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19-06-2020
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Se eu fosse a ti amava-me, telefonava,

não perdia tempo, dizia-me que sim. 

Não hesitava mais, fugia. 

Dava o que tens, o que tenho, 

para ter o que dás, o que me darias. 

Soltava o cabelo, chorava 

de prazer, cantava descalça, dançava, 

punha em fevereiro um sol de agosto, 

morria de prazer, não punha 

nenhum mas a este amor, inventava 

nomes e verbos novos, estremecia 

de medo perante a dúvida de que fosse 

só um sonho, fugia 

para sempre de ti, de ali, comigo. 

Se eu fosse a ti amava-me. 

Dizia que sim, vinha 

a correr para os meus braços, 

ou pelo menos, sei lá, respondia 

às minhas mensagens, às minhas tentativas 

de saber que é feito de ti, telefonava-me, 

que será de nós, dava-me 

um sinal de vida, se eu fosse a ti.

Juan Vicente Piqueras

Se eu fosse a ti amava-me, telefonava,

não perdia tempo, dizia-me que sim. 

Não hesitava mais, fugia. 

Dava o que tens, o que tenho, 

para ter o que dás, o que me darias. 

Soltava o cabelo, chorava 

de prazer, cantava descalça, dançava, 

punha em fevereiro um sol de agosto, 

morria de prazer, não punha 

nenhum mas a este amor, inventava 

nomes e verbos novos, estremecia 

de medo perante a dúvida de que fosse 

só um sonho, fugia 

para sempre de ti, de ali, comigo. 

Se eu fosse a ti amava-me. 

Dizia que sim, vinha 

a correr para os meus braços, 

ou pelo menos, sei lá, respondia 

às minhas mensagens, às minhas tentativas 

de saber que é feito de ti, telefonava-me, 

que será de nós, dava-me 

um sinal de vida, se eu fosse a ti.

Juan Vicente Piqueras

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