Saída de Van Zeller atrasa entrega de propostas para compra dos Estaleiros de Viana do Castelo

26-11-2012
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Saída de Van Zeller atrasa entrega de propostas para compra dos Estaleiros de Viana do Castelo

Por

Luís Villalobos e

Andrea Cruz
20/10/2012 - 14:35




 
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Viana do Castelo

Francisco Van Zeller, que tinha sido nomeado pelo Governo para presidir à Comissão de Acompanhamento da Reprivatização dos Estaleiros de Viana do Castelo, pediu a demissão do cargo.
O pedido de Van Zeller foi entregue na quarta-feira à noite, e aceite formalmente esta sexta-feira pelo Ministério da Defesa e pelo Ministério das Finanças, responsáveis pela reprivatização dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC). A notícia, avançada pela Rádio Renascença, foi confirmada pelo PÚBLICO junto de fonte oficial do Ministério da Defesa. De acordo com a mesma fonte, será escolhido no início da semana que vem um novo responsável para presidir à Comissão de Acompanhamento da Reprivatização, cuja missão é verificar, entre outros aspectos, o carácter técnico das propostas dos interessados na empresa, e a transparência do processo de alienação. Uma vez que as propostas vinculativas têm de ser entregues até dia 25, quinta-feira, e a comissão tem cinco dias para as analisar, fonte oficial do Ministério da Defesa admitiu ao PÚBLICO que a data terá de ser adiada, provavelmente para dia 5 de Novembro. A mesma fonte garante que o adiamento "não vai comprometer" a conclusão do processo até final deste anoInicialmente, o calendário para a entrega das propostas esteve fixado para 12 de Outubro, tendo sido depois alterado a pedido dos grupos interessados. Na corrida estão quatro empresas: a Atlantic Shipbuilding (portuguesa), a Volstad Maritime (noroeguesa), a Rionave (brasileira) e a JSC River Sea (russa). Declarações polémicasO pedido de demissão de Van Zeller ocorreu após uma entrevista à Antena 1 na terça-feira, 16, onde afirmou, de acordo com a Lusa, que os ENVC têm um "passivo gigante", mas que existia "um passivo pior": A mão-de-obra "muito antiga, muito desactualizada" e com "maus hábitos" além de "um sindicato comunista muito violento" que está "enquistado" na empresa. Na quarta-feira, o ministro da Defesa foi confrontado no Parlamento pelo deputado Honório Novo, do PCP, com estas declarações. "Também não me revejo nas palavras ditas pelo senhor Van Zeller”, respondeu Aguiar-Branco, acrescentando que o trabalho da comissão presidida pelo ex-responsável da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) “não é de avaliação de mérito, é um trabalho que tem puramente como missão acompanhar o procedimento, se legalmente o procedimento está a ser cumprido”. Antes, já a Comissão de Trabalhadores dos ENVC tinha pedido a demissão de Van Zeller, na sequência das declarações à Antena 1. Hoje, em declarações ao PÚBLICO, o coordenador da Comissão de Trabalhadores, António Costa, afirmou que a saída de Van Zeller “foi uma decisão normal” e que “não seria de esperar outra decisão do ministro da Defesa”, ao aceitar a demissão. “Foram declarações fascistas, fora do contexto, vindas de uma pessoa que devia apenas acompanhar o processo [de reprivatização] que é, já de si, nebuloso”. “Esse senhor não conhece o profissionalismo dos trabalhadores dos estaleiros navais, porque nunca cá veio. Convidamo-lo a visitar o navio Atlântida para ver do que somos capazes de fazer”, rematou António Costa. Já o presidente da Câmara de Viana do Castelo, José Maria Costa, que também tinha reagido negativamente às declarações de Van Zeller, considerou, em declarações ao PÚBLICO, que esta é uma “saída óbvia” porque “já não reunia condições de isenção” para continuar nas funções para as quais tinha sido nomeado. O autarca socialista adiantou que este foi “mais um erro de casting do Governo” num processo “marcado por falta de visão e sentido de interesse público, inquinado deste o início”. Para o autarca, os ENVC são “uma empresa estratégica”, que não podem ser “tratados de forma ligeira”. O PÚBLICO tentou contactar Francisco Van Zeller, que tinha sido nomeado oficialmente para o cargo através de despacho publicado em Diário da República no dia 12 de Outubro, mas até ao momento tal não foi possível. Além de Van Zeller, a comissão é composta por dois vogais, José Ventura de Sousa, secretário-geral da Associação das Indústrias Navais, e José Poças Esteves, presidente da SaeR.Notícia rectificada e alterada às 19h10 substitui título: onde se lia que a saída Van Zeller poderia levar a um atraso na venda dos ENVC, lê-se que irá atrasar prazo de entrega de propostas.




