O Acidental: Grandes livros lidos em 2005, VI

03-07-2011
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Numa reflexão de um pensador improvável, encontrei um dos pilares do ser-se conservador: recusar o Bem enquanto projecto colectivo. O Bem, na esfera pública e política, é uma perigosa tentação. Na esfera pública, deve-se manter, isso sim, a memória do Mal. Deve-se pensar a montante (evitar o mal) e não a jusante (fazer o Bem). Uma teoria da Justiça/Bem é impalpável em termos políticos. O Bem é indefinível porque é infinito, expansivo, sem fronteiras. Uma teoria da injustiça/mal, ao invés, é finita e palpável em termos políticos. Como diz este senhor (de forma muito maquiavélica e hobbesiana), os nossos direitos advêm do contacto com o mal e não de grandiloquentes definições de Bem.Todorov é difícil de definir. Quando o lemos, ficamos com uma impressão de estranheza. A meu ver, esta estranheza advém do seguinte: Todorov é pré-Iluminista. As suas referências estão contidas no período do renascimento. Maquiavel e Erasmus. Um pessimismo em relação ao Homem, mas uma crença inquebrantável no Indivíduo.[Henrique Raposo]

Numa reflexão de um pensador improvável, encontrei um dos pilares do ser-se conservador: recusar o Bem enquanto projecto colectivo. O Bem, na esfera pública e política, é uma perigosa tentação. Na esfera pública, deve-se manter, isso sim, a memória do Mal. Deve-se pensar a montante (evitar o mal) e não a jusante (fazer o Bem). Uma teoria da Justiça/Bem é impalpável em termos políticos. O Bem é indefinível porque é infinito, expansivo, sem fronteiras. Uma teoria da injustiça/mal, ao invés, é finita e palpável em termos políticos. Como diz este senhor (de forma muito maquiavélica e hobbesiana), os nossos direitos advêm do contacto com o mal e não de grandiloquentes definições de Bem.Todorov é difícil de definir. Quando o lemos, ficamos com uma impressão de estranheza. A meu ver, esta estranheza advém do seguinte: Todorov é pré-Iluminista. As suas referências estão contidas no período do renascimento. Maquiavel e Erasmus. Um pessimismo em relação ao Homem, mas uma crença inquebrantável no Indivíduo.[Henrique Raposo]

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