O Acidental: O país do sr. Lello

01-07-2011
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A TSF tem diariamente um programa em que um conjunto de pessoas faz uns comentários sobre o que lhes vem à cabeça - não, não estou a falar do fórum. Ontem dei por mim a ouvir um senhor a elogiar o brilhante papel das autarquias no desenvolvimento do país no pós-25 de Abril. Confesso que pensei que era um humorista que também por lá passa, mas não, era o inefável José Lello. Das duas, uma, ou o cavalheiro não conhece o país ou tem um problema gravíssimo de visão. Se existe alguma coisa que correu francamente mal nestes 30 anos de democracia, foi a autêntica destruição da nossa paisagem urbana e rural do nosso país e essa responsabilidade foi em larga medida das autarquias. Presumo que o sr. Lello não passe férias no Algarve, nunca tenha ido a Braga, não tenha visitado a linha de Sintra ou os principais subúrbios do Porto (Maia e Gaia), não tenha constatado o homicídio qualificado da baixa do Porto, do lindo espectáculo que são as populações entre Braga e Porto, da magnífica obra feita em Leiria ou Aveiro, etc. etc. etc. Não se pretendem aqui aprofundar as razões que levaram a tal selvajaria mas parece ser quase unânime que a profunda ignorância e a corrupção tiveram um papel não desprezível. Também não cabe aqui discutir (ficará para um próximo episódio) se isto se deve a uma desresponsabilização do poder central ou a uma falta de percepção do poder constituído na altura para entender que a esmagadora maioria dos autarcas não estava minimamente preparada para as funções. Agora o que ninguém, de boa fé, pode dizer é que o poder local teve um bom desempenho em 30 anos de democracia.[Pedro Marques Lopes]

A TSF tem diariamente um programa em que um conjunto de pessoas faz uns comentários sobre o que lhes vem à cabeça - não, não estou a falar do fórum. Ontem dei por mim a ouvir um senhor a elogiar o brilhante papel das autarquias no desenvolvimento do país no pós-25 de Abril. Confesso que pensei que era um humorista que também por lá passa, mas não, era o inefável José Lello. Das duas, uma, ou o cavalheiro não conhece o país ou tem um problema gravíssimo de visão. Se existe alguma coisa que correu francamente mal nestes 30 anos de democracia, foi a autêntica destruição da nossa paisagem urbana e rural do nosso país e essa responsabilidade foi em larga medida das autarquias. Presumo que o sr. Lello não passe férias no Algarve, nunca tenha ido a Braga, não tenha visitado a linha de Sintra ou os principais subúrbios do Porto (Maia e Gaia), não tenha constatado o homicídio qualificado da baixa do Porto, do lindo espectáculo que são as populações entre Braga e Porto, da magnífica obra feita em Leiria ou Aveiro, etc. etc. etc. Não se pretendem aqui aprofundar as razões que levaram a tal selvajaria mas parece ser quase unânime que a profunda ignorância e a corrupção tiveram um papel não desprezível. Também não cabe aqui discutir (ficará para um próximo episódio) se isto se deve a uma desresponsabilização do poder central ou a uma falta de percepção do poder constituído na altura para entender que a esmagadora maioria dos autarcas não estava minimamente preparada para as funções. Agora o que ninguém, de boa fé, pode dizer é que o poder local teve um bom desempenho em 30 anos de democracia.[Pedro Marques Lopes]

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