às vezes, as grandes tragédias começam assim

13-10-2015
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às vezes, as grandes tragédias começam assim

Uma série impressionante de erros, equívocos e casualidades causou a infeliz morte do exaltado e teimoso arquiduque Francisco Fernando, herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro, no dia 28 de Junho de 1914, na cidade de Serajevo. Esse acontecimento seria a alavanca que faria detonar a 1ª Guerra Mundial, depois da crise da anexação da Bósnia pela Áustria-Hungria, em 1908-1909, que deixara a região e as grandes potências da época à beira de um ataque de nervos. Ao tempo eram muito delicados os equilíbrios entre a Rússia, a Alemanha, a França, o Império Austro-Húngaro e a Inglaterra, potências que viviam em paz graças em boa medida ao paciente trabalho de anos de Bismark. Quando Francisco Fernando foi assassinado, a Áustria-Hungria tratou de extremar as suas exigências junto da Sérvia, que praticamente cedeu em todas. Todavia, como o Império se sentia despeitado pela morte do arquiduque e queria infligir uma séria humilhação àquele país, não aceitou a sua capitulação diplomática e provocou uma guerra que julgava que seria de breve duração. Não avaliou as consequências dos seus actos e o mesmo sucedeu com a Rússia e a Alemanha, cujos chefes políticos, Nicolau II e Guilherme II, primos e bons amigos, foram trocando cartas cordiais com apelos e juras eternas à paz, até os seus exércitos entrarem em conflito aberto. A Grande Guerra, que começou por um conjunto de equívocos, e cuja duração, consequências e violência ninguém foi capaz de precaver nem desejou, matou milhões de pessoas e, ironia das ironias, levou ao desmembramento da potência que a desencadeou e à absoluta secundarização dos países que dela sobejaram.

Agora, reduzidas as distâncias e a importância das coisas, aplique-se esta lição ao que está a acontecer em Portugal e provavelmente constataremos que as grandes tragédias começam muitas vezes sem que ninguém as consiga prevenir. Os protagonistas da nossa tragédia comezinha e doméstica também são facilmente decalcáveis daquele acontecimento histórico.

às vezes, as grandes tragédias começam assim

Uma série impressionante de erros, equívocos e casualidades causou a infeliz morte do exaltado e teimoso arquiduque Francisco Fernando, herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro, no dia 28 de Junho de 1914, na cidade de Serajevo. Esse acontecimento seria a alavanca que faria detonar a 1ª Guerra Mundial, depois da crise da anexação da Bósnia pela Áustria-Hungria, em 1908-1909, que deixara a região e as grandes potências da época à beira de um ataque de nervos. Ao tempo eram muito delicados os equilíbrios entre a Rússia, a Alemanha, a França, o Império Austro-Húngaro e a Inglaterra, potências que viviam em paz graças em boa medida ao paciente trabalho de anos de Bismark. Quando Francisco Fernando foi assassinado, a Áustria-Hungria tratou de extremar as suas exigências junto da Sérvia, que praticamente cedeu em todas. Todavia, como o Império se sentia despeitado pela morte do arquiduque e queria infligir uma séria humilhação àquele país, não aceitou a sua capitulação diplomática e provocou uma guerra que julgava que seria de breve duração. Não avaliou as consequências dos seus actos e o mesmo sucedeu com a Rússia e a Alemanha, cujos chefes políticos, Nicolau II e Guilherme II, primos e bons amigos, foram trocando cartas cordiais com apelos e juras eternas à paz, até os seus exércitos entrarem em conflito aberto. A Grande Guerra, que começou por um conjunto de equívocos, e cuja duração, consequências e violência ninguém foi capaz de precaver nem desejou, matou milhões de pessoas e, ironia das ironias, levou ao desmembramento da potência que a desencadeou e à absoluta secundarização dos países que dela sobejaram.

Agora, reduzidas as distâncias e a importância das coisas, aplique-se esta lição ao que está a acontecer em Portugal e provavelmente constataremos que as grandes tragédias começam muitas vezes sem que ninguém as consiga prevenir. Os protagonistas da nossa tragédia comezinha e doméstica também são facilmente decalcáveis daquele acontecimento histórico.

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