O Acidental: Amanhã na Atlântico, entre outras coisas

25-01-2012
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Quando a jornalista Anne Applebaum visitou a cidade de Praga, após a queda do regime comunista, observou uma situação que de alguma forma veio a constituir-se como a inquietação básica do seu livro Gulag, Uma História: «Havia vendedores de tudo ao longo da ponte […] Pinturas de lindas ruelas estavam em exposição, juntamente com jóias de ocasião e porta-chaves de Praga. Entre o bricabraque, podia-se comprar toda a parafrenália militar soviética: barretes, insígnias e pequenos emblemas na lapela, as imagens de lata de Lenine e Brejnev que as crianças das escolas soviéticas um dia prenderam aos seus uniformes».Os compradores destes souvenirs eram na sua maioria americanos ou cidadãos da Europa ocidental. Ao olhá-los Applebaum percebe que qualquer um deles “ficaria doente só de pensar usar uma suástica ao peito. Nenhuma recusava , no entanto, usar uma foice e um martelo numa t-shirt ou num boné”. Sem nome nem rosto os mortos do comunismo são apenas uma estatística. Ou como disse Estaline, «A morte de um homem é uma tragédia, a morte de um milhão é uma estatística»E até hoje não deixou de ser assim.Helena Matos, Atlântico.[Bernardo Pires de Lima]

Quando a jornalista Anne Applebaum visitou a cidade de Praga, após a queda do regime comunista, observou uma situação que de alguma forma veio a constituir-se como a inquietação básica do seu livro Gulag, Uma História: «Havia vendedores de tudo ao longo da ponte […] Pinturas de lindas ruelas estavam em exposição, juntamente com jóias de ocasião e porta-chaves de Praga. Entre o bricabraque, podia-se comprar toda a parafrenália militar soviética: barretes, insígnias e pequenos emblemas na lapela, as imagens de lata de Lenine e Brejnev que as crianças das escolas soviéticas um dia prenderam aos seus uniformes».Os compradores destes souvenirs eram na sua maioria americanos ou cidadãos da Europa ocidental. Ao olhá-los Applebaum percebe que qualquer um deles “ficaria doente só de pensar usar uma suástica ao peito. Nenhuma recusava , no entanto, usar uma foice e um martelo numa t-shirt ou num boné”. Sem nome nem rosto os mortos do comunismo são apenas uma estatística. Ou como disse Estaline, «A morte de um homem é uma tragédia, a morte de um milhão é uma estatística»E até hoje não deixou de ser assim.Helena Matos, Atlântico.[Bernardo Pires de Lima]

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