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Saída de Van Zeller atrasa entrega de propostas para compra dos Estaleiros de Viana do Castelo

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Luís Villalobos e

Andrea Cruz
20/10/2012 - 14:35




 
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Viana do Castelo

Francisco Van Zeller, que tinha sido nomeado pelo Governo para presidir à Comissão de Acompanhamento da Reprivatização dos Estaleiros de Viana do Castelo, pediu a demissão do cargo.
O pedido de Van Zeller foi entregue na quarta-feira à noite, e aceite formalmente esta sexta-feira pelo Ministério da Defesa e pelo Ministério das Finanças, responsáveis pela reprivatização dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC). A notícia, avançada pela Rádio Renascença, foi confirmada pelo PÚBLICO junto de fonte oficial do Ministério da Defesa. De acordo com a mesma fonte, será escolhido no início da semana que vem um novo responsável para presidir à Comissão de Acompanhamento da Reprivatização, cuja missão é verificar, entre outros aspectos, o carácter técnico das propostas dos interessados na empresa, e a transparência do processo de alienação. Uma vez que as propostas vinculativas têm de ser entregues até dia 25, quinta-feira, e a comissão tem cinco dias para as analisar, fonte oficial do Ministério da Defesa admitiu ao PÚBLICO que a data terá de ser adiada, provavelmente para dia 5 de Novembro. A mesma fonte garante que o adiamento "não vai comprometer" a conclusão do processo até final deste anoInicialmente, o calendário para a entrega das propostas esteve fixado para 12 de Outubro, tendo sido depois alterado a pedido dos grupos interessados. Na corrida estão quatro empresas: a Atlantic Shipbuilding (portuguesa), a Volstad Maritime (noroeguesa), a Rionave (brasileira) e a JSC River Sea (russa). Declarações polémicasO pedido de demissão de Van Zeller ocorreu após uma entrevista à Antena 1 na terça-feira, 16, onde afirmou, de acordo com a Lusa, que os ENVC têm um "passivo gigante", mas que existia "um passivo pior": A mão-de-obra "muito antiga, muito desactualizada" e com "maus hábitos" além de "um sindicato comunista muito violento" que está "enquistado" na empresa. Na quarta-feira, o ministro da Defesa foi confrontado no Parlamento pelo deputado Honório Novo, do PCP, com estas declarações. "Também não me revejo nas palavras ditas pelo senhor Van Zeller”, respondeu Aguiar-Branco, acrescentando que o trabalho da comissão presidida pelo ex-responsável da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) “não é de avaliação de mérito, é um trabalho que tem puramente como missão acompanhar o procedimento, se legalmente o procedimento está a ser cumprido”. Antes, já a Comissão de Trabalhadores dos ENVC tinha pedido a demissão de Van Zeller, na sequência das declarações à Antena 1. Hoje, em declarações ao PÚBLICO, o coordenador da Comissão de Trabalhadores, António Costa, afirmou que a saída de Van Zeller “foi uma decisão normal” e que “não seria de esperar outra decisão do ministro da Defesa”, ao aceitar a demissão. “Foram declarações fascistas, fora do contexto, vindas de uma pessoa que devia apenas acompanhar o processo [de reprivatização] que é, já de si, nebuloso”. “Esse senhor não conhece o profissionalismo dos trabalhadores dos estaleiros navais, porque nunca cá veio. Convidamo-lo a visitar o navio Atlântida para ver do que somos capazes de fazer”, rematou António Costa. Já o presidente da Câmara de Viana do Castelo, José Maria Costa, que também tinha reagido negativamente às declarações de Van Zeller, considerou, em declarações ao PÚBLICO, que esta é uma “saída óbvia” porque “já não reunia condições de isenção” para continuar nas funções para as quais tinha sido nomeado. O autarca socialista adiantou que este foi “mais um erro de casting do Governo” num processo “marcado por falta de visão e sentido de interesse público, inquinado deste o início”. Para o autarca, os ENVC são “uma empresa estratégica”, que não podem ser “tratados de forma ligeira”. O PÚBLICO tentou contactar Francisco Van Zeller, que tinha sido nomeado oficialmente para o cargo através de despacho publicado em Diário da República no dia 12 de Outubro, mas até ao momento tal não foi possível. Além de Van Zeller, a comissão é composta por dois vogais, José Ventura de Sousa, secretário-geral da Associação das Indústrias Navais, e José Poças Esteves, presidente da SaeR.Notícia rectificada e alterada às 19h10 substitui título: onde se lia que a saída Van Zeller poderia levar a um atraso na venda dos ENVC, lê-se que irá atrasar prazo de entrega de propostas.




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