Depois de o primeiro-ministro da Turquia, Racip Tayyip Erdogan, ter garantido à Comissão Europeia que o próximo código penal turco não vai incluir disposições no sentido de criminalizar o adultério, a Comissão parece (repito, parece) ter aberto definitivamente as portas ao início de negociações para a adesão da Turquia à UE. A adesão da Turquia representaria uma grande vitória civilizacional. Uma organização política essencialmente (essencialmente…) assente em princípios liberais passaria a integrar no seu seio um país que, historicamente, tem feito um esforço brutal (muitas vezes muito brutal, mesmo) para adquirir padrões políticos, sociais e económicos de tipo ocidental. Ao integrar um grande país muçulmano, a UE mostraria ainda quão errados estão os que atribuem ao Ocidente a vontade de se relacionar com o Islão a partir da ideia de choque civilizacional. A entrada da Turquia diluiria ainda o trágico poder do directório franco-germânico-italo-beneluxiano que tanto tem querido transformar a UE no que ela não deve ser (um super-Estado federal) e permitiria que ela continuasse a ser o arranjo flexível e criativo que tem sido até agora. E, claro, há a comidinha: sis kebab, doner kebab, borek e Pilav… (v. mais aqui)
[Luciano Amaral]
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Depois de o primeiro-ministro da Turquia, Racip Tayyip Erdogan, ter garantido à Comissão Europeia que o próximo código penal turco não vai incluir disposições no sentido de criminalizar o adultério, a Comissão parece (repito, parece) ter aberto definitivamente as portas ao início de negociações para a adesão da Turquia à UE. A adesão da Turquia representaria uma grande vitória civilizacional. Uma organização política essencialmente (essencialmente…) assente em princípios liberais passaria a integrar no seu seio um país que, historicamente, tem feito um esforço brutal (muitas vezes muito brutal, mesmo) para adquirir padrões políticos, sociais e económicos de tipo ocidental. Ao integrar um grande país muçulmano, a UE mostraria ainda quão errados estão os que atribuem ao Ocidente a vontade de se relacionar com o Islão a partir da ideia de choque civilizacional. A entrada da Turquia diluiria ainda o trágico poder do directório franco-germânico-italo-beneluxiano que tanto tem querido transformar a UE no que ela não deve ser (um super-Estado federal) e permitiria que ela continuasse a ser o arranjo flexível e criativo que tem sido até agora. E, claro, há a comidinha: sis kebab, doner kebab, borek e Pilav… (v. mais aqui)
[Luciano Amaral]