O Acidental: Land Of The Free & The Home Of The Brave

21-01-2012
marcar artigo

Sobre o Paulo, o Henrique já disse quase tudo. O Paulo tem envergonhado a ociosidade de muitos patriarcas desta nossa direita. Dispensa a preguiça e a sinecura e faz aquilo que todos pensámos que um dia deveria ser feito sem sabermos quem teria, quando o dia chegasse, atrevimento e coragem bastante. O Paulo tem-na e muito, e sem um pingo do pedantismo que alastra com o reconhecimento e a notoriedade, tem sido o rosto visível desse «combate cultural» de que tanta gente falava há já tanto tempo. Um muito obrigado por tudo e um grande abraço para ele.O Acidental foi um caso de sucesso nestes dois anos. Como leitor assíduo, lembro-me do FMS a escrever recensões sérias e apaixonadas sobre o Roger Scruton e o estilo (ou a ausência dele) do Engenheiro Sócrates, o RMD a fazer humor de esquerda com a incubadora, a Inês Teotónio Pereira a desancar sem pudor em feministas assanhadas, as referências do ENP com que todos aprendemos, o Henrique Raposo a desconstruir os argumentos dos desconstrucionistas nos seus parágrafos escrupulosos e asseados, o DBH e o uso desassombrado do Google Image, o Bernardo e a sua italianíssima paixão, o Jacinto Bettencourt e os advérbios de modo oportunamente colocados, o Luciano Amaral a falar com o povo sem se importar de descer do estrado, o Nuno Costa Santos a dissertar sobre a cruel promiscuidade nas relações com os livros e o Paulo a «marcar a agenda» da blogosfera durante este tempo todo, transformando uma convicção íntima num verdadeiro comunismo (calminha, oh literais iracundos) da convicção.Muitas polémicas, muito humor, muito talento. E um excelente retrato do que é hoje uma direita desempoeirada e plural. Como no Indy dos velhos tempos, O Acidental foi um blog conservador no conteúdo e libertário na forma – o que não deixou de chocar muitas alminhas, à esquerda mas sobretudo à direita, formadas na velha escola do vernáculo sensaborão, muita casca-grossa no trato e o indispensável escutismo no toutiço.Quanto a mim, vou ter saudades desta vasta conspirata direitista. Diverti-me muito e corei de orgulho no dia em que comecei a escrever por cá. Foi muito bom conhecer Os Acidentais. Uns senhores. Cheios de bom gosto e boa disposição. São daquele tipo de pessoas que acredita que a política não é a coisa mais importante do mundo: como o Paulo escreveu e eu tive a oportunidade de notar, este foi sempre um blog de amigos. Que vão deixar saudades.Os rumores acumularam-se e durante estes dois anos O Acidental ouviu de quase tudo. Entre mimos vários, chamaram-nos muitas vezes de falcões. E têm razão. Este blog gosta manifestamente de andar em guerra. Contra a paz intelectual. Um grande abraço a todos e até sempre. Foi um prazer.[Tiago Geraldo]

Sobre o Paulo, o Henrique já disse quase tudo. O Paulo tem envergonhado a ociosidade de muitos patriarcas desta nossa direita. Dispensa a preguiça e a sinecura e faz aquilo que todos pensámos que um dia deveria ser feito sem sabermos quem teria, quando o dia chegasse, atrevimento e coragem bastante. O Paulo tem-na e muito, e sem um pingo do pedantismo que alastra com o reconhecimento e a notoriedade, tem sido o rosto visível desse «combate cultural» de que tanta gente falava há já tanto tempo. Um muito obrigado por tudo e um grande abraço para ele.O Acidental foi um caso de sucesso nestes dois anos. Como leitor assíduo, lembro-me do FMS a escrever recensões sérias e apaixonadas sobre o Roger Scruton e o estilo (ou a ausência dele) do Engenheiro Sócrates, o RMD a fazer humor de esquerda com a incubadora, a Inês Teotónio Pereira a desancar sem pudor em feministas assanhadas, as referências do ENP com que todos aprendemos, o Henrique Raposo a desconstruir os argumentos dos desconstrucionistas nos seus parágrafos escrupulosos e asseados, o DBH e o uso desassombrado do Google Image, o Bernardo e a sua italianíssima paixão, o Jacinto Bettencourt e os advérbios de modo oportunamente colocados, o Luciano Amaral a falar com o povo sem se importar de descer do estrado, o Nuno Costa Santos a dissertar sobre a cruel promiscuidade nas relações com os livros e o Paulo a «marcar a agenda» da blogosfera durante este tempo todo, transformando uma convicção íntima num verdadeiro comunismo (calminha, oh literais iracundos) da convicção.Muitas polémicas, muito humor, muito talento. E um excelente retrato do que é hoje uma direita desempoeirada e plural. Como no Indy dos velhos tempos, O Acidental foi um blog conservador no conteúdo e libertário na forma – o que não deixou de chocar muitas alminhas, à esquerda mas sobretudo à direita, formadas na velha escola do vernáculo sensaborão, muita casca-grossa no trato e o indispensável escutismo no toutiço.Quanto a mim, vou ter saudades desta vasta conspirata direitista. Diverti-me muito e corei de orgulho no dia em que comecei a escrever por cá. Foi muito bom conhecer Os Acidentais. Uns senhores. Cheios de bom gosto e boa disposição. São daquele tipo de pessoas que acredita que a política não é a coisa mais importante do mundo: como o Paulo escreveu e eu tive a oportunidade de notar, este foi sempre um blog de amigos. Que vão deixar saudades.Os rumores acumularam-se e durante estes dois anos O Acidental ouviu de quase tudo. Entre mimos vários, chamaram-nos muitas vezes de falcões. E têm razão. Este blog gosta manifestamente de andar em guerra. Contra a paz intelectual. Um grande abraço a todos e até sempre. Foi um prazer.[Tiago Geraldo]

marcar artigo