A escolha de… António Victorino d’Almeida

07-06-2015
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Pianista, compositor, maestro, escritor, realizador, ator, historiador da música e pai de três mulheres de carreiras reconhecidas – as atrizes Maria e Inês de Medeiros e a violinista e compositora Anne Victorino de Almeida –, António Victorino d’Almeida, de 74 anos, não precisa de apresentações: há muito que os portugueses o conhecem e admiram, pelas suas capacidades de comunicador nato, pela forma didática, simples e acessível como fala da sua grande paixão: a música. Entre maio e setembro, a convite da Câmara Municipal

de Lisboa, o maestro retoma os Concertos nos Bairros, que o ano passado tiveram grande sucesso, e que desta vez o levarão, com convidados, aos bairros lisboetas de Campolide, Ajuda/Alcântara, Olivais e Santa Clara. Todos os concertos têm entrada livre. Info em: www.agendalx.pt.

LIVRO - “Os Maias”

Há tanto livro que ainda não li e há tantos que talvez nem possa ler, que até me custa encarar como razoável o desejo de ler pela terceira ou quarta vez uma obra como Os Maias… E, no entanto, não garanto a ninguém – nem a mim próprio – que não volte efetivamente a abrir esse espantoso retrato do nosso país, tal como foi, tal como ainda hoje é, mudadas certas roupagens, tal como tal­vez nunca deixe de ser. Até porque, ao lado das facetas ridículas e de uma consabida tirania da mediocridade, há nesta terra muitas coisas comoventemente boas!

FILME – “O Milagre em Milão”

Também vi e revi muitas vezes esta obra de Vittorio de Sica... E jamais esqueço a mensagem de incomensurável confiança que ele nos transmite. Ou seja: quando tudo, mesmo tudo ou quase tudo estiver perdido, resta sempre a solução do milagre.

DISCO – Milhares

Ao longo dos anos, juntei em casa mais de cinco mil CD, algo que está longe de ser uma espécie ameaçada, ao contrário do que por aí se anda a espalhar, em benefício de outros produtos que se pretende lançar no mercado. Há muita gente a defender o charme discreto da perna de galinha trincada à mão... Mas o pratinho com garfo e faca, copinho de vidro e direito a guardanapo, é sempre outra coisa... De qualquer modo, escolher um único disco entre os tantos milhares que já tenho e os muitos outros que ainda desejarei ter – até porque há sempre novos autores e novos intérpretes a trabalhar e a produzir – seria uma atitude bastante redutora.

CONCERTO – O próximo

Desejo sempre que seja o próximo, pois acho muito deprimente viver agarrado ao passado, seja no que for...

RESTAURANTE – Estrela da Sé

Já o proclamei várias vezes: o Estrela da Sé, mas com o desejo de que sejam repostas as cortinas... Eu sei que havia quem a elas limpasse os dedos, algo sem dúvida muito desagradável para quem tenha que as lavar depois... Mas o mundo está cheio de horrendas imperfeições, enquanto o Estrela da Sé com cortinas nos gabinetes entrava pelos domínios da perfeição.

VIAGEM – Moledo

Gosto muito de viajar e talvez ainda goste mais de ter viajado, embora a memória só sirva verdadeiramente se for um estímulo para o futuro. Logo, a melhor viagem é sempre aquela em que revejo, a aproximar-se, o monte de Santa Tecla. Isso significa que estou a regressar a Moledo...

Pianista, compositor, maestro, escritor, realizador, ator, historiador da música e pai de três mulheres de carreiras reconhecidas – as atrizes Maria e Inês de Medeiros e a violinista e compositora Anne Victorino de Almeida –, António Victorino d’Almeida, de 74 anos, não precisa de apresentações: há muito que os portugueses o conhecem e admiram, pelas suas capacidades de comunicador nato, pela forma didática, simples e acessível como fala da sua grande paixão: a música. Entre maio e setembro, a convite da Câmara Municipal

de Lisboa, o maestro retoma os Concertos nos Bairros, que o ano passado tiveram grande sucesso, e que desta vez o levarão, com convidados, aos bairros lisboetas de Campolide, Ajuda/Alcântara, Olivais e Santa Clara. Todos os concertos têm entrada livre. Info em: www.agendalx.pt.

LIVRO - “Os Maias”

Há tanto livro que ainda não li e há tantos que talvez nem possa ler, que até me custa encarar como razoável o desejo de ler pela terceira ou quarta vez uma obra como Os Maias… E, no entanto, não garanto a ninguém – nem a mim próprio – que não volte efetivamente a abrir esse espantoso retrato do nosso país, tal como foi, tal como ainda hoje é, mudadas certas roupagens, tal como tal­vez nunca deixe de ser. Até porque, ao lado das facetas ridículas e de uma consabida tirania da mediocridade, há nesta terra muitas coisas comoventemente boas!

FILME – “O Milagre em Milão”

Também vi e revi muitas vezes esta obra de Vittorio de Sica... E jamais esqueço a mensagem de incomensurável confiança que ele nos transmite. Ou seja: quando tudo, mesmo tudo ou quase tudo estiver perdido, resta sempre a solução do milagre.

DISCO – Milhares

Ao longo dos anos, juntei em casa mais de cinco mil CD, algo que está longe de ser uma espécie ameaçada, ao contrário do que por aí se anda a espalhar, em benefício de outros produtos que se pretende lançar no mercado. Há muita gente a defender o charme discreto da perna de galinha trincada à mão... Mas o pratinho com garfo e faca, copinho de vidro e direito a guardanapo, é sempre outra coisa... De qualquer modo, escolher um único disco entre os tantos milhares que já tenho e os muitos outros que ainda desejarei ter – até porque há sempre novos autores e novos intérpretes a trabalhar e a produzir – seria uma atitude bastante redutora.

CONCERTO – O próximo

Desejo sempre que seja o próximo, pois acho muito deprimente viver agarrado ao passado, seja no que for...

RESTAURANTE – Estrela da Sé

Já o proclamei várias vezes: o Estrela da Sé, mas com o desejo de que sejam repostas as cortinas... Eu sei que havia quem a elas limpasse os dedos, algo sem dúvida muito desagradável para quem tenha que as lavar depois... Mas o mundo está cheio de horrendas imperfeições, enquanto o Estrela da Sé com cortinas nos gabinetes entrava pelos domínios da perfeição.

VIAGEM – Moledo

Gosto muito de viajar e talvez ainda goste mais de ter viajado, embora a memória só sirva verdadeiramente se for um estímulo para o futuro. Logo, a melhor viagem é sempre aquela em que revejo, a aproximar-se, o monte de Santa Tecla. Isso significa que estou a regressar a Moledo...

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