O Cachimbo de Magritte: Deus nos proteja dos católicos

06-07-2011
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Há uma série de críticas que podem ser feitas à decisão de promulgação, pelo Presidente, do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Esta, de Aura Miguel, é a mais contraproducente de todas. Não sei exactamente o que cada pessoa espera da política, se o seu credo vertido em lei, se um necessário enquadramento institucional à paz e prosperidade de uma comunidade. Em todo o caso, invocar Cristo e colocar uma barricada acusatória de uma espécie de colaboracionismo profano, com o secularismo como palavra acusatória, é um acender de archotes inquisitórios bem perdidos no tempo.Um excelente colaboracionista profano foi, por exemplo, Rocco Buttiglione, a quem muitos apontaram o dedo por não acreditarem que o fosse, excluindo-o do cargo de Comissário Europeu. A visão da Aura Miguel, a vingar, daria razão a quem persegue pela fé do outro lado. «I may think that homosexuality is a sin, and this has no effect on politics, unless I say that homosexuality is a crime.(...)Many things may be considered immoral which should not be prohibited.(...)The state has no right to stick its nose into these things and nobody can be discriminated against on the basis of sexual orientation... this stands in the Charter of Human Rights, this stands in the Constitution and I have pledged to defend this constitution.»Estas frases de Buttiglione não servem para a defesa concreta da decisão de Cavaco nem para a matéria sobre a qual decidiu, mas estabelece um princípio de separação de esferas de acção que o argumento de Aura Miguel perigosamente quebra.


Há uma série de críticas que podem ser feitas à decisão de promulgação, pelo Presidente, do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Esta, de Aura Miguel, é a mais contraproducente de todas. Não sei exactamente o que cada pessoa espera da política, se o seu credo vertido em lei, se um necessário enquadramento institucional à paz e prosperidade de uma comunidade. Em todo o caso, invocar Cristo e colocar uma barricada acusatória de uma espécie de colaboracionismo profano, com o secularismo como palavra acusatória, é um acender de archotes inquisitórios bem perdidos no tempo.Um excelente colaboracionista profano foi, por exemplo, Rocco Buttiglione, a quem muitos apontaram o dedo por não acreditarem que o fosse, excluindo-o do cargo de Comissário Europeu. A visão da Aura Miguel, a vingar, daria razão a quem persegue pela fé do outro lado. «I may think that homosexuality is a sin, and this has no effect on politics, unless I say that homosexuality is a crime.(...)Many things may be considered immoral which should not be prohibited.(...)The state has no right to stick its nose into these things and nobody can be discriminated against on the basis of sexual orientation... this stands in the Charter of Human Rights, this stands in the Constitution and I have pledged to defend this constitution.»Estas frases de Buttiglione não servem para a defesa concreta da decisão de Cavaco nem para a matéria sobre a qual decidiu, mas estabelece um princípio de separação de esferas de acção que o argumento de Aura Miguel perigosamente quebra.

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