O Acidental: Este é o primeira dia do resto da blogsfera...

30-06-2011
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Parece fácil, não é? Confesso que, no início, desconsiderei um bocadinho o fenómeno dos blogues. Pensei que era coisa de inspirados dionísicos (Rodrigo Moita de Deus), profícuos mestrandos (Henrique Raposo), fidalgos espirituosos (Diogo Belford Henriques), aguçados queirosianos (Bernardo Pires de Lima), dandies relaxados (Pedro Marques Lopes), liberais elegantes (Francisco Mendes Silva), conservadores arrojados (Eduardo Nogueira Pinto), líderes generosos (José Bourbon Ribeiro), espíritos sagazes (Vítor Cunha), graciosas inclinações (Inês), leais paladinos (Luís Goldschmidt), probas figuras (Manuel Castelo-Branco), sábios despretensiosos (Luciano Amaral), poetas geniais (Nuno Costa santos), delicadas ausências (Ana Albergaria), jovens destrezas (Tiago Geraldo), seguranças distintas (Manuel Falcão), militâncias autênticas (João Vacas), penas precisas (Leonardo Ralha) e demais ilustríssimos e ilustrados (Vasco Rato e João Marques de Almeida).O Acidental, no entanto, é também hoje uma referência de uma determinada geração e de uma determinada direita, e digno, por isso mesmo, de celebração. Este blogue, depois de trancado, ficará como registo virtual e perene de uma visão plural, versada mas espirituosa, de uma agremiação de indivíduos que, em comum, se excluem do bolorento mito abrilista de socialismo totalitário, de caducos super-egos populares, de consequentes desvios semânticos. E a sua riqueza é tanto maior quando, num panorama nacional em que temos blogues vaqueiros, blogues femininos e blogues assexuados, toda esta panóplia de temas enfadonhos foi sendo oportunamente temperada com desconcertantes ‘tarrachinhas’, debates desportivos e questiúnculas de rodapé. Que ninguém duvide, portanto: o Acidental excitou, inspirou, animou e perturbou muito boa gente, com especial incidência em minorias cerdosas que, até há muito pouco tempo, se arrogavam o exclusivo conceptual do que é direita. E no fim, o Acidental fez vencimento, provando que a direita, essa realidade viva e pujante, não se subordina a uma qualquer elenco de categorias, não vive de determinismos, não se apreende em custos e oportunidades, e, sobretudo, não aposta em classes universais ou em escatologias de inveja: a direita, esta nossa direita, é uma visão prospectiva do que aí vem - o viagra da civilização ocidental!Cumpre agora recordar que tudo isto, meus amigos, começou graças ao Paulo Pinto Mascarenhas e à sua visão muito particular e acertada. E que tudo isto continuou porque a boa cepa do criador não lhe permitiu repouso; consciente do que brotava, o Paulo arregaçou as mangas, congregou esforços, perseverou, concebeu e insistiu. O Acidental teve, na sua esfera íntima, essa particularidade única: longe das vaidades estéreis que definem a blogosfera, muitos dos acidentais escreveram precisamente porque o Paulo, subtilmente, os coagiu a tal em nome de um bem comum. E em boa hora o fez.Por este facto político, por esta fértil opinio comunis, os parabéns ao Paulo, o criador, e a todos os que por aqui passaram, de alguém que gostou muito de os ler. Até à próxima.[Jacinto Bettencourt]

Parece fácil, não é? Confesso que, no início, desconsiderei um bocadinho o fenómeno dos blogues. Pensei que era coisa de inspirados dionísicos (Rodrigo Moita de Deus), profícuos mestrandos (Henrique Raposo), fidalgos espirituosos (Diogo Belford Henriques), aguçados queirosianos (Bernardo Pires de Lima), dandies relaxados (Pedro Marques Lopes), liberais elegantes (Francisco Mendes Silva), conservadores arrojados (Eduardo Nogueira Pinto), líderes generosos (José Bourbon Ribeiro), espíritos sagazes (Vítor Cunha), graciosas inclinações (Inês), leais paladinos (Luís Goldschmidt), probas figuras (Manuel Castelo-Branco), sábios despretensiosos (Luciano Amaral), poetas geniais (Nuno Costa santos), delicadas ausências (Ana Albergaria), jovens destrezas (Tiago Geraldo), seguranças distintas (Manuel Falcão), militâncias autênticas (João Vacas), penas precisas (Leonardo Ralha) e demais ilustríssimos e ilustrados (Vasco Rato e João Marques de Almeida).O Acidental, no entanto, é também hoje uma referência de uma determinada geração e de uma determinada direita, e digno, por isso mesmo, de celebração. Este blogue, depois de trancado, ficará como registo virtual e perene de uma visão plural, versada mas espirituosa, de uma agremiação de indivíduos que, em comum, se excluem do bolorento mito abrilista de socialismo totalitário, de caducos super-egos populares, de consequentes desvios semânticos. E a sua riqueza é tanto maior quando, num panorama nacional em que temos blogues vaqueiros, blogues femininos e blogues assexuados, toda esta panóplia de temas enfadonhos foi sendo oportunamente temperada com desconcertantes ‘tarrachinhas’, debates desportivos e questiúnculas de rodapé. Que ninguém duvide, portanto: o Acidental excitou, inspirou, animou e perturbou muito boa gente, com especial incidência em minorias cerdosas que, até há muito pouco tempo, se arrogavam o exclusivo conceptual do que é direita. E no fim, o Acidental fez vencimento, provando que a direita, essa realidade viva e pujante, não se subordina a uma qualquer elenco de categorias, não vive de determinismos, não se apreende em custos e oportunidades, e, sobretudo, não aposta em classes universais ou em escatologias de inveja: a direita, esta nossa direita, é uma visão prospectiva do que aí vem - o viagra da civilização ocidental!Cumpre agora recordar que tudo isto, meus amigos, começou graças ao Paulo Pinto Mascarenhas e à sua visão muito particular e acertada. E que tudo isto continuou porque a boa cepa do criador não lhe permitiu repouso; consciente do que brotava, o Paulo arregaçou as mangas, congregou esforços, perseverou, concebeu e insistiu. O Acidental teve, na sua esfera íntima, essa particularidade única: longe das vaidades estéreis que definem a blogosfera, muitos dos acidentais escreveram precisamente porque o Paulo, subtilmente, os coagiu a tal em nome de um bem comum. E em boa hora o fez.Por este facto político, por esta fértil opinio comunis, os parabéns ao Paulo, o criador, e a todos os que por aqui passaram, de alguém que gostou muito de os ler. Até à próxima.[Jacinto Bettencourt]

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