O Cachimbo de Magritte: Gaza e os tréns de cozinha

07-07-2011
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É preciso uma certa dose de bondade para achar que facas de cozinha e canivetes de bolso constituem armas per si e que a sua utilização para outros fins, nomeadamente de ataque a outros, é a prova de que a violência era premeditada. Só faltava mostrarem cintos apreendidos, que poderiam ter servido para estrangular os soldados, ou sapatos de salto afiado, que com pontaria cegariam qualquer um.Não está em causa a reacção violenta dos tripulantes do navio e a necessidade, então, de defesa das tropas desembarcadas. Está em causa o que vem antes: a abordagem absolutamente estúpida dos israelitas, um desembarque de comandos às duas da manhã num navio o de gente cuja sanidade não será seguramente elevada e cujo perigo era, se não baixo, de controle relativamente fácil. Como disse uma deputada trabalhista, You simply do not send commandos into a PR situation. Ler também isto.Claro que a estupidez daquela abordagem deriva de algo mais profundo e essencial, a forma como Israel lida com tudo o que entende ser uma ameaça à sua segurança e à sua sobrevivência. Criticar um acto estúpido, gravíssimo, consequente dos sentimentos de impunidade e prepotência próprios de um estado cada vez mais pária não implica, por um segundo que seja, a adesão ao discurso ou aos métodos do "outro lado". A clubização extrema do tema é realmente fácil, mas ainda é uma escolha.


É preciso uma certa dose de bondade para achar que facas de cozinha e canivetes de bolso constituem armas per si e que a sua utilização para outros fins, nomeadamente de ataque a outros, é a prova de que a violência era premeditada. Só faltava mostrarem cintos apreendidos, que poderiam ter servido para estrangular os soldados, ou sapatos de salto afiado, que com pontaria cegariam qualquer um.Não está em causa a reacção violenta dos tripulantes do navio e a necessidade, então, de defesa das tropas desembarcadas. Está em causa o que vem antes: a abordagem absolutamente estúpida dos israelitas, um desembarque de comandos às duas da manhã num navio o de gente cuja sanidade não será seguramente elevada e cujo perigo era, se não baixo, de controle relativamente fácil. Como disse uma deputada trabalhista, You simply do not send commandos into a PR situation. Ler também isto.Claro que a estupidez daquela abordagem deriva de algo mais profundo e essencial, a forma como Israel lida com tudo o que entende ser uma ameaça à sua segurança e à sua sobrevivência. Criticar um acto estúpido, gravíssimo, consequente dos sentimentos de impunidade e prepotência próprios de um estado cada vez mais pária não implica, por um segundo que seja, a adesão ao discurso ou aos métodos do "outro lado". A clubização extrema do tema é realmente fácil, mas ainda é uma escolha.

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