O Acidental: Os cravos do dr. Rosas

03-07-2011
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A esquerda e os humoristas, intencionais ou não, continuam a implicar com a frase "Abril é Evolução". O dr. Fernando Rosas, por exemplo, escreve hoje um imenso tratado sobre o tema no "Público" e insiste, porque insiste, que "Abril é revolução". É preciso que se diga que, para ele, a revolução "é a matriz genética da democracia política e social constitucionalizada em 1976", com a consequente institucionalização da parafernália programática marxista-leninista, incluindo as nacionalizações selvagens, o Conselho da Revolução, o MFA, o caminho obrigatório para o socialismo, etc., etc.. etc.
Essa "revolução", que o dr. Rosas ainda anda alegremente a "repensar" e a "reinventar" (sic), dispensamos nós todos, muito obrigado.
Mas o mais grave, para um académico, é o facto de partir de um pressuposto errado para construir a sua tese. Quando se diz "Abril é Evolução", dr. Rosas, fala-se do 25 de Abril de 2004, trinta anos depois da data que se comemora. Sendo discutível, até para historiadores como o dr. Fernando Rosas, que o 25 de Abril de 1974 tenha sido uma revolução - muitos alegam que se tratou apenas de um golpe militar -, não é isso que está em causa nas actuais comemorações. Para além de pretencer ao foro da inveja e da falta de deontologia profissional a crítica encapotada ao colega historiador António Costa Pinto, a verborreia do dr. Rosas encalha no erro histórico: nas comemorações não se está a falar do passado, que se respeita, mas do presente e do futuro. Afirma-se que, independentemente das preferências políticas de cada um, a democracia trouxe também consigo o desenvolvimento económico, social e cultural do País. Ninguém sequer está a discutir se o 25 de Abril de 1974 foi revolução, como escreve o arqueólogo Rosas, ou não foi revolução. Pode até ter sido. Mas a mensagem, o que é relevante demonstrar aos portugueses é que, trinta anos depois, "Abril é Evolução".
Contra os possíveis saudosismos de ambos os extremos políticos.

A esquerda e os humoristas, intencionais ou não, continuam a implicar com a frase "Abril é Evolução". O dr. Fernando Rosas, por exemplo, escreve hoje um imenso tratado sobre o tema no "Público" e insiste, porque insiste, que "Abril é revolução". É preciso que se diga que, para ele, a revolução "é a matriz genética da democracia política e social constitucionalizada em 1976", com a consequente institucionalização da parafernália programática marxista-leninista, incluindo as nacionalizações selvagens, o Conselho da Revolução, o MFA, o caminho obrigatório para o socialismo, etc., etc.. etc.
Essa "revolução", que o dr. Rosas ainda anda alegremente a "repensar" e a "reinventar" (sic), dispensamos nós todos, muito obrigado.
Mas o mais grave, para um académico, é o facto de partir de um pressuposto errado para construir a sua tese. Quando se diz "Abril é Evolução", dr. Rosas, fala-se do 25 de Abril de 2004, trinta anos depois da data que se comemora. Sendo discutível, até para historiadores como o dr. Fernando Rosas, que o 25 de Abril de 1974 tenha sido uma revolução - muitos alegam que se tratou apenas de um golpe militar -, não é isso que está em causa nas actuais comemorações. Para além de pretencer ao foro da inveja e da falta de deontologia profissional a crítica encapotada ao colega historiador António Costa Pinto, a verborreia do dr. Rosas encalha no erro histórico: nas comemorações não se está a falar do passado, que se respeita, mas do presente e do futuro. Afirma-se que, independentemente das preferências políticas de cada um, a democracia trouxe também consigo o desenvolvimento económico, social e cultural do País. Ninguém sequer está a discutir se o 25 de Abril de 1974 foi revolução, como escreve o arqueólogo Rosas, ou não foi revolução. Pode até ter sido. Mas a mensagem, o que é relevante demonstrar aos portugueses é que, trinta anos depois, "Abril é Evolução".
Contra os possíveis saudosismos de ambos os extremos políticos.

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