A melhor prova que a central de comunicação do PS está muito bem montada, é este texto escrito pelo Eduardo. Desculpa-me, também, mas misturar professores e militares no saco indistinto dos "privilégios absurdos" da função pública é confundir alhos com bugalhos. Estranho até que um conservador como tu escreva tais comentários sobre duas instituições - o Ensino e as Forças Armadas - que são consideradas absolutamente estruturantes para a existência daquilo a que se convencionou chamar "nação". Para além de não se terem retirado assim tantos privilégios, como tu pareces pensar, o que se conseguiu foi arrasar a autoridade e o bom nome de duas profissões que asseguram o presente e o futuro de Portugal. Tu sabes, por exemplo, que existem muitos professores que hoje em dia, graças à actual ministra, têm cargas horárias de 7 horas, dando aulas no total a cerca de 200 alunos, a que somam mais 4 horas para os chamados "furos" - achas que um professor nestas condições tem tempo sequer para preparar a matéria? Saberás também que um professor destes ganha pouco mais de 500 euros por mês?Tu sabes, por exemplo, que os militares portugueses são considerados como dos melhores activos da NATO nas missões internacionais de grande risco - e que hoje em dia ainda estão na Bósnia, onde são considerados exemplares, ou no Afeganistão? Que continuam em S. Tomé e noutras zonas de interesse estratégico para Portugal?O que a ministra da Educação conseguiu - por ordem do actual primeiro-ministro, é claro - foi que até pessoas como tu consideram os professores e os militares como uns malandros cheios de mordomias que não fazem nenhum. E se pessoas como tu o escrevem, o que dirão outros bem menos (des)informados? Eu, que até sou o perigoso liberal de serviço, entendo que, mesmo que se retirassem alguns dos tais "privilégios absurdos" - que me dirás certamente quais são - o método e a forma como tal processo foi conduzido não poderiam ter sido mais errados. De uma penada, arrasou-se com a autoridade que restava a professores e militares. Posso ser talvez antiquado, mas continuo a acreditar que o respeito ainda é uma coisa muito bonita. [PPM]
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A melhor prova que a central de comunicação do PS está muito bem montada, é este texto escrito pelo Eduardo. Desculpa-me, também, mas misturar professores e militares no saco indistinto dos "privilégios absurdos" da função pública é confundir alhos com bugalhos. Estranho até que um conservador como tu escreva tais comentários sobre duas instituições - o Ensino e as Forças Armadas - que são consideradas absolutamente estruturantes para a existência daquilo a que se convencionou chamar "nação". Para além de não se terem retirado assim tantos privilégios, como tu pareces pensar, o que se conseguiu foi arrasar a autoridade e o bom nome de duas profissões que asseguram o presente e o futuro de Portugal. Tu sabes, por exemplo, que existem muitos professores que hoje em dia, graças à actual ministra, têm cargas horárias de 7 horas, dando aulas no total a cerca de 200 alunos, a que somam mais 4 horas para os chamados "furos" - achas que um professor nestas condições tem tempo sequer para preparar a matéria? Saberás também que um professor destes ganha pouco mais de 500 euros por mês?Tu sabes, por exemplo, que os militares portugueses são considerados como dos melhores activos da NATO nas missões internacionais de grande risco - e que hoje em dia ainda estão na Bósnia, onde são considerados exemplares, ou no Afeganistão? Que continuam em S. Tomé e noutras zonas de interesse estratégico para Portugal?O que a ministra da Educação conseguiu - por ordem do actual primeiro-ministro, é claro - foi que até pessoas como tu consideram os professores e os militares como uns malandros cheios de mordomias que não fazem nenhum. E se pessoas como tu o escrevem, o que dirão outros bem menos (des)informados? Eu, que até sou o perigoso liberal de serviço, entendo que, mesmo que se retirassem alguns dos tais "privilégios absurdos" - que me dirás certamente quais são - o método e a forma como tal processo foi conduzido não poderiam ter sido mais errados. De uma penada, arrasou-se com a autoridade que restava a professores e militares. Posso ser talvez antiquado, mas continuo a acreditar que o respeito ainda é uma coisa muito bonita. [PPM]