Portugal e outras touradas: "A sensação"

30-06-2011
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... é o título que Nicolau Saião deu a este seu texto, enviado horas atrás:"Leio, em diversos órgãos de informação nacionais e internacionais, esta notícia que fez manchetes perfeitamente compreensíveis: nos Estados Unidos, o indivíduo que durante 20 anos teve o controle, após sequestro, de uma rapariga na altura com onze anos e de quem se serviu torpemente com a cumplicidade da mulher com quem estava casado, dando origem a duas filhas, foi condenado a 432 anos de prisão. O indivíduo, um desses pregadores muito usuais nos EUA (um monomaníaco evidente) foi descoberto e finalmente preso - e depois julgado - porque a rapariga em certo dia conseguiu fugir e se refugiou numa esquadra, apresentando queixa nessa altura. A sensação que me acomete, é: se fosse em Portugal...! Se fosse em Portugal, digo em resposta simbólica e fazendo apelo a uma interior frustração, indignação e desânimo -reais e apoiados em muitos casos mediáticos - posso suspeitar que o predador seria eventualmente objecto de desculpas as mais diversas. Se, é claro, na esquadra tivessem podido ligar meia à denúncia... E isto que digo é, na verdade, terrível, pois sinto e sei que esta desconfiança, muito justificada por inúmeros casos de desleixo e de inconformidade, é partilhada pela generalidade dos cidadãos. É imprescindível que a Justiça em Portugal seja limpa de escórias. É preciso, dessa forma, devolver a esperança aos cidadãos, finalmente situados num existir de Direito inegociável e cuja ausência os tem ferido irregularmente. E sobre a qual têm tripudiado mediante a força de que se apoderaram de forma capciosa.E isso só se consegue se não deixarmos que as desculpas incomportáveis dos sectores corporativos (e dos que lhes servem de anteparo) que capturaram a sociedade de Direito, transformando-a numa herdade de que são em parte "manajeiros", continuem a tergiversar. Num texto escrito e divulgado em diversos órgãos e países, que referia o estado calamitoso do Sistema Judicial, a dada altura digo meditadamente: "O Sistema Judicial, por razões diversas e inquietantes, é o cancro que está a destruir a Democracia tendencial em que vivemos". Sabe-se o ponto a que se chegou. Não podemos deixar que este estado de coisas continue!"


... é o título que Nicolau Saião deu a este seu texto, enviado horas atrás:"Leio, em diversos órgãos de informação nacionais e internacionais, esta notícia que fez manchetes perfeitamente compreensíveis: nos Estados Unidos, o indivíduo que durante 20 anos teve o controle, após sequestro, de uma rapariga na altura com onze anos e de quem se serviu torpemente com a cumplicidade da mulher com quem estava casado, dando origem a duas filhas, foi condenado a 432 anos de prisão. O indivíduo, um desses pregadores muito usuais nos EUA (um monomaníaco evidente) foi descoberto e finalmente preso - e depois julgado - porque a rapariga em certo dia conseguiu fugir e se refugiou numa esquadra, apresentando queixa nessa altura. A sensação que me acomete, é: se fosse em Portugal...! Se fosse em Portugal, digo em resposta simbólica e fazendo apelo a uma interior frustração, indignação e desânimo -reais e apoiados em muitos casos mediáticos - posso suspeitar que o predador seria eventualmente objecto de desculpas as mais diversas. Se, é claro, na esquadra tivessem podido ligar meia à denúncia... E isto que digo é, na verdade, terrível, pois sinto e sei que esta desconfiança, muito justificada por inúmeros casos de desleixo e de inconformidade, é partilhada pela generalidade dos cidadãos. É imprescindível que a Justiça em Portugal seja limpa de escórias. É preciso, dessa forma, devolver a esperança aos cidadãos, finalmente situados num existir de Direito inegociável e cuja ausência os tem ferido irregularmente. E sobre a qual têm tripudiado mediante a força de que se apoderaram de forma capciosa.E isso só se consegue se não deixarmos que as desculpas incomportáveis dos sectores corporativos (e dos que lhes servem de anteparo) que capturaram a sociedade de Direito, transformando-a numa herdade de que são em parte "manajeiros", continuem a tergiversar. Num texto escrito e divulgado em diversos órgãos e países, que referia o estado calamitoso do Sistema Judicial, a dada altura digo meditadamente: "O Sistema Judicial, por razões diversas e inquietantes, é o cancro que está a destruir a Democracia tendencial em que vivemos". Sabe-se o ponto a que se chegou. Não podemos deixar que este estado de coisas continue!"

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