O Acidental: Solidariedade institucional

01-07-2011
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Quando Jorge Sampaio nomeou Pedro Santana Lopes foi obrigado a fazer o que menos gosta: decidir. Quando Jorge Sampaio nomeou Pedro Santana Lopes como primeiro-ministro, tornou-se solidário no sucesso e insucesso do actual governo. Por isso tem feito questão de tanto intervir, tornando-se numa inédita espécie de primeiro-ministro sombra ou conselheiro preferencial.
Por isso não acredito que Jorge Sampaio tenha coragem para dissolver a Assembleia da República. Procurará sempre argumentos para não o fazer. E tem. O Orçamento de Estado que está pendente, a inexistência de moções de censura, a maioria parlamentar obediente e a estabilidade da coligação que perdura (por enquanto). Enquanto Paulo Portas quiser o governo continua.
E, depois de nove anos neste registo, não será difícil adivinhar que o Presidente deve estar a rezar para que o tempo passe depressa até ao dia em que se possa desculpar com a Constituição para não demitir o governo. Ironicamente, no final, o seu legado político vai estar acorrentado ao destino de Santana Lopes.
[Rodrigo Moita de Deus]

Quando Jorge Sampaio nomeou Pedro Santana Lopes foi obrigado a fazer o que menos gosta: decidir. Quando Jorge Sampaio nomeou Pedro Santana Lopes como primeiro-ministro, tornou-se solidário no sucesso e insucesso do actual governo. Por isso tem feito questão de tanto intervir, tornando-se numa inédita espécie de primeiro-ministro sombra ou conselheiro preferencial.
Por isso não acredito que Jorge Sampaio tenha coragem para dissolver a Assembleia da República. Procurará sempre argumentos para não o fazer. E tem. O Orçamento de Estado que está pendente, a inexistência de moções de censura, a maioria parlamentar obediente e a estabilidade da coligação que perdura (por enquanto). Enquanto Paulo Portas quiser o governo continua.
E, depois de nove anos neste registo, não será difícil adivinhar que o Presidente deve estar a rezar para que o tempo passe depressa até ao dia em que se possa desculpar com a Constituição para não demitir o governo. Ironicamente, no final, o seu legado político vai estar acorrentado ao destino de Santana Lopes.
[Rodrigo Moita de Deus]

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