O retrato do “político de negócios”

10-09-2011
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Um “indivíduo com personalidade forte, tal como Janus, pequenos deuses intocáveis com duas faces: uma esculpida pela sua arrogância, exibicionismo e audácia, outra pela capacidade empreendedora, inovadora e adaptativa”, cujos “recursos” eram os seus “conhecimentos e informações reservadas”. E que, depois de conseguidas as receitas para proveito próprio ou para benefício do partido, era compensado com “cargos de nomeação política em posições estratégicas”.

Da leitura mais crítica de Luís de Sousa, que recordou, mais de uma vez, os escassos números de processos instaurados e condenações por oposição aos números de casos arquivados, passou-se a uma sessão de vitimização dos políticos.

Isabel Oneto, ex-governadora civil do Porto e deputada, questionou se o enfoque na classe política em termos de visibilidade do fenómeno não prejudicava o próprio esforço de combate. E o ex-deputado Vera Jardim defendeu que “o barulho mediático” à volta do tema não ajudava “à procura de soluções”. E assumiu a opinião de que os reduzidos números de condenações tinham mais que ver com processos “mal instruídos” por falhas de coordenação entre Ministério Público e polícia e até fracas técnicas de investigação.

Ainda assim, houve pontos em que a sala mostrou acordo. Na ideia, por exemplo, de que “em Portugal o fenómeno do tráfico de influências é muito mais grave do que a corrupção”. Conclusão secundada por Sousa, que citou um estudo europeu em que Portugal surgia nos lugares cimeiros como o país em que as pessoas reconheciam possuir “mais contactos para mobilizar”.

Um “indivíduo com personalidade forte, tal como Janus, pequenos deuses intocáveis com duas faces: uma esculpida pela sua arrogância, exibicionismo e audácia, outra pela capacidade empreendedora, inovadora e adaptativa”, cujos “recursos” eram os seus “conhecimentos e informações reservadas”. E que, depois de conseguidas as receitas para proveito próprio ou para benefício do partido, era compensado com “cargos de nomeação política em posições estratégicas”.

Da leitura mais crítica de Luís de Sousa, que recordou, mais de uma vez, os escassos números de processos instaurados e condenações por oposição aos números de casos arquivados, passou-se a uma sessão de vitimização dos políticos.

Isabel Oneto, ex-governadora civil do Porto e deputada, questionou se o enfoque na classe política em termos de visibilidade do fenómeno não prejudicava o próprio esforço de combate. E o ex-deputado Vera Jardim defendeu que “o barulho mediático” à volta do tema não ajudava “à procura de soluções”. E assumiu a opinião de que os reduzidos números de condenações tinham mais que ver com processos “mal instruídos” por falhas de coordenação entre Ministério Público e polícia e até fracas técnicas de investigação.

Ainda assim, houve pontos em que a sala mostrou acordo. Na ideia, por exemplo, de que “em Portugal o fenómeno do tráfico de influências é muito mais grave do que a corrupção”. Conclusão secundada por Sousa, que citou um estudo europeu em que Portugal surgia nos lugares cimeiros como o país em que as pessoas reconheciam possuir “mais contactos para mobilizar”.

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