O Acidental: Como dizia o outro “Fossos há muitos”

08-07-2011
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Preocupações com a perfeição...olhai a armadilha dos tolos.Ignoram eles o espaço que nos abraça? A consciência que desperta, que palpita? A luz que nos toma e nos conquista? Preocupações com a perfeição...deixemos essas para os músicos. Arquitectos roubando ordem ao caos da pauta em branco. Poetas pacientemente esculpindo o vazio. Ò notável ciência das metamorfoses. Ò alquimistas da harmonia. Eis a voz da diva que me desperta a consciência. Eis a ninfa que me encanta. Eis a filha de Xerxes envolta em óleo de Sándalo. Triunfo do profano a golpes de bruxaria. Beleza de que minha alma é credora. Coisa mais bela nunca vi. Fugazes instantes que o mero mortal almeja a taça de Valhala. Como se pudesse o Homem ambicionar o que para os deuses apenas está reservado. Esta é a fé única de que sou acólito. Maldita soberba que me entenebrece o juízo. Essa que alguns me dizem ser pequenina, do tamanho exacto do meu mundo. Bem dita soberba então! Pois em rigor vos digo que o encanto de tão altiva construção é em nada menor ao assombro do filho da terra que um dia viu erguerem-se diante dele as majestosas colunas de Hércules, do menino que brincou entre os gigantes de gelo dos antípodas, da criança que um dia sentiu o colo de mãe negra. Soberba, sim, do tamanho exacto do meu mundo. [Rodrigo Moita de Deus]PS: Caro homónimo, da próxima vez que quiser impressionar alguém, ao pretensiosismo, junte um pouco de convicção.

Preocupações com a perfeição...olhai a armadilha dos tolos.Ignoram eles o espaço que nos abraça? A consciência que desperta, que palpita? A luz que nos toma e nos conquista? Preocupações com a perfeição...deixemos essas para os músicos. Arquitectos roubando ordem ao caos da pauta em branco. Poetas pacientemente esculpindo o vazio. Ò notável ciência das metamorfoses. Ò alquimistas da harmonia. Eis a voz da diva que me desperta a consciência. Eis a ninfa que me encanta. Eis a filha de Xerxes envolta em óleo de Sándalo. Triunfo do profano a golpes de bruxaria. Beleza de que minha alma é credora. Coisa mais bela nunca vi. Fugazes instantes que o mero mortal almeja a taça de Valhala. Como se pudesse o Homem ambicionar o que para os deuses apenas está reservado. Esta é a fé única de que sou acólito. Maldita soberba que me entenebrece o juízo. Essa que alguns me dizem ser pequenina, do tamanho exacto do meu mundo. Bem dita soberba então! Pois em rigor vos digo que o encanto de tão altiva construção é em nada menor ao assombro do filho da terra que um dia viu erguerem-se diante dele as majestosas colunas de Hércules, do menino que brincou entre os gigantes de gelo dos antípodas, da criança que um dia sentiu o colo de mãe negra. Soberba, sim, do tamanho exacto do meu mundo. [Rodrigo Moita de Deus]PS: Caro homónimo, da próxima vez que quiser impressionar alguém, ao pretensiosismo, junte um pouco de convicção.

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