O Acidental: Sobre a Utopia utilitária

01-07-2011
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1. Se um liberal nega o direito natural, deixa de ser liberal. Todo o edifício liberal assenta no direito natural. Às vezes, não se trata de negar, mas de perceber que sem direito positivo não há direito natural. Mas isso não implica a negação do Direito Natural. O direito natural é a base de qualquer constituição liberal. O liberalismo não anula o abismo entre a ideia de Justo (direito natural) e o direito constitucional (direito positivo). Aliás, é esta a sua especificidade perante as escolas românticas e socialistas, que tendem a abolir este abismo de transcendência entre troca da imanência do poder.2. Bentham talvez não gostasse desta ideia de abismo entre o Justo e o Direito Positivo, dado que o sr. Utilitarista anulou a diferença entre a Ética e o prazer/felicidade material, isto é, a economia. A felicidade é tudo. A economia é tudo. E esta a felicidade move-se, à vontade do freguês. A ideia imóvel de Justo perde-se. E aqui o liberalismo passou a utilitarismo. A partir daqui, há que distinguir o liberalismo clássico e céptico, de base conservadora, do resto que se seguiu.«The final reductio ad absurdum of benthamism is know as Marxism; drained of spirit and imagination by the gross objectives of the Utilitarians, we have ended defenceless before this brutal descendant of Bentham’s Philanthropy»Kirk, citando Keynes. Agora, tal como os esquerdistas sobre Marx, a tribo libertária dirá que um conservador tradicionalista e um liberal de esquerda não podem criticar libertários porque, ora, não são libertários.3. Prazer absoluto: ver libertários benthanianos lambendo feridas junto de esquerdistas.[Henrique Raposo]

1. Se um liberal nega o direito natural, deixa de ser liberal. Todo o edifício liberal assenta no direito natural. Às vezes, não se trata de negar, mas de perceber que sem direito positivo não há direito natural. Mas isso não implica a negação do Direito Natural. O direito natural é a base de qualquer constituição liberal. O liberalismo não anula o abismo entre a ideia de Justo (direito natural) e o direito constitucional (direito positivo). Aliás, é esta a sua especificidade perante as escolas românticas e socialistas, que tendem a abolir este abismo de transcendência entre troca da imanência do poder.2. Bentham talvez não gostasse desta ideia de abismo entre o Justo e o Direito Positivo, dado que o sr. Utilitarista anulou a diferença entre a Ética e o prazer/felicidade material, isto é, a economia. A felicidade é tudo. A economia é tudo. E esta a felicidade move-se, à vontade do freguês. A ideia imóvel de Justo perde-se. E aqui o liberalismo passou a utilitarismo. A partir daqui, há que distinguir o liberalismo clássico e céptico, de base conservadora, do resto que se seguiu.«The final reductio ad absurdum of benthamism is know as Marxism; drained of spirit and imagination by the gross objectives of the Utilitarians, we have ended defenceless before this brutal descendant of Bentham’s Philanthropy»Kirk, citando Keynes. Agora, tal como os esquerdistas sobre Marx, a tribo libertária dirá que um conservador tradicionalista e um liberal de esquerda não podem criticar libertários porque, ora, não são libertários.3. Prazer absoluto: ver libertários benthanianos lambendo feridas junto de esquerdistas.[Henrique Raposo]

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