desenvolvimento agrícola e pecuário de Angola. A partir de 1961, progressivamente, foram caindo, uma a  uma,  as barreiras que, em matéria de habilitações literárias, impediam os jovens de Moçâmedes e de Angola de ir mais além.

Em 1969 foi criada a  Universidade de Luanda, com Licenciaturas em Ciências, Engenharia, Medicina e História, sendo notória a falta em Angola de uma Faculdade de Direito e outra de Economia. Os alunos que quisessem prosseguir estudos nesses campos tinham de fazer um exame de aptidão à universidade e depois seguir para a Metrópole (Portugal - Lisboa, Coimbra ou Porto). O governo português era naturalmente adverso a esses desejos e assim resistiu durante anos em autorizar que esses cursos fossem leccionados nas colónias. Foi graças a um pedido de um grupo de alunos finalistas do Liceu Salvador Correia de Luanda, no ano de 1969, dirigido ao Governador Geral Coronel Rebocho Vaz e ao Reitor da Universidade de Luanda, Professor Ivo Soares que em Agosto de 1970, o Curso Superior de Economia foi estabelecido em Luanda e em Lourenço Marques (Moçambique), e moldado segundo o modelo do Curso Superior de Economia da Universidade do Porto. A partir da década de 70, o Curso de Regentes Agrícolas passa a denominar-se Curso de Engenheiros-Técnicos Agrários.
Para culminar, em 05.07.1975, já em vésperas da independência de Angola, foi resolvido à pressa, desdobrar a Universidade de Luanda em três: Universidade de Luanda, Universidade do Huambo e Universidade do Lubango. A resistência à Faculdade de Direito manteve-se até ao fim.

A 11 de Novembro de 1975, Angola proclamou a sua independência.

MariaNJardim(*)1961 foi o ano do início da luta armada em Angola, desencadeada após os massacres perpretados pela UPA contra as populações indefesas do norte do território.

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