Rui Rocha, 24.05.11
Recordo aqui o estardalhaço com que certas almas receberam a proposta do PSD de reduzir a TSU em 4%. Lembro-me bem do debate em que Louçã confrontou Sócrates com o compromisso que teria assumido perante a Troika no sentido de reduzir as contribuições de forma significativa. E da resposta deste último. Basicamente que pois, mas na verdade que não, antes pelo contrário, quando puder ser, depois logo se vê, se houver Sol e depois não chover, mais qualquer coisa sobre a margem, e que não era bem uma carta, que sendo uma carta sempre seria o duque de espadas e nunca o rei de copas, eventualmente um escrito com intenções, se calhar nem isso, jamais um compromisso, que já não se lembrava bem quem era a Troika, que rigorosamente nem sequer tinha havido resgate, que o PEC IV é que era e que o tempo não tem estado mau na Caparica. Depois do debate, Sócrates ainda teve tempo para manifestar as maiores dúvidas sobre a descida da TSU em 2012. Em matéria de TSU, a dúvida foi, portanto, o método que Sócrates utilizou para impedir o conhecimento da realidade. Infelizmente para o líder do PS, também relativamente a este ponto o castelo de cartas está a desmoronar-se. Teixeira dos Santos tem estado, como se sabe, confinado em solitária. Ontem, aproveitou uma saída precária para se pronunciar sobre o assunto, afirmando que foi assumido um "compromisso claro de que, tendo em vista apoiar o reforço da competitividade europeia, haverá uma descida significativa da TSU". E esclareceu ainda que o estudo sobre as medidas necessárias para compensar essa descida deve esta concluído até final de Junho. Mais uma vez José Sócrates faltou ao respeito aos portugueses tentando ludibriá-los relativamente à existência de compromissos que ele próprio assumiu. Perante a sucessão de factos como este, não é possível acompanhar os que dizem que o primeiro-ministro vive numa realidade alternativa. Na verdade, estamos mais propriamente perante uma realidade de alterne.
Categorias
Entidades
Rui Rocha, 24.05.11
Recordo aqui o estardalhaço com que certas almas receberam a proposta do PSD de reduzir a TSU em 4%. Lembro-me bem do debate em que Louçã confrontou Sócrates com o compromisso que teria assumido perante a Troika no sentido de reduzir as contribuições de forma significativa. E da resposta deste último. Basicamente que pois, mas na verdade que não, antes pelo contrário, quando puder ser, depois logo se vê, se houver Sol e depois não chover, mais qualquer coisa sobre a margem, e que não era bem uma carta, que sendo uma carta sempre seria o duque de espadas e nunca o rei de copas, eventualmente um escrito com intenções, se calhar nem isso, jamais um compromisso, que já não se lembrava bem quem era a Troika, que rigorosamente nem sequer tinha havido resgate, que o PEC IV é que era e que o tempo não tem estado mau na Caparica. Depois do debate, Sócrates ainda teve tempo para manifestar as maiores dúvidas sobre a descida da TSU em 2012. Em matéria de TSU, a dúvida foi, portanto, o método que Sócrates utilizou para impedir o conhecimento da realidade. Infelizmente para o líder do PS, também relativamente a este ponto o castelo de cartas está a desmoronar-se. Teixeira dos Santos tem estado, como se sabe, confinado em solitária. Ontem, aproveitou uma saída precária para se pronunciar sobre o assunto, afirmando que foi assumido um "compromisso claro de que, tendo em vista apoiar o reforço da competitividade europeia, haverá uma descida significativa da TSU". E esclareceu ainda que o estudo sobre as medidas necessárias para compensar essa descida deve esta concluído até final de Junho. Mais uma vez José Sócrates faltou ao respeito aos portugueses tentando ludibriá-los relativamente à existência de compromissos que ele próprio assumiu. Perante a sucessão de factos como este, não é possível acompanhar os que dizem que o primeiro-ministro vive numa realidade alternativa. Na verdade, estamos mais propriamente perante uma realidade de alterne.