O Acidental: Às virgens ofendidas e aos especialistas rígidos do meu país

01-07-2011
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Caríssimos: O Almada Negreiros, o nosso Modernista mais popular, escrevia coisas surrealistas. Vai daí, para mim, o senhor – que era um bocado maluco mas um bem disposto – era surrealista. Não pretendi classificá-lo usando os rígidos padrões literários. Usei-o como exemplo porque me apeteceu - e porque me lembrei das maravilhosas novelas que nos deixou como "A Engomadeira", "O Cágado" ou "K4 O Quadrado Azul". Só quem nunca as leu se pode chocar com o facto de se considerar surrealista Almada Negreiros. Mas, claro, eu, tal como David Mourão-Ferreira, não percebemos nada disto. Vamos agora às virgens: Amiguinhos e amiguinhas, Se às vezes me apetece fugir ao vernáculo; se utilizo, nos meus textos, alguns exemplos de linguagem realista, mesmo moderna (ó pra mim a piscar o olho outra vez ao Almada), ou simplesmente crua, é porque penso que me estou a dirigir a pessoas com QI suficiente para entenderem que não se trata de simples obscenidades, mas de exercícios de liberdade e, muitas das vezes, boa disposição. Claro que o facto de ser mulher também joga. Mas já não estamos na Idade Média, matérias fecais! Sei que poderia escrever como uma religiosa eremita num convento longínquo, cantando luas a um qualquer soldado estrangeiro e tal; mas não tenho vocação. Nenhuma. Mas, pronto, vou fazer um esforço por ser para quem é. Longe de mim desejar provocar ataques cardíacos a almas sensíveis e imaculadas. A partir de hoje , sempre que o meu pé me fugir para o chinelo, travar-me-ei. Passarei a usar expressões cândidas como: "vá, excelência, se fizer a fineza e por obséquio, fazer amor a si próprio". E seremos todos felizes para sempre. Olha que orgão sexual masculino de dimensões variáveis![Ana Albergaria]

Caríssimos: O Almada Negreiros, o nosso Modernista mais popular, escrevia coisas surrealistas. Vai daí, para mim, o senhor – que era um bocado maluco mas um bem disposto – era surrealista. Não pretendi classificá-lo usando os rígidos padrões literários. Usei-o como exemplo porque me apeteceu - e porque me lembrei das maravilhosas novelas que nos deixou como "A Engomadeira", "O Cágado" ou "K4 O Quadrado Azul". Só quem nunca as leu se pode chocar com o facto de se considerar surrealista Almada Negreiros. Mas, claro, eu, tal como David Mourão-Ferreira, não percebemos nada disto. Vamos agora às virgens: Amiguinhos e amiguinhas, Se às vezes me apetece fugir ao vernáculo; se utilizo, nos meus textos, alguns exemplos de linguagem realista, mesmo moderna (ó pra mim a piscar o olho outra vez ao Almada), ou simplesmente crua, é porque penso que me estou a dirigir a pessoas com QI suficiente para entenderem que não se trata de simples obscenidades, mas de exercícios de liberdade e, muitas das vezes, boa disposição. Claro que o facto de ser mulher também joga. Mas já não estamos na Idade Média, matérias fecais! Sei que poderia escrever como uma religiosa eremita num convento longínquo, cantando luas a um qualquer soldado estrangeiro e tal; mas não tenho vocação. Nenhuma. Mas, pronto, vou fazer um esforço por ser para quem é. Longe de mim desejar provocar ataques cardíacos a almas sensíveis e imaculadas. A partir de hoje , sempre que o meu pé me fugir para o chinelo, travar-me-ei. Passarei a usar expressões cândidas como: "vá, excelência, se fizer a fineza e por obséquio, fazer amor a si próprio". E seremos todos felizes para sempre. Olha que orgão sexual masculino de dimensões variáveis![Ana Albergaria]

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