CIDADANIA LX: Obra isola castelinhos e gera atritos de fronteira

07-07-2011
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In Jornal de Notícias (29/10/2010)Telma Roquefoto Rodrigo Cabrita/global Imagens «A imagem é bizzara e não agrada aos moradores de Benfica, em Lisboa. As obras da CRIL deixaram os castelinhos enfiados numa ilha. Mas, à medida que os trabalhos avançam, adensam-se as dúvidas sobre quem vai gerir aquele espaço. A Amadora reclama-o."Aquele arranjo arquitectónico não dignifica, nem preserva a memória daquele espaço que diz muito às gentes de Benfica", argumenta ao JN Fausto Castelhano, da Universidade Intergeracional de Benfica, para quem as obras de prolongamento da CRIL vieram dar às Portas de Benfica um visual demasiado estranho. Tão estranho, diz, "que quem não conheça a história dos castelinhos não percebe o que fazem ali isolados.As Portas de Benfica, que já foram um posto fronteiriço da Guarda Fiscal, e propriedade do Ministério das Finanças, antes de passarem para a posse da Câmara de Lisboa, estão no limite da fronteira com o município da Amadora. Aliás, a questão tem suscitado discussões entre as duas autarquias. A Amadora reclama o património como seu.Gabriel Oliveira, vereador com o pelouro das Obras Públicas da Câmara da Amadora desabafou em tempos que a culpa é de quem fez a divisão do concelho em 1979. "Onde há barracas é a Amadora, onde não há barracas é nosso, ou seja, Lisboa", declarou. O vereador garante, sem margem para dúvidas, que as Portas de Benfica estão na toponímia da Amadora e que ambos os castelinhos pertencem a este concelho, "ponto final parágrafo". Sobre o facto de num dos castelinhos (à esquerda na fotografia) funcionar um centro de informação com uma placa onde se pode ler "Junta de Freguesia de Benfica", Gabriel Oliveira justifica que também ele pode colocar duas ou três placas com o nome Amadora. "As Portas de Benfica são propriedade da Câmara de Lisboa, que as cedeu, por protocolo, à Junta de Benfica", argumenta, por seu turno, Inês Drummond, presidente da Junta de Benfica. Certo é que a Amadora não parece querer abrir mão daquele espaço. "Já recuperámos um dos castelinhos e só não fizemos o mesmo com o outro porque a Estradas de Portugal irá recuperá-los. Faz parte do contrato", explica o vereador da Amadora. Para Fausto Castelhano, que sempre viveu em Benfica, as pretensões da Amadora são "absurdas". Domingos Estanislau, dirigente do clube de futebol local, reforça a ideia. "As Portas de Benfica, são e serão sempre de Lisboa. A história prova-o. "Era uma portas de entrada na cidade. As pessoas que entravam com mercadorias e pagavam uma taxa".Sobre o aspecto que ganharam os castelinhos com o decorrer das obras da CRIL, frisa que a Estradas de Portugal poderia ter feito o mesmo que fez na Buraca, onde foi a obra foi feita em túnel, para não destruir uma parte do Aqueduto das Águas Livres. "Poderiam ter feito o mesmo nas Portas de Benfica", remata.»...Seja de quem for, o certo é que esta intervenção pseudo-paisagística merece o prémio de momento kitsch da década. De fugir!


In Jornal de Notícias (29/10/2010)Telma Roquefoto Rodrigo Cabrita/global Imagens «A imagem é bizzara e não agrada aos moradores de Benfica, em Lisboa. As obras da CRIL deixaram os castelinhos enfiados numa ilha. Mas, à medida que os trabalhos avançam, adensam-se as dúvidas sobre quem vai gerir aquele espaço. A Amadora reclama-o."Aquele arranjo arquitectónico não dignifica, nem preserva a memória daquele espaço que diz muito às gentes de Benfica", argumenta ao JN Fausto Castelhano, da Universidade Intergeracional de Benfica, para quem as obras de prolongamento da CRIL vieram dar às Portas de Benfica um visual demasiado estranho. Tão estranho, diz, "que quem não conheça a história dos castelinhos não percebe o que fazem ali isolados.As Portas de Benfica, que já foram um posto fronteiriço da Guarda Fiscal, e propriedade do Ministério das Finanças, antes de passarem para a posse da Câmara de Lisboa, estão no limite da fronteira com o município da Amadora. Aliás, a questão tem suscitado discussões entre as duas autarquias. A Amadora reclama o património como seu.Gabriel Oliveira, vereador com o pelouro das Obras Públicas da Câmara da Amadora desabafou em tempos que a culpa é de quem fez a divisão do concelho em 1979. "Onde há barracas é a Amadora, onde não há barracas é nosso, ou seja, Lisboa", declarou. O vereador garante, sem margem para dúvidas, que as Portas de Benfica estão na toponímia da Amadora e que ambos os castelinhos pertencem a este concelho, "ponto final parágrafo". Sobre o facto de num dos castelinhos (à esquerda na fotografia) funcionar um centro de informação com uma placa onde se pode ler "Junta de Freguesia de Benfica", Gabriel Oliveira justifica que também ele pode colocar duas ou três placas com o nome Amadora. "As Portas de Benfica são propriedade da Câmara de Lisboa, que as cedeu, por protocolo, à Junta de Benfica", argumenta, por seu turno, Inês Drummond, presidente da Junta de Benfica. Certo é que a Amadora não parece querer abrir mão daquele espaço. "Já recuperámos um dos castelinhos e só não fizemos o mesmo com o outro porque a Estradas de Portugal irá recuperá-los. Faz parte do contrato", explica o vereador da Amadora. Para Fausto Castelhano, que sempre viveu em Benfica, as pretensões da Amadora são "absurdas". Domingos Estanislau, dirigente do clube de futebol local, reforça a ideia. "As Portas de Benfica, são e serão sempre de Lisboa. A história prova-o. "Era uma portas de entrada na cidade. As pessoas que entravam com mercadorias e pagavam uma taxa".Sobre o aspecto que ganharam os castelinhos com o decorrer das obras da CRIL, frisa que a Estradas de Portugal poderia ter feito o mesmo que fez na Buraca, onde foi a obra foi feita em túnel, para não destruir uma parte do Aqueduto das Águas Livres. "Poderiam ter feito o mesmo nas Portas de Benfica", remata.»...Seja de quem for, o certo é que esta intervenção pseudo-paisagística merece o prémio de momento kitsch da década. De fugir!

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