BPN: a «gigantesca cambalhota» das comissões de inquérito

15-03-2012
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Uma «gigantesca cambalhota». Foi assim que o Bloco de Esquerda (BE) classificou esta quinta-feira a decisão do PSD e do CDS que ontem entregaram um pedido de criação de uma comissão de inquérito ao BPN à presidente da Assembleia da República.

Relembrando que, «há duas semanas a maioria de direita não queria nenhuma comissão de inquérito, agora há duas. O que vale é que não há fome que não dê em fartura», disse Cecília Honório, do Bloco de Esquerda, numa declaração política no plenário.

A bloquista apontou o dedo ao argumento usado pelo PSD, há semanas atrás, para chumbar a proposta do Bloco de criar uma comissão de inquérito ao Banco Português de Negócios (BPN), com «o mesmo ojeto da que ontem anunciou» - «Nunca poderiam aceitar uma comissão de inquérito da auditoria a conduzir pelo Tribunal de Contas».

«A auditoria do Tribunal de Contas, essa, agora, já não parece interessar nada ao PSD e CDS. Era mera desculpa instrumental», classificou Cecília Honório.

Para o BE, as intenções da maioria parlamentar são apenas «criar ruído e instalar confusão» para «descredibilizar a comissão de inquérito mesmo antes de começar».

Ontem, PSD e CDS apresentaram a Assunção Esteves um pedido para a criação de uma comissão de inquérito ao BPN, poucas horas depois da conferência de imprensa do PS, onde Carlos Zorrinho, líder parlamentar dos socialistas, anunciou a intenção de avançar com uma comissão de inquérito àquele banco, com o apoio dos partidos da esquerda, excluindo os social-democratas por estes terem chumbado anteriormente a referida comissão.

«Não estamos a falar de um assunto menor, mas de um buraco financeiro aonde os cidadãos viram desbaratado mais dinheiro do que aquele que Passos Coelho e Paulo Portas lhes tiraram nos subsídios de férias e de Natal», disse Cecília Honório, acusando que a compra do BPN pelo BIC é «um negócio de favor».

Por isso, Cecília Honório reclamou o direito potestativo para que se crie apenas «uma comissão que apure toda a verdade».

Acusações que mereceram o aplauso do PS, enquanto Bernardino Soares, do PCP, sublinhou que o importante é saber como é que o Estado já gastou 8 mil milhões de euros no caso do BPN. «Tudo o resto deve desaparecer hoje mesmo do quadro político», disse o deputado comunista.

PSD defende-se: «Não temos medo»

«O PSD não tem medo, zero de medo em relação à comissão de inquérito ao BPN», disse o social-democrata, Hugo Velosa, em resposta às críticas do BE.

Apontando o dedo aos anteriores governos socialistas, quando «tentou, por duas vezes em privatizar o BPN e não conseguiu», Hugo Velosa pediu esclarecimentos ao PS e acrescentou, «o PSD teve, desde a primeira hora, o interesse na criação da comissão de inquérito».

E sobre a apresentação de ontem ao gabinete de Assunção Esteves, Hugo Velosa rematou: «Tivemos mais de duas semanas à espera de saber a posição do PS e, no dia em que há a conferência de imprensa, não avançaram com a comissão de inquérito e excluíram o PSD. O que é que esperavam?»

Também João Almeida, do CDS, acusou o Bloco de estar a aproximar-se do PS e proteger o anterior governo. Cecília Honório deixou claro: «Queremos saber tudo: da nacionalização à privatização».

A presidente da Assembleia da República convocou para esta tarde uma conferência de líderes extraordinária, a seguir ao plenário, por causa dos requerimentos para a constituição de uma comissão de inquérito relacionada com o BPN.

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Uma «gigantesca cambalhota». Foi assim que o Bloco de Esquerda (BE) classificou esta quinta-feira a decisão do PSD e do CDS que ontem entregaram um pedido de criação de uma comissão de inquérito ao BPN à presidente da Assembleia da República.

Relembrando que, «há duas semanas a maioria de direita não queria nenhuma comissão de inquérito, agora há duas. O que vale é que não há fome que não dê em fartura», disse Cecília Honório, do Bloco de Esquerda, numa declaração política no plenário.

A bloquista apontou o dedo ao argumento usado pelo PSD, há semanas atrás, para chumbar a proposta do Bloco de criar uma comissão de inquérito ao Banco Português de Negócios (BPN), com «o mesmo ojeto da que ontem anunciou» - «Nunca poderiam aceitar uma comissão de inquérito da auditoria a conduzir pelo Tribunal de Contas».

«A auditoria do Tribunal de Contas, essa, agora, já não parece interessar nada ao PSD e CDS. Era mera desculpa instrumental», classificou Cecília Honório.

Para o BE, as intenções da maioria parlamentar são apenas «criar ruído e instalar confusão» para «descredibilizar a comissão de inquérito mesmo antes de começar».

Ontem, PSD e CDS apresentaram a Assunção Esteves um pedido para a criação de uma comissão de inquérito ao BPN, poucas horas depois da conferência de imprensa do PS, onde Carlos Zorrinho, líder parlamentar dos socialistas, anunciou a intenção de avançar com uma comissão de inquérito àquele banco, com o apoio dos partidos da esquerda, excluindo os social-democratas por estes terem chumbado anteriormente a referida comissão.

«Não estamos a falar de um assunto menor, mas de um buraco financeiro aonde os cidadãos viram desbaratado mais dinheiro do que aquele que Passos Coelho e Paulo Portas lhes tiraram nos subsídios de férias e de Natal», disse Cecília Honório, acusando que a compra do BPN pelo BIC é «um negócio de favor».

Por isso, Cecília Honório reclamou o direito potestativo para que se crie apenas «uma comissão que apure toda a verdade».

Acusações que mereceram o aplauso do PS, enquanto Bernardino Soares, do PCP, sublinhou que o importante é saber como é que o Estado já gastou 8 mil milhões de euros no caso do BPN. «Tudo o resto deve desaparecer hoje mesmo do quadro político», disse o deputado comunista.

PSD defende-se: «Não temos medo»

«O PSD não tem medo, zero de medo em relação à comissão de inquérito ao BPN», disse o social-democrata, Hugo Velosa, em resposta às críticas do BE.

Apontando o dedo aos anteriores governos socialistas, quando «tentou, por duas vezes em privatizar o BPN e não conseguiu», Hugo Velosa pediu esclarecimentos ao PS e acrescentou, «o PSD teve, desde a primeira hora, o interesse na criação da comissão de inquérito».

E sobre a apresentação de ontem ao gabinete de Assunção Esteves, Hugo Velosa rematou: «Tivemos mais de duas semanas à espera de saber a posição do PS e, no dia em que há a conferência de imprensa, não avançaram com a comissão de inquérito e excluíram o PSD. O que é que esperavam?»

Também João Almeida, do CDS, acusou o Bloco de estar a aproximar-se do PS e proteger o anterior governo. Cecília Honório deixou claro: «Queremos saber tudo: da nacionalização à privatização».

A presidente da Assembleia da República convocou para esta tarde uma conferência de líderes extraordinária, a seguir ao plenário, por causa dos requerimentos para a constituição de uma comissão de inquérito relacionada com o BPN.

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