O Acidental: Orgulho negro

03-07-2011
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Enquanto nós por aqui nos perdemos nestes salamaleques, há sítios onde o racismo e o sexismo são praticados com bastante alegria e desvergonha. É o caso do Zimbawe e do nosso famoso amigo Robert Mugabe. Já aqui falei do seu mais recente programa contra a criminalidade (diz ele), cuja consequência para já foi a deportação de um número indeterminado de pessoas entre 250.000 e 1.000.000, internadas num campo de concentração. Não é que isto seja novidade num continente devolvido à violência e ao racismo: ao longo do último meio século, a pretexto de serem colonialistas, os brancos foram quase todos expulsos de África; e a violência entre etnias (violência racista, portanto) da mesma cor de pele transformou-se no pão-nosso de cada dia. Mas quando assistimos ao que faz Mugabe, o tal que já considerou Tony Blair um “paneleiro” e permanentemente verbera os “paneleiros” que existem no seu país, o grande herói da esquerda e do nacionalismo africano, até parece que estamos a ver (com 30 anos de atraso) uma repetição da nossa descolonização e da instalação dos novos estados africanos: racismo, assassinatos políticos, prisões arbitrárias, campos de concentração (de “reeducação”, chamaram-se), fome política… a receita é parecida.Consta que estão neste momento a morrer no Zimbawe milhares de pessoas por dia à conta do tal programa. Deixo aqui um artigo onde precisamente se pergunta: será isto pior que Darfur? Não parece ser uma questão que preocupe muito a grande multidão humanitária que tanto se vai indignando por aí a propósito de tudo e mais alguma coisa.[Luciano Amaral]

Enquanto nós por aqui nos perdemos nestes salamaleques, há sítios onde o racismo e o sexismo são praticados com bastante alegria e desvergonha. É o caso do Zimbawe e do nosso famoso amigo Robert Mugabe. Já aqui falei do seu mais recente programa contra a criminalidade (diz ele), cuja consequência para já foi a deportação de um número indeterminado de pessoas entre 250.000 e 1.000.000, internadas num campo de concentração. Não é que isto seja novidade num continente devolvido à violência e ao racismo: ao longo do último meio século, a pretexto de serem colonialistas, os brancos foram quase todos expulsos de África; e a violência entre etnias (violência racista, portanto) da mesma cor de pele transformou-se no pão-nosso de cada dia. Mas quando assistimos ao que faz Mugabe, o tal que já considerou Tony Blair um “paneleiro” e permanentemente verbera os “paneleiros” que existem no seu país, o grande herói da esquerda e do nacionalismo africano, até parece que estamos a ver (com 30 anos de atraso) uma repetição da nossa descolonização e da instalação dos novos estados africanos: racismo, assassinatos políticos, prisões arbitrárias, campos de concentração (de “reeducação”, chamaram-se), fome política… a receita é parecida.Consta que estão neste momento a morrer no Zimbawe milhares de pessoas por dia à conta do tal programa. Deixo aqui um artigo onde precisamente se pergunta: será isto pior que Darfur? Não parece ser uma questão que preocupe muito a grande multidão humanitária que tanto se vai indignando por aí a propósito de tudo e mais alguma coisa.[Luciano Amaral]

